Tema
do mês: Meu papel no mundo Data:
31 Outubro 15
Objetivo
Formativo: Quais são
as influências que eu posso exercer nos diversos ambientes que convivo e quais
influências eles exercem sobre mim ?
Objetivo
Informativo: Tratar das
igualdades e desigualdades, responsabilidades para ajudar na transição
planetária
Tema
da aula: Eu e o Planeta
Objetivo da aula: Ajudar os evangelizandos a
refletir sobre sua responsabilidade enquanto ser vivente neste Planeta e
usuário dos benefícios recebidos como dádiva, para garantir a sua
sustentabilidade a fim de transformá-lo em um lugar melhor para viver.
Evangelizador: Wilma Maria Roberto
Prece inicial: 03´
Incentivo Inicial: Terra, nave
nossa irmã 10´
Pedir para que todos fechem os olhos e se
concentrem nos sentimentos e pensamentos que virão à sua mente ao ouvir este
áudio e colocar a música “Sal da Terra” para tocar.
Após o término da música pedir para eles relatarem
o que veio à mente, sentimentos, fatos e qual frase mais chamou sua atenção.
“Sal da Terra” – Beto
Guedes
Anda!
Quero te dizer nenhum
segredo
Falo nesse chão, da
nossa casa
Vem que tá na hora de
arrumar...
Tempo!
Quero viver mais duzentos
anos
Quero não ferir meu
semelhante
Nem por isso quero me
ferir
Vamos precisar de
todo mundo
Prá banir do mundo a
opressão
Para construir a vida
nova
Vamos precisar de
muito amor
A felicidade mora ao
lado
E quem não é tolo
pode ver...
A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da...
Terra!
És o mais bonito dos
planetas
Tão te maltratando
por dinheiro
Tu que és a nave
nossa irmã
Canta!
Leva tua vida em
harmonia
E nos alimenta com
seus frutos
Tu que és do homem, a
maçã...
Vamos precisar de
todo mundo
Um mais um é sempre
mais que dois
Pra melhor juntar as
nossas forças
É só repartir melhor
o pão
Recriar o paraíso
agora
Para merecer quem vem
depois...
Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra
Desenvolvimento: Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois - 30´
O principal objetivo aqui é despertar em cada um a
consciência de que somos responsáveis pela casa que moramos e cuidar e zelar
por ela é parte do nosso processo evolutivo. Afinal iremos reencarnar
provavelmente neste planeta novamente e como queremos encontra-lo ?
É fundamental lembrarmos que:
ü Somos
inquilinos no Planeta: temos que zelar por onde morarmos porque quando encerrar
nosso “contrato” reencarnatório, precisaremos entrega-lo em condições iguais ou
melhores que quando chegamos.
ü Os
recursos são finitos e as nossas “necessidades” consumistas infinitas: em nome
da falsa evolução de vida estamos colocando em risco a vida de todos nós.
Dividir a sala em grupos de 3-4 componentes no
máximo e propor o seguinte:
Imaginem que foram convidados para participar do
Fórum Mundial da Sustentabilidade representando a juventude brasileira na ONU e
vocês vão apresentar uma proposta para melhorar as condições de vida dos seres
vivos no planeta Terra baseado no tema recebido.
Você terá 15 minutos para discutir as ideias em
grupo e cada um terá 3 minutos para apresentar.
No
final das apresentações indagar o seguinte: Das ações que vocês propuseram, é
factível implementá-las no seu dia-a-dia ? Já as pratico ? Por quê ?
Temas a serem discutidos:
ð Água:
desperdício x sobra x enchente x seca
ð Energia:
consumo inconsciente x tecnologia x conforto x escassez
ð O
consumismo degrada, devasta e depreda a casa planetária.
Consumismo
x Devastação da natureza (vegetal, mineral e animal)
ð Lixo:
como reduzir sua geração, pois há falta de espaço para o descarte responsável
ð Poluição
x desmatamento
ð Catástrofes
naturais x intervenções humanas
Pontos
importantes a refletir:
ð Nossos
hábitos de existência estão exterminando a criação: indústria de alimentação
arrebata de forma devastadora uma quantidade de animais para vender o hábito do
consumo de carne animal utilizando uma quantidade de água suficiente para
suprir milhões de pessoas. Os hábitos de consumo perdulários,
alienados e desvairados das classes mais ricas poderão causar um caos
ð Somos ensinados que TER MAIS DE TUDO significa SUCESSO,
EVOLUÇÃO, PROSPERIDADE. Estamos esquecidos de que Deus proveu um planeta
harmonioso onde tudo aquilo que PRECISARMOS nos será dado. No entanto, é uma
loucura a busca desenfreada pelo TER num mundo ainda o desequilíbrio e a
desigualdade do básico de subsistência ainda é uma realidade. Como viver em
desperdício e supérfluo se em algum lugar há irmãos sem comida, água, moradia,
educação ?
ð Será que a Terra nos oferece tudo o que precisamos ? Sim,
segundo o Livro dos Espíritos se usarmos o que realmente precisamos, sempre
seremos supridos e atendidos.
ð Será que eu preciso de mais um tênis, do smartphone da moda,
do novo vídeo game, de centenas de roupas e sapatos, de armários e refrigerados
lotados de alimento hoje ???
LE
714 O que pensar do homem que procura nos excessos de toda espécie um
refinamento para seus prazeres?
Pobre infeliz digno de lástima e não
de inveja. Está bem próximo da morte!
LE
719 É condenável ao homem procurar o seu bem-estar?
–
O bem-estar é um desejo natural. Os abusos são condenáveis porque contrariam a lei de
conservação. O bem-estar é condenável se foi adquirido à custa dos
outros e se comprometeu o equilíbrio moral e físico do homem.
722
A abstenção de alguns alimentos, regra entre diversos povos, é fundada na
razão?
–
Tudo aquilo com que o
homem pode se alimentar sem prejuízo para a sua saúde é permitido.
Porém, alguns legisladores resolveram proibir alguns alimentos com um objetivo
útil e, para dar maior autoridade às suas leis, as apresentaram como se fossem
vindas de Deus.
723
A alimentação animal é, para o homem, contrária à lei natural?
–
Em vossa constituição física, a carne alimenta a carne; de outro modo, o homem
enfraquece. A lei de conservação dá ao homem o dever de manter suas forças e
sua saúde para cumprir a lei do trabalho. Ele deve, portanto, se alimentar conforme as exigências
de seu organismo.
724
A abstenção de alimento animal ou outro, como purificação, é meritória?
–
Sim, se essa abstenção for
em benefício dos outros; mas Deus não pode ver uma mortificação quando
não é séria e útil. Por isso dizemos que aqueles que se privam apenas na
aparência são hipócritas. (Veja a questão720.)
LE732. A necessidade de
destruição é a mesma em todos os mundos?
— É
proporcional ao estado mais ou menos material dos mundos e desaparece num estado físico e moral
mais apurado. Nos mundos mais avançados
que o vosso, as condições de existência são muito diferentes.
LE733. A necessidade de
destruição existirá sempre entre os homens na Terra?
—A necessidade de destruição diminui entre os homens à medida
que o Espírito supera a matéria;
é por isso que ao horror da destruição vedes seguir-se
o desenvolvimento intelectual e moral.
LE734.
No seu estado atua], o homem tem direito ilimitado de destruição sobre os
animais?
— Esse
direito é regulado pela necessidade de prover à sua alimentação e à sua segurança; o abuso jamais foi um direito.
Fixação: O amor reconstrói
o planeta ? – 05´
Colocar
no áudio a estória “A conta da vida” por Chico Xavier narrada por André
Trigueiro que fala do momento de prece que uma mãe faz aos benfeitores
espirituais porque seu filho era absolutamente apático e egoísta em relação ao
mundo em geral.
“ A Conta da vida”
Quando Levindo
completou vinte e um anos, a mãezinha recebeu-lhes os amigos, festejou a data e
solenizou o acontecimento com grande alegria. No íntimo, no entanto, a bondosa
senhora estava triste, preocupada.
O filho, até à
maioridade, não tolerava qualquer disciplina.
Vivia ociosamente, desperdiçando o tempo e negando-se ao trabalho. Aprendera as primeiras letras, a preço de muita dedicação materna, e lutava contra todos os planos de ação digna.
Vivia ociosamente, desperdiçando o tempo e negando-se ao trabalho. Aprendera as primeiras letras, a preço de muita dedicação materna, e lutava contra todos os planos de ação digna.
Recusava bons
conselhos e inclinava-se, francamente, para o desfiladeiro do vício. Nessa
noite, todavia, a abnegada mãe orou, mais fervorosa, suplicando a Jesus o
encaminhasse à elevação moral. Confiou-o ao Céu, com lágrimas, convencida de
que o Mestre Divino lhe ampararia a vida jovem.
As orações da devotada
criatura foram ouvidas, no Alto, porque Levindo, logo depois de arrebatado
pelas asas do sono, sonhou que era procurado por um mensageiro espiritual, a
exibir largo documento na mão.
Intrigado, o rapaz
perguntou-lhe a que deveria a surpresa de semelhante visita. O emissário fitou
nele os grandes olhos e respondeu:
– Meu amigo, venho trazer-te a conta dos seres sacrificados, até agora, em teu proveito.
– Meu amigo, venho trazer-te a conta dos seres sacrificados, até agora, em teu proveito.
Enquanto o moço
arregalava os olhos de assombro, o mensageiro prosseguia:
– Até hoje, para sustentar-te a existência, morreram, aproximadamente, 2.000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3.000 peixes diversos. Nada menos que 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidas pela tua, relacionando-se as do arroz, do milho, do feijão, do trigo, das várias raízes e legumes. Em média calculada, bebeste 3.000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comestes 10.000 frutas. Tens explorado fartamente as famílias de seres do ar e das águas, de galinheiros e estábulos, pocilgas e redis. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação.
– Até hoje, para sustentar-te a existência, morreram, aproximadamente, 2.000 aves, 10 bovinos, 50 suínos, 20 carneiros e 3.000 peixes diversos. Nada menos que 60.000 vidas do reino vegetal foram consumidas pela tua, relacionando-se as do arroz, do milho, do feijão, do trigo, das várias raízes e legumes. Em média calculada, bebeste 3.000 litros de leite, gastaste 7.000 ovos e comestes 10.000 frutas. Tens explorado fartamente as famílias de seres do ar e das águas, de galinheiros e estábulos, pocilgas e redis. O preço dos teus dias nas hortas e pomares vale por uma devastação.
Além disto, não
relacionamos aqui os sacrifícios maternos, os recursos e doações de teu pai, os
obséquios dos amigos e as atenções dos vários benfeitores que te rodeiam. Em
troca, que fizeste de útil? Não restituíste ainda à Natureza a mínima parcela
do teu débito imenso. Acreditas, porventura, que o centro do mundo repousa em
tuas necessidades individuais e que viverás sem conta nos domínios da Criação?
Produze algo de bom, marcando a tua passagem pela Terra. Lembra-te de que a
própria erva se encontra em serviço divino. Não permitas que a ociosidade te
paralise o coração e desfigure o espírito!…
O moço, espantado,
passou a ver o desfile dos animais que havia devorado e, sob forte espanto
acordou…
Amanhecera.
O Sol de ouro como que
cantava em toda parte um hino glorioso ao trabalho pacífico. Levindo escapou da
cama, correu até à genitora e exclamou:
– Mãezinha, arranje-me serviço! Arranje-me serviço!…
– Oh! Meu filho, disse a senhora num transporte de jubilo, que alegria! Como estou contente!… Que aconteceu?
– Mãezinha, arranje-me serviço! Arranje-me serviço!…
– Oh! Meu filho, disse a senhora num transporte de jubilo, que alegria! Como estou contente!… Que aconteceu?
E o rapaz preocupado,
informou:
– Nesta noite passada, eu vi a conta da vida.
Daí em diante, converteu-se Levindo num homem honrado e útil.
– Nesta noite passada, eu vi a conta da vida.
Daí em diante, converteu-se Levindo num homem honrado e útil.
Prece Final: dos evangelizandos
“Quem ama, ora, e quem perdeu o
contato com o amor, mais necessidade tem da oração, a fim de reatar os laços
consigo mesmo, com o seu próximo e com Deus”
Bibliografia:
Livro
dos Espíritos: Leis morais: da destruição, da conservação
Vídeo:
André Trigueiro “O Evangelho da Sustentabilidade
O Livro dos Espíritos Parte
Terceira – Capítulo 5 Lei de conservação
Instinto de conservação – Meios de conservação – Prazeres dos bens
da terra – Necessário e supérfluo – Privações voluntárias. Mortificações
Instinto de conservação
702
O instinto de conservação é uma lei natural?
–
Sem dúvida. Foi dado a todos os seres vivos, seja qual for o grau de
inteligência. Para uns, é puramente mecânico; para outros, é racional.
703
Com que objetivo Deus deu a todos os seres vivos o instinto de conservação?
–
Porque todos devem cumprir os desígnios da Providência; é por isso que Deus deu
o instinto de conservação. Além disso, a vida é necessária ao aperfeiçoamento
dos seres que têm instintivamente esse sentimento, sem se darem conta disso.
Meios de conservação
704
Deus, dando ao homem a necessidade de viver, sempre lhe forneceu os meios para
isso?
–
Sim. Se não os encontra, é por falta de iniciativa. Deus não poderia dar ao
homem a necessidade de viver sem lhe dar os meios, por isso faz a terra
produzir e fornecer o necessário a todos, porque só o necessário é útil. O
supérfluo nunca é.
705
Por que nem sempre a terra produz o suficiente para fornecer o necessário ao
homem?
–
O homem a negligencia por ingratidão e, no entanto, a terra continua sendo uma
excelente mãe. Além disso, ele ainda acusa a natureza por sua própria imperícia
ou imprevidência. A terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse se
contentar. Se o que produz não é bastante para todas as necessidades, é porque
emprega no supérfluo o que deveria utilizar no necessário. Observai o árabe no
deserto: encontra sempre com o que viver, porque não cria necessidades
artificiais. Porém, quando a metade da produção é desperdiçada para satisfazer
fantasias, deve o homem se espantar de não encontrar nada em seguida? E terá
razão de se queixar por estar desprovido quando chega a época da escassez? Na
verdade, não é a natureza que é imprevidente, é o homem que não sabe regrar sua
vida.
706
Por bens da terra somente devemos entender os produtos do solo?
–
O solo é a fonte primária de onde vêm todos os outros recursos, que são apenas
uma transformação dos produtos do solo; por isso, é preciso entender por bens
da terra tudo o que o homem pode desfrutar neste mundo.
707
Os meios de subsistência, muitas vezes, faltam a alguns, mesmo em meio à
abundância que os cerca; por quê?
–
É pelo egoísmo dos homens em geral e também, freqüentemente, por negligência
deles mesmos. Buscai e achareis; essas palavras não querem dizer que basta
olhar a terra para encontrar o que se deseja, mas que é preciso procurar com
ardor e perseverança e não com fraqueza, sem se deixar desencorajar pelos
obstáculos que, muitas vezes, são apenas meios de colocar à prova a vossa
constância, paciência e firmeza. (Veja a questão 534.)
☼ Se
a civilização multiplica as necessidades, também multiplica as fontes de
trabalho e os meios de vida; mas é preciso admitir que sob esse aspecto resta
ainda muito a fazer. Quando a civilização terminar sua obra, ninguém poderá
queixar-se de que lhe falta o necessário, senão por sua própria culpa. A
infelicidade, para muitos, decorre de enveredarem por um caminho que não é o
que a natureza traçou; é então que falta inteligência para terem êxito. Há
lugar ao sol para todos, mas com a condição de cada um ter o seu, e não o dos
outros. A natureza não pode ser responsável pelos vícios de organização social
nem pelas conseqüências da ambição e do amor-próprio.
Entretanto,
seria preciso ser cego para não reconhecer o progresso que se realizou sob esse
aspecto entre os povos mais avançados. Graças aos louváveis esforços que a
filantropia e a ciência juntas não param de fazer para o melhoramento da
condição material dos homens, e apesar do contínuo aumento das populações, a
insuficiência da produção está atenuada em grande parte, pelo menos. Os anos
mais calamitosos hoje nada têm de comparável aos de antigamente. A higiene
pública, esse elemento tão essencial para o bem-estar e a saúde, desconhecida
de nossos pais, é agora objeto de cuidados especiais; o infortúnio e o
sofrimento encontram lugares de refúgio. Em toda parte a ciência contribui para
aumentar o bem-estar. Pode-se dizer que já alcançou a perfeição? Certamente que
não. Mas o que já se fez dá a medida do que se pode fazer com perseverança, se
o homem é bastante sábio para procurar sua felicidade nas coisas positivas e
sérias e não nas utopias que o fazem recuar em vez de progredir.
708
Não há situações em que os meios de subsistência não dependem de modo algum da
vontade do homem, e a privação até daquilo que mais necessita é uma
conseqüência das circunstâncias?
–
É uma prova muitas vezes cruel que deve passar e à qual sabia que seria
exposto. Seu mérito está em sua submissão à vontade de Deus, se sua
inteligência não fornece nenhum meio de se livrar das dificuldades. Se a morte
deve atingi-lo, deve se submeter sem reclamar e compreender que a hora da
verdadeira libertação chegou e que o desespero do último momento pode lhe fazer
perder o fruto de sua resignação.
709
Aqueles que, em certas posições críticas, se viram obrigados a sacrificar seus
semelhantes para se alimentarem deles, cometeram um crime? Nesse caso, o crime
pode ser atenuado pela necessidade de viver que lhes dá o instinto de
conservação?
–
Já respondi, ao dizer que há mais mérito em sofrer todas as provas da vida com
coragem e abnegação. Nesse caso, há homicídio e crime de lesa-natureza, faltas
que devem ser duplamente punidas.
710
Nos planetas onde o corpo é mais depurado, os seres vivos têm necessidade de
alimentação?
–
Sim, mas os alimentos estão de acordo com sua natureza. Esses alimentos não
seriam muito substanciais para vossos estômagos grosseiros, do mesmo modo que,
para eles, a vossa alimentação também não serviria.
Prazeres dos bens da terra
711 O uso dos bens da terra é um
direito para todos os homens?
– Esse direito é a conseqüência da
necessidade de viver. Deus não pode impor um dever sem dar o meio de
satisfazê-lo.
712 Por que Deus colocou o
atrativo do prazer na posse e uso dos bens materiais?
– Para estimular o homem ao
cumprimento de sua missão e experimentá-lo por meio da tentação.
712 a Qual é o objetivo dessa
tentação?
– Desenvolver sua razão, que deve
preservá-lo dos excessos.
☼ Se o homem
tivesse considerado o uso dos bens da Terra somente pela utilidade que eles
têm, sua indiferença poderia comprometer a harmonia do universo: Deus lhe deu o
atrativo do prazer para o cumprimento dos seus desígnios. Mas pelo que possa
representar esse atrativo quis, por outro lado, prová-lo por meio da tentação
que o arrasta para o abuso do qual sua razão deve defendê-lo.
713 Os prazeres têm limites
traçados pela natureza?
– Sim, têm o limite do necessário;
mas, pelos excessos, chegais ao extremo exagero e à repulsa e vos punis a vós
mesmos.
714 O que pensar do homem que procura nos excessos de toda espécie um
refinamento para seus prazeres?
– Pobre infeliz digno de lástima e não de inveja. Está bem próximo da
morte!
714 a Da morte física ou moral?
– De ambas.
☼ O homem
que procura nos excessos de toda espécie um requinte de prazeres coloca-se
abaixo do animal, porque o animal sabe deter-se na satisfação da sua
necessidade. Despreza o homem a razão que Deus lhe deu por guia, e, quanto
maiores os seus excessos, mais domínio exerce sua natureza primitiva sobre sua
natureza espiritual. As doenças, a decadência, a morte prematura decorrentes
dos abusos são a conseqüência da transgressão da lei divina.
Necessário e supérfluo
715
Como o homem pode conhecer o limite do necessário?
–
Aquele que é sensato o conhece pela intuição; muitos o conhecem pela
experiência e à sua própria custa.
716
A natureza não traçou o limite de nossas necessidades em nossa estrutura
orgânica?
–
Sim, mas o homem é insaciável. A natureza traçou o limite às suas necessidades
no seu próprio organismo, mas os vícios lhe alteraram a constituição e criaram
necessidades que não são reais.
717
O que pensar dos que monopolizam os bens da terra para obter o supérfluo em prejuízo
dos que precisam do necessário?
–
Eles desconhecem a lei de Deus e terão que responder pelas privações que
impuseram aos outros.
☼ O
limite entre o necessário e o supérfluo não tem nada de absoluto, de
indiscutível. A civilização criou necessidades que o selvagem desconhece, e os
Espíritos que ditaram esses ensinamentos não pretendem que o homem civilizado
viva como o selvagem. Tudo é relativo e cabe à razão distinguir cada coisa. A
civilização desenvolve o senso ético e ao mesmo tempo o sentimento de caridade,
que leva os homens ao apoio mútuo. Os que vivem à custa das necessidades dos
outros exploram os benefícios da civilização em seu proveito; têm da
civilização apenas o verniz, como há pessoas que têm da religião apenas a
máscara.
Privações voluntárias. Mortificações
718 A lei de conservação obriga o
homem a prover as necessidades do corpo?
– Sim, sem força e saúde o
trabalho é impossível.
719 É condenável ao homem procurar
o seu bem-estar?
– O bem-estar é um desejo natural.
Os abusos são
condenáveis porque contrariam a lei de conservação. O bem-estar é
condenável se foi adquirido à custa dos outros e se comprometeu o equilíbrio moral
e físico do homem.
720 As privações voluntárias, que
resultam numa expiação igualmente voluntária, têm algum mérito aos olhos de
Deus?
– Quanto mais fazeis o bem aos
outros mais mérito tereis.
720 a Há privações voluntárias que
sejam meritórias?
– Sim, a renúncia aos prazeres
inúteis, que liberta o homem da matéria e eleva sua alma. O meritório é
resistir à tentação que o conduz aos excessos ou ao prazer das coisas inúteis;
é tirar do que lhe é necessário para doar àqueles que não têm o suficiente. Se
a privação é apenas fingimento, é uma zombaria.
721 A vida de mortificações
ascéticas1 dos devotos e dos místicos,
praticada desde a Antiguidade e entre diferentes povos, é meritória sob algum
ponto de vista?
– Perguntai para o que e a quem
ela serve e tereis a resposta. Se serve apenas àquele que a pratica e o impede
de fazer o bem, é egoísmo, qualquer que seja o pretexto com o qual se disfarce.
Renegar-se a si mesmo e trabalhar para os outros é a verdadeira mortificação,
conforme a caridade cristã.
722 A abstenção de alguns
alimentos, regra entre diversos povos, é fundada na razão?
– Tudo aquilo com que o homem pode se alimentar sem
prejuízo para a sua saúde é permitido. Porém, alguns legisladores
resolveram proibir alguns alimentos com um objetivo útil e, para dar maior
autoridade às suas leis, as apresentaram como se fossem vindas de Deus.
723 A alimentação animal é, para o
homem, contrária à lei natural?
– Em vossa constituição física, a
carne alimenta a carne; de outro modo, o homem enfraquece. A lei de conservação
dá ao homem o dever de manter suas forças e sua saúde para cumprir a lei do
trabalho. Ele deve,
portanto, se alimentar conforme as exigências de seu organismo.
724 A abstenção de alimento animal
ou outro, como purificação, é meritória?
– Sim, se essa abstenção for em benefício dos outros;
mas Deus não pode ver uma mortificação quando não é séria e útil. Por isso
dizemos que aqueles que se privam apenas na aparência são hipócritas. (Veja a
questão720.)
725 Que pensar das mutilações que
se fazem no corpo do homem e dos animais?
– Por que tal questão? Perguntai,
a vós mesmos, ainda uma vez e sempre, se uma coisa é útil. O que é inútil não
pode ser agradável a Deus e o que é nocivo é sempre desagradável; porque,
deveis saber, Deus só é sensível aos sentimentos daqueles que lhe elevam a
alma; é praticando Sua Lei que podereis vos libertar da matéria terrestre, e
não violando-a.
726 Se os sofrimentos deste mundo
nos elevam pela maneira que os suportamos, elevam-nos também os que criamos
voluntariamente?
– Os únicos sofrimentos que elevam
são os sofrimentos naturais, por que vêm de Deus; os sofrimentos voluntários
não servem para nada quando não contribuem para o bem dos outros. Por acaso
acreditais que avançam no caminho do progresso os que abreviam sua vida nos
rigores sobre-humanos, como fazem os bonzos2, os
faquires3 e alguns
fanáticos de muitas seitas? Por que não trabalham antes pelo bem de seus
semelhantes? Que vistam o indigente; consolem o que chora; trabalhem por aquele
que está enfermo; sofram necessidades para o alívio dos infelizes; então, sim,
sua vida será útil e agradável a Deus. Quando os sofrimentos voluntários têm em
vista apenas a si mesmo, é egoísmo; quando se sofre pelos outros, é caridade:
são estes os preceitos do Cristo.
727 Se não devemos criar
sofrimentos voluntários sem utilidade para os outros, devemo-nos preservar
daqueles que prevemos ou que nos ameaçam?
– O instinto de conservação foi
dado a todos contra os perigos e os sofrimentos. Mortificai o Espírito e não
vosso corpo, exterminai o vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo, que parece
uma serpente que vos tortura o coração, e fareis mais por vosso adiantamento do
que por meio de rigores que não são mais deste século.
Lei da Destruição I – Destruição Necessária e
Destruição Abusiva
728. A destruição é uma lei da
Natureza?
– E
necessário que tudo se destrua para renascer e se regenerar porque isso a que chamais destruição não é
mais que transformação, cujo objetivo é a
renovação e o melhoramento dos seres vivos.
728 – a) O instinto de
destruição teria sido dado aos seres vivos com fins providenciais?
– As
criaturas de Deus são os instrumentos de que ele se serve para atingir os seus fins. Para se
nutrirem, os seres vivos se destroem entre si e isso com o duplo objetivo de manter o
equilíbrio da reprodução, que poderia tornar-se
excessiva, e de utilizar os restos do invólucro exterior. Mas é apenas o invólucro que é destruído e esse não
é mais que acessório, não a parte essencial
do ser pensante, pois este é o princípio inteligente indestrutível que se elabora através das diferentes
metamorfoses por que passa.
729. Se a destruição é necessária
para a regeneração dos seres, por que a Natureza os cerca de meios de
preservação e conservação?
— Para
evitar a destruição antes do tempo necessário. Toda destruição antecipada
entrava o desenvolvimento do principio inteligente. Foi por isso que Deus deu a cada ser a necessidade
de viver e de se reproduzir.
730.
Desde que a morte deve conduzir-nos a uma vida melhor, e que nos livra dos
males deste mundo, sendo mais de se desejar do que de se temer, por que o homem
tem por ela um horror instintivo que a torna motivo de apreensão?
— Já o dissemos. O homem deve procurar
prolongar a sua vida para cumprir
a sua tarefa. Foi por isso que Deus lhe deu o instinto de conservação e esse instinto o sustenta nas suas
provas; sem isso, muito freqüentemente ele se
entregaria ao desânimo. A voz secreta que o faz repelir a morte lhe diz que ainda pode fazer alguma coisa pelo seu
adiantamento. Quando um perigo o ameaça,
ela o adverte de que deve aproveitar o tempo que Deus lhe concede,mas o ingrato
rende geralmente graças à sua estrela, em lugar do Criador.
731. Por que, ao lado dos meios
de conservação, a Natureza colocou ao mesmo tempo os agentes destruidores?
— O
remédio ao lado do mal; já o dissemos, para manter o equilíbrio e servir de contrapeso.
732. A necessidade de destruição
é a mesma em todos os mundos?
— É
proporcional ao estado mais ou menos material dos mundos e desaparece num estado físico e moral
mais apurado. Nos mundos mais avançados
que o vosso, as condições de existência são muito diferentes.
733. A necessidade de destruição
existirá sempre entre os homens na Terra?
—A necessidade de destruição diminui
entre os homens à medida que o
Espírito supera a matéria; é por isso que ao horror da destruição vedes seguir-se o desenvolvimento
intelectual e moral.
734. No
seu estado atua], o homem tem direito ilimitado de destruição sobre os animais?
— Esse
direito é regulado pela necessidade de prover à sua alimentação e à sua segurança; o abuso jamais foi um direito.
735. Que pensar da destruição
que ultrapassa os limites das necessidades e da segurança; da caça, por
exemplo, quando não tem por objetivo senão o prazer de destruir, sem utilidade?
— Predominância da bestialidade
sobre a natureza espiritual. Toda destruição
que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus.
Os animais não destroem
mais do que necessitam, mas o homem, que tem
o livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Prestará contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois
nesses casos ele cede aos maus instintos.
736. Os povos que levam ao excesso o
escrúpulo no tocante à destruição dos animais têm mérito especial?
— É
um excesso, num sentimento que em si mesmo é louvável, mas que se torna abusivo e cujo mérito acaba
neutralizado por abusos de toda espécie eles têm mais temor supersticioso do
que verdadeira bondade.
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