Tema
do mês: Boa Nova Data: 21 Novembro 15
Objetivo
Formativo: Conscientizar-se
de que a missão de Jesus é de natureza divina.
Objetivo
Informativo: Reconhecer a
importância de Jesus para os cristãos.
Tema
da aula: Jesus: apóstolos, discípulos e
missionários
Objetivo da aula: Despertar a curiosidade e
interesse nos evangelizandos sobre a história dos apóstolos, bem como trazer a
reflexão sobre sua importância para nossas vidas até os dias de hoje.
Evangelizador:
Wilma Maria Roberto
Prece inicial: 03´
Incentivo Inicial: Pedro 05´
Colocar a música sobre Pedro, o apóstolo para que
eles entrem no clima da aula: Alguém sabe quem foi Pedro ?
Alguém aqui tem nome “bíblico” e sabe o motivo de
ter este nome ?
Pedro – Gladstone Lage e Tim
Vem que eu te farei um pescador
de homens
Se perseverares serás Cefas,
Pedra
E onde a agonia do vazio medra
Frutificarás a mitigar a fome
Quero ir contigo mas receio as
águas
Temo afundar enquanto vais
andando
Se no Horto já pressentes tuas
chagas
Eu, Tiago e João ao chão, em sono
Como não bastasse, eis-me a ferir
Um soldado que te traz voz de
prisão
Sou pequena ovelha, atemorizada
Balindo negação
Volvo à vida e tomo pela tua mão
Crê, te levarei aonde não queiras
ir
Pedro, tu me amas? Pedro, tu me
amas? Pedro, tu me amas?
E tu que és a rocha
Constrói a minha casa No coração
do irmão
Ouve, Simão Pedro, morrerás em
cruz
Não, eu não mereço essa distinção
Se depois do Mestre, Martírios
são troféus
E as mãos que Ele tocou Os pés
que Ele lavou
Apontarão Os céus
Desenvolvimento: Os apóstolos de Jesus - 30´
O principal objetivo aqui é despertar no coração
de cada um o amor e caridade destes espíritos abnegados que aceitam missões em
benefício da humanidade. Também traremos curiosidades que podem despertar
interesse em ler o Evangelho, buscar histórias sobre os evangelistas e entender
o que cada um quis nos dizer e ensinar.
Dependendo
do número de evangelizandos presentes podemos fazer um jogo de passe ou repassa
ou simplesmente distribuir todas as perguntas para que cada um possa ler e
tentar responder em conjunto.
1. O que significa a palavra APÓSTOLO
?
Apóstolo
é uma palavra derivada do grego que significa enviado
2. O
que você entende por Discípulo ? Aquele que recebe
disciplina ou instrução de outro; aluno. Pessoa que adota uma doutrina. Aquele
que segue as ideias ou imita os exemplos de outro.
3.
Você sabe quem foram os escolhidos por Jesus para
serem seus APÓSTOLOS ?
Simão Pedro, André, João, Tiago Maior, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus(Levi), Tiago, o Menor
Judas Tadeu, Simão, o Zelote, Judas Iscariotes, o traidor.
Após a traição de Iscariotes, Matias foi escolhido pelos demais para ocupar seu lugar no colégio apostólico. Outro apóstolo, Paulo de Tarso
Judas Tadeu, Simão, o Zelote, Judas Iscariotes, o traidor.
Após a traição de Iscariotes, Matias foi escolhido pelos demais para ocupar seu lugar no colégio apostólico. Outro apóstolo, Paulo de Tarso
4.
O que eles faziam ? Eram pessoas comuns, homens do
“povo”, cada um com sua formação moral, qualidades e imperfeições.
5.
Qual era a sua missão ? Ajudar Jesus a divulgar a boa nova, o amor, a caridade e a fé em
Deus
6.
Você acha que eles foram treinados para assumir
esta missão ? Como ?
Jesus foi o grande Mestre, estava com eles diariamente e os ensinava
através de suas atitudes que exemplificavam seu amor incondicional.
7.
Quem você acha que escreveu o Novo Testamento,
histórias da vida de Jesus ?
Quatro “evangelistas” escreveram os evangelhos: Mateus e João que
conviveram com Jesus e Lucas e Marcos que foram discípulos dos apóstolos.
8.
Quem era Mateus?
Quais características podemos destacar na sua forma de escrever as histórias de
Jesus?
Mateus era Levi, primo de Jesus, trabalhava como cobrador de
impostos. Se destacava pelo seu nível intelectual.
Seu evangelho está escrito em aramaico, escrito para os
judeus e portanto ele busca referências nos profetas do Velho Testamento.
No seu evangelho encontramos as missões dos discípulos, as
parábolas, o Sermão da Montanha e as profecias do Mestre sobre os acontecimentos
futuros na Terra.
9.
Quem era João?
Quais características podemos destacar na sua forma de escrever as histórias de
Jesus?
João era irmão de Tiago e filho de Zebedeu. Ele era o
evangelista mais novo, o último a desencarnar, o escolhido por Jesus para
consolar Maria no dia da crucificação.
É um evangelho escrito em grego que toca nosso coração, transborda
amor: define o Cristo, o ser que transcendeu e atingiu patamares mais altos da
evolução. Ele fala da substância viva que animava o corpo de Jesus que tinha a
função de ser um com Deus.
ü
Ele apresenta 07 afirmações do Cristo: Eu
sou a luz do mundo, Eu sou o pão da vida, Eu sou o bom pastor,
Eu
sou a porta das ovelhas, Eu sou a ressurreição e a vida.Eu sou o caminho, a
verdade e a vida.
No seu Evangelho ele conta as negações de Simão Pedro ao
Cristo e traz o consolador prometido
10.
Quem era Marcos?
Quais características podemos destacar na sua forma de escrever as histórias de
Jesus?
Marcos (João Marcos) não era um seguidor de Jesus. Era muito
jovem e foi convidado por Paulo de Tarso (13º apóstolo) na casa de sua mãe,
Maria Marcos que era um ponto de apoio dos apóstolos devido à perseguição aos
seguidores da Casa do Caminho. Ele viaja com Pedro à Babilônia e relatou tudo o
que aprendeu com ele nesta viagem após seu assassinato.
Seu Evangelho é rápido, objetivo e pragmático, tem 16 capítulos
escritos em grego. Ele narra a relação de Jesus com o mundo, há partes que
somente estão descritas no seu evangelho.
11.
Quem era Lucas?
Quais características podemos destacar na sua forma de escrever as histórias de
Jesus?
Lucas era grego, médico, o único autor não judeu de toda a
Bíblia.
Seu evangelho foi escrito em grego, o de linguagem mais
culta. Ele quem traz a palavra “cristão” para todos aqueles que seguiam o Mestre
Jesus Cristo.
Era um jovem
discípulo de Paulo de Tarso que por já estar idoso e fortemente perseguido
pelos romanos, ele revela à Lucas seu sonho de escrever o evangelho e pede que
ele o faça. Como Lucas não conheceu Jesus pessoalmente, ele vai até Maria para
ouvir as histórias do Mestre e também conversa com Mateus que foi um dos
principais contadores das histórias do Mestre.
Seu evangelho é leve, doce, transpira o amor da mãe de Jesus, nele
encontramos o nascimento de Jesus narrado na visão da própria Maria. Ele quem
escreve o Atos dos apóstolos.
12.
Qual a importância destes Evangelhos
para nós ? Pergunta aberta, pedir
opinião de cada um.
Fixação: Missionário
eu ???? – 05´
Pedir
para que todos fechem os olhos que faremos um exercício de visualização...
Fechemos
os olhos e respiremos profunda e calmamente. Imagine que você está num campo
muito grande, em toda à sua volta vê muitas árvores, flores, pássaros. Sente
cheiro de planta fresquinha, molhada, uma brisa gostosa bate em seu rosto enquanto
você caminha pelos campos. Olha para o céu e vê aquela imensidão azul, nuvens
formando sorrisos para você. Uma alegria imensa toma conta do seu coração que
você nem sabe explicar de onde vem aquele sentimento tão gostoso, leve. Você
sente uma vontade de abrir seus braços para abraçar aquele sentimento, aquele
lugar...
Como
é maravilhoso estar com o coração aberto para sentir as bênçãos da vida, você
fecha seus olhos e respira fundo porque quer que aquele momento seja eterno...
De
repente você sente uma energia muito forte chegando perto de você, uma luz
brilhante que não consegue definir sua cor ou profundidade; nela está envolto o
nosso Mestre e Amigo Jesus te estendendo a mão e perguntando:
Meu
irmão você aceitaria ser um missionário do Amor por 1 dia ?
E
por 1 semana ?
1
mês ?
1
ano ?
1
vida ?
Saiba
que somente peço que siga meus passos e ame de todo o seu coração independente
do que acontecer, do que lhe causarem...
Você
fica tão surpreso e emocionado que não consegue responder, mas fica pensativo e
reflete sobre quais seriam seus ganhos e suas perdas se aceitasse este
convite...
E
então você desperta deste momento de reencontro com o Mestre e vai retornando à
sala de aula em paz e alegria.
Prece Final: dos evangelizandos
“Quem ama, ora, e quem perdeu o
contato com o amor, mais necessidade tem da oração, a fim de reatar os laços
consigo mesmo, com o seu próximo e com Deus”
Bibliografia:
§ O Novo Testamento
§ Pedro tu me amas por Simão
Pedro – FEBTV http://www.febtv.com.br/pedro-tu-me-amas-sima%CC%83o-pedro_b489e3b2a.html
§ ESE
CAP. XVIII INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS - Dar-se-á àquele que tem
§ Podcast
PODSER#05: João Batista e João, o Evangelista
1
- Jesus é um Mestre - o melhor Mestre que já esteve na Terra. O que é um Mestre? Alguém com muita
sabedoria e que age conforme o que ensina. Falar de Jesus - transmitia paz,
calma, amor, carinho; ensinava por parábolas (histórias que envolviam situações
que o povo conhecia). Não é importante se ele era loiro, moreno, alto, baixo,
mas sim que ele é o espírito mais evoluído que já encarnou na Terra. É o
governador da Terra. Ele vivenciava aquilo que ensinava.
Apóstolo é
uma palavra derivada do grego que significa enviado. Inicialmente Jesus
escolheu doze apóstolos e os enviou para diversos lugares para pregarem a
chegada da Boa Nova ou do Evangelho.
Jesus
também tinha para ajudá-lo em vida, além dos doze apóstolos, cerca de 70
discípulos, palavra derivada do latim que significa aluno.
Nos seus doze homens, originalmente um deles era coletor de impostos, outro
carpinteiro e vários outros eram viajantes ou pescadores que exerciam sua
profissão nas águas da Galiléia. Quando foram chamados para servir, eles se
dedicaram a ser testemunhas para o mundo daquele que os chamara.
MISSÃO significa obrigação, compromisso, dever a
cumprir, função, encargo, incumbência, ocupação para o bem.
2
- Jesus tinha muitos seguidores. Ele atraia multidões. Alguns eram apenas
curiosos: ouviam e iam embora. Outros queriam apenas ser curados pelo Mestre ou
vê-lo praticando curas. Mas muitos eram tocados no coração pelo Mestre, com
suas palavras e seu jeito sincero de ser. Esses seguiam Jesus em suas viagens,
sedentos de saber mais, de se melhorarem como pessoas.
3 - Abaixo segue o nome dos discípulos principais ou apóstolos
escolhidos por Jesus
Cristo há cerca de dois
milênios:
Simão chamado Pedro, o príncipe dos apóstolos era pescador. Era determinado e sincero. Iletrado, inquieto, irritável, imediatista.
André, o primeiro Pescador de Homens, irmão de Pedro
João, o apóstolo bem-amado, o mais jovem, prestativo e altruísta. Era sincero e intolerante, queria ser o melhor entre os discípulos.
Tiago, o Maior, irmão de João. Foi o primeiro evangelizador da Espanha. Era primo consanguíneo de Cristo.
Simão chamado Pedro, o príncipe dos apóstolos era pescador. Era determinado e sincero. Iletrado, inquieto, irritável, imediatista.
André, o primeiro Pescador de Homens, irmão de Pedro
João, o apóstolo bem-amado, o mais jovem, prestativo e altruísta. Era sincero e intolerante, queria ser o melhor entre os discípulos.
Tiago, o Maior, irmão de João. Foi o primeiro evangelizador da Espanha. Era primo consanguíneo de Cristo.
Filipe, o místico helenista
Bartolomeu, o viajante
Tomé, o ascético. Era inseguro, só acreditava naquilo que tocava. Era desconfiado.
Mateus ou Levi, o publicano, coletor de impostos. Era sociável e gostava de festas.
Tiago, o Menor . Era filho de Alfeu, irmão de Levi (Mateus)
Judas Tadeu, o primo de Jesus
Simão, o Zelota ou o Cananeu
Judas Iscariotes, o traidor. Judas Iscariotes: moderado, discreto, equilibrado e sensato. Sabia lidar com contabilidade e cuidava do dinheiro do grupo. Era o mais polido dos discípulos, muito eloqüente.
Após a traição de Iscariotes, Matias foi escolhido pelos demais para ocupar seu lugar no colégio apostólico. Mais rigorosamente seria o 13º apóstolo. Outro famoso apóstolo, Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios, não foi testemunha ocular de Jesus Cristo, mas convertido através de visões do Jesus ressuscitado, tornou-se um dos mais ardentes apóstolos do cristianismo.
Os primeiros quatro livros são sobre a vida, os ensinos e a morte de Jesus Cristo,
e são designados de Os Evangelhos,
que significa A Boa Nova. Eles
foram escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João, sendo que:Bartolomeu, o viajante
Tomé, o ascético. Era inseguro, só acreditava naquilo que tocava. Era desconfiado.
Mateus ou Levi, o publicano, coletor de impostos. Era sociável e gostava de festas.
Tiago, o Menor . Era filho de Alfeu, irmão de Levi (Mateus)
Judas Tadeu, o primo de Jesus
Simão, o Zelota ou o Cananeu
Judas Iscariotes, o traidor. Judas Iscariotes: moderado, discreto, equilibrado e sensato. Sabia lidar com contabilidade e cuidava do dinheiro do grupo. Era o mais polido dos discípulos, muito eloqüente.
Após a traição de Iscariotes, Matias foi escolhido pelos demais para ocupar seu lugar no colégio apostólico. Mais rigorosamente seria o 13º apóstolo. Outro famoso apóstolo, Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios, não foi testemunha ocular de Jesus Cristo, mas convertido através de visões do Jesus ressuscitado, tornou-se um dos mais ardentes apóstolos do cristianismo.
ð Marcos, que era médico e
denominado também como João Marcos,
escreveu depois da crucificação de Jesus, baseado nas lembranças
do Apóstolo Pedro.
ð Já
Lucas, discípulo de Paulo de
Tarso, que também não foi testemunha ocular de Cristo,
fez uma pesquisa criteriosa para ordenar os fatos e os ensinos do Mestre, baseando-se boa parte dela
nas lembranças de Maria, mãe de Jesus.
ð O
Atos dos Apóstolos, que vem
logo depois do Evangelho de João, fala das atitudes
dos apóstolos após a crucificação de Jesus, começando com o evento chamado de Pentecostes, e continuando mais
atento à vida e às viagens do apóstolo Paulo, abrangendo um
período de mais de trinta anos após a morte de Jesus.
ð As
Epístolas são escritos
doutrinários em forma de cartas, que se dividem em dois conjuntos: as Paulinas e as Universais. As Paulinas
são as cartas que o apóstolo
Paulo mandava às igrejas recém fundadas e aos
discípulos. As Universais são
as cartas de vários apóstolos para os cristãos em geral, compreendendo: uma
carta de Tiago, uma de Judas Tadeu, duas de Pedro e três de João Evangelista.
ð O
Apocalipse é um livro em
linguagem cifrada, cheia de símbolos e visões proféticas relativas ao final dos
tempos, escrito já na velhice de João Evangelista, quando este
estava recluso na ilha de Patmos.
4
- Alguns desses seguidores eram mulheres:
Maria de Betânia (irmã de Marta e Lázaro)
Maria de Magdala (Jesus a curou de uma obsessão)
Maria (esposa de Alfeu e mãe do apóstolo Tiago Menor)
Salomé (esposa de Zebedeu e mãe de Tiago Maior e de João)
Joana (esposa de Cuza, procurador de Herodes).
Maria de Betânia (irmã de Marta e Lázaro)
Maria de Magdala (Jesus a curou de uma obsessão)
Maria (esposa de Alfeu e mãe do apóstolo Tiago Menor)
Salomé (esposa de Zebedeu e mãe de Tiago Maior e de João)
Joana (esposa de Cuza, procurador de Herodes).
5-
Os evangelistas - as pessoas que escreveram os quatro Evangelhos: Mateus,
Marcos, João e Lucas. Mateus, Marcos e João conviveram com Jesus e escreveram
os evangelhos muitos anos depois da morte de Jesus. Lucas era médico e não
conviveu com Jesus. Nesses Evangelhos, eles contam várias passagens da vida de
Jesus. Relatam também sobre seus ensinamentos e as parábolas que ele contava.
6 - Os que acreditam e procuram vivenciar os ensinamentos de Jesus são chamados cristãos. O Espiritismo nos diz que Jesus é nosso modelo e guia, o ser mais perfeito que já encarnou na Terra
6 - Os que acreditam e procuram vivenciar os ensinamentos de Jesus são chamados cristãos. O Espiritismo nos diz que Jesus é nosso modelo e guia, o ser mais perfeito que já encarnou na Terra
MISSÃO
DOS DOZE APÓSTOLOS
BASE EVANGÉLICA:
MATEUS
CAP. 10 - MISSÃO DOS DOZE APÓSTOLOS
1
E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos,
para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal.
2
Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e
André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;
3
Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e
Lebeu, apelidado Tadeu;
4
Simão o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.
5
Jesus enviou estes doze, e lhes
ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade
de samaritanos;
6
Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;
7
E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.
8
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os
demônios; de graça recebestes, de graça dai.
9
Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos,
10
Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque
digno é o operário do seu alimento.
11
E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja
digno, e hospedai-vos aí, até que vos retireis.
12
E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a;
13
E, se a casa for digna, desça sobre ela
a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.
14
E, se ninguém vos receber, nem
escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
15
Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de
Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.
16
Eis que vos envio como ovelhas ao meio
de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as
pombas.
17
Acautelai-vos, porém, dos homens;
porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;
18
E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de
mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios.
19
Mas, quando vos entregarem, não vos dê
cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será
ministrado o que haveis de dizer.
20
Porque não sois vós quem falará, mas o
Espírito de vosso Pai é que fala em vós.
21
E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão
contra os pais, e os matarão.
22
E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.
23
Quando pois vos perseguirem nesta
cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de
percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem.
24
Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.
25
Basta ao discípulo ser como seu mestre,
e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto
mais aos seus domésticos?
26
Portanto, não os temais; porque nada há
encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.
27
O que vos digo em trevas dizei-o em
luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados.
28
E não temais os que matam o corpo e não
podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma
e o corpo.
29
Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem
a vontade de vosso Pai.
30
E até mesmo os cabelos da vossa cabeça
estão todos contados.
31
Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.
32
Portanto, qualquer que me confessar
diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.
33
Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu
Pai, que está nos céus.
34
Não cuideis que vim trazer a paz à
terra; não vim trazer paz, mas espada;
35
Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua
mãe, e a nora contra sua sogra;
36
E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.
37
Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o
filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
38
E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.
39
Quem achar a sua vida perdê-la-á; e
quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.
40
Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me
enviou.
41
Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; e
quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo.
42
E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes
pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o
seu galardão.
BASE
DOUTRINÁRIA:
O
LIVRO DOS ESPÍRITOS
568.
Os Espíritos, que têm missões a cumprir, as cumprem na erraticidade, ou
encarnados?
“Podem
tê-las num e noutro estado. Para certos Espíritos errantes, é uma grande
ocupação.”
569.
Em que consistem as missões de que podem ser encarregados os Espíritos
errantes?
“São
tão variadas que impossível fora descrevê-las. Muitas há mesmo que não podeis
compreender. Os Espíritos executam as vontades de Deus e não vos é dado
penetrar-lhe todos os desígnios.”
As
missões dos Espíritos têm sempre por objeto o bem. Quer como Espíritos, quer como
homens, são incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos
indivíduos, dentro de um círculo de idéias mais ou menos amplas, mais ou menos
especiais e de velar pela execução de determinadas coisas.
Alguns desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou
inteiramente locais, como sejam assistir os enfermos, os agonizantes, os
aflitos, velar por aqueles de quem se constituíram guias e protetores,
dirigi-los, dando-lhes conselhos ou inspirando-lhes bons pensamentos. Pode
dizer-se que há tantos gêneros de missões quantas as espécies de interesses a
resguardar, assim no mundo físico, como no moral. O Espírito se adianta
conforme à maneira por que desempenha a sua tarefa.
570.
Os Espíritos percebem sempre os desígnios que lhes compete executar?
“Não. Muitos há que são instrumentos cegos.
Outros, porém, sabem muito bem com que fim atuam.”
571.
Só os Espíritos elevados desempenham missões?
“A
importância das missões corresponde às
capacidades e à elevação do Espírito. O estafeta que leva um telegrama ao
seu destinatário também desempenha uma perfeita missão, se bem que diversa da
de um general.”
572.
A missão de um Espírito lhe é imposta, ou depende da sua vontade?
“Ele
a pede e ditoso se considera se a obtém.”
a)
- Pode uma igual missão ser pedida por muitos Espíritos?
“Sim,
é freqüente apresentarem-se muitos candidatos, mas nem todos são aceitos.”
573.
Em que consiste a missão dos Espíritos
encarnados?
“Em
instruir os homens, em lhes auxiliar o
progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais. As
missões, porém, são mais ou menos gerais e importantes. O que cultiva a terra
desempenha tão nobre missão, como o que governa, ou o que instrui. Tudo em
a Natureza se encadeia. Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação,
concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência. Cada um
tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade.”
580.
O Espírito, que encarna para desempenhar determinada missão, tem apreensões
idênticas às de outro que o faz por provação?
“Não,
porque traz a experiência adquirida.”
581.
Certamente desempenha missão os homens que servem de faróis ao gênero humano,
que o iluminam com a luz do gênio. Entre eles, porém, alguns há que se enganam,
que, de par com grandes verdades, propagam grandes erros. Como se deve
considerar a missão desses homens?
“Como
falseadas por eles próprios. Estão abaixo da tarefa que tomaram sobre os
ombros. Contudo, mister se faz levar em conta as circunstâncias. Os homens de
gênio têm que falar de acordo com as épocas em que vivem e assim, um
ensinamento que pareceu errôneo ou pueril, numa época adiantada, pode ter sido
o que convinha no século em que foi divulgado.”
O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO CAP. XVIII INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS - Dar-se-á àquele que tem
13.
Aproximando-se dele, seus discípulos lhe disseram: Por que lhes falas por
parábolas? Respondendo, disse-lhes ele: É porque, a vós outros, vos foi dado
conhecer os mistérios do reino dos céus, ao passo que a eles isso não foi dado.
- Porque, àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância;
àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. - Por isso é
que lhes falo por parábolas: porque, vendo, nada vêem e, ouvindo, nada
entendem, nem compreendem. - Neles se cumpre a profecia de Isaías, quando diz:
Ouvireis com os vossos ouvidos e nada entendereis, olhareis com os vossos olhos
e nada vereis. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 10 a 14.)
14.
Tende muito cuidado com o que ouvis, porquanto usarão para convosco da mesma
medida de que vos houverdes servido para medir os outros, e ainda se vos
acrescentará; - pois, ao que já tem, dar-se-á, e, ao que não tem, até o que tem
se lhe tirará. (S. MARCOS, cap. IV. vv. 24 e 25.)
15.
"Dá-se ao que já tem e tira-se ao
que não tem." Meditai esses grandes ensinamentos que se vos hão por
vezes afigurado paradoxais.
Aquele que recebeu é o que possui o
sentido da palavra divina; recebeu unicamente porque tentou tornar-se digno
dela e porque o Senhor, em seu amor misericordioso, anima os esforços que
tendem para o bem. Aturados, perseverantes, esses esforços atraem as graças do
Senhor; são um ímã que chama a si o que é progressivamente melhor, as graças
copiosas que vos fazem fortes para galgar a montanha santa, em cujo cume está o
repouso após o labor. "Tira-se ao que não tem, ou tem pouco."
Tomai isso como uma antítese figurada. Deus não retira das suas criaturas o bem
que se haja dignado de fazer-lhes. Homens cegos e surdos! abri as vossas
inteligências e os vossos corações; vede pelo vosso espírito; ouvi pela vossa
alma e não interpreteis de modo tão grosseiramente injusto as palavras daquele
que fez resplandecesse aos vossos olhos a justiça do Senhor. Não é Deus quem
retira daquele que pouco recebera: é o próprio Espírito que, por pródigo e
descuidado, não sabe conservar o que tem e aumentar, fecundando-o, o óbolo que
lhe caiu no coração.
Aquele
que não cultiva o campo que o trabalho de seu pai lhe granjeou, e que lhe coube
em herança, o vê cobrir-se de ervas parasitas. E seu pai quem lhe tira as colheitas
que ele não quis preparar? Se, â falta de cuidado, deixou fenecessem as
sementes destinadas a produzir nesse campo, é a seu pai que lhe cabe acusar por
nada produzirem elas? Não e não. Em vez de acusar aquele que tudo lhe
preparara, de criticar as doações que recebera, queixe-se do verdadeiro autor
de suas misérias e, arrependido e operoso, meta, corajoso, mãos à obra;
arroteie o solo ingrato com o esforço de sua vontade; lavre-o fundo com auxílio
do arrependimento e da esperança; lance nele, confiante, a semente que haja
separado, por boa, dentre as más; regue-o com o seu amor e a sua caridade, e
Deus, o Deus de amor e de caridade, dará àquele que já recebera. Verá ele,
então, coroados de êxito os seus esforços e um grão produzir cem e outro mil.
Ânimo, trabalhadores! Tomai dos vossos arados e das vossas charruas; lavrai os
vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor
vos confia e o orvalho do amor lhe fará produzir frutos de caridade. - Um
Espírito amigo. (Bordéus, 1862.)
Pelas
suas obras é que se reconhece o cristão
16. "Nem todos os que me
dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que
fazem a vontade de meu Pai que está nos céus." Escutai essa palavra
do Mestre, todos vós que repelis a Doutrina Espírita como obra do demônio. Abri
os ouvidos, que é chegado o momento de ouvir. Será bastante trazer a libré do
Senhor, para ser-se fiel servidor seu? Bastará dizer:
"Sou cristão", para que
alguém seja um seguidor do Cristo? Procurai os
verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. "Uma árvore
boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos bons." -
"Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo."
São do Mestre essas palavras. Discípulos do Cristo, compreendei-as bem! Que
frutos deve dar a árvore do Cristianismo, árvore possante, cujos ramos
frondosos cobrem com sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigam
todos os que se hão de grupar em torno dela? Os da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O
Cristianismo, qual o fizeram há muitos séculos, continua a pregar essas virtudes divinas;
esforça-se por espalhar seus frutos, mas quão poucos os colhem! A árvore é boa sempre, porém
maus são os jardineiros. Entenderam de moldá-la pelas suas idéias; de
talhá-la de acordo com as suas necessidades; cortaram-na, diminuíram-na,
mutilaram-na; tomados estéreis, seus ramos não dão maus frutos, porque nenhuns
mais produzem. O viajor
sedento, que se detém sob seus galhos à procura do fruto da esperança, capaz de
lhe restabelecer a força e a coragem, somente vê uma ramaria árida,
prenunciando tempestade. Em vão pede ele o fruto de vida à árvore da vida;
caem-lhe secas as folhas; tanto as remexeu a mão do homem, que as crestou.
Abri, pois, os ouvidos e os corações, meus bem-amados! Cultivai essa árvore da
vida, cujos frutos dão a vida eterna. Aquele que a plantou vos concita a
tratá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância seus frutos divinos.
Conservai-a tal como o Cristo vo-la entregou: não a mutileis; ela quer estender
a sua sombra imensa sobre o Universo: não lhe corteis os galhos. Seus frutos
benfazejos caem abundantes para alimentar o viajor faminto que deseja chegar ao
termo da jornada; não amontoeis esses frutos, para os armazenar e deixar
apodrecer, a fim de que a ninguém sirvam. "Muitos são os chamados e poucos os escolhidos."
É que há açambarcadores do pão da vida, como os há do pão material. Não sejais
do número deles; a árvore que dá bons frutos tem que os dar para todos. Ide, pois,
procurar os que estão famintos; levai-os para debaixo da fronde da árvore e
partilhai com eles do abrigo que ela oferece. - "Não se colhem uvas nos
espinheiros." Meus irmãos, afastai-vos dos que vos chamam para vos
apresentar as sarças do caminho, segui os que vos conduzem à sombra da árvore
da vida.
O
divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão:
"Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus;
entrarão somente os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus."
Que
o Senhor de bênçãos vos abençoe; que o Deus de luz vos ilumine; que a árvore da
vida vos ofereça abundantemente seus frutos! Crede e orai. - Simeão. (Bordéus,
1863.)
OBRAS
SUBSIDIÁRIAS:
PELOS FRUTOS LIVRO
FONTE VIVA – EMMANUEL Por seus frutos os conhecereis. -
Jesus. MATEUS, 7:16
Nem pelo tamanho.
Nem pela configuração.
Nem pelas ramagens.
Nem pela imponência da
copa.
Nem pelos rebentos
verdes.
Nem pelas pontas
ressequidas.
Nem pelo aspecto
brilhante.
Nem pela apresentação
desagradável.
Nem pela antiguidade do
tronco.
Nem pela fragilidade
das folhas.
Nem pela casca rústica
ou delicada.
Nem pelas flores
perfumadas ou inodoras.
Nem pelo aroma
atraente.
Nem pelas emanações
repulsivas.
Árvore alguma será
conhecida ou amada pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos, pela
utilidade, pela produção.
Assim também nosso
espírito em plena jornada...
Ninguém que se consagre
realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela
superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões
individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de
nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem
geral.
- "Pelos frutos os
conhecereis" - disse o Mestre.
- "Pelas nossas ações
seremos conhecidos" - repetiremos nós.
LIVRO SEARA DOS MÉDIUNS
– EMMANUEL
83
- OBREIROS E INSTRUMENTOS Reunião pública de 14/11/60 Questão nº 226 -
Parágrafo 12º
Afirmas, a cada passo,
plena confiança nos instrutores espirituais que a todos nos assistem.
Neles reconheces os
timoneiros da evolução.
Entretanto, não te
confies à inércia, atribuindo-lhes no mundo o dever que te cabe.
A usina, conquanto
poderosa, não realiza a tarefa da lâmpada.
O oceano, apesar de
gigantesco, não atende ao ministério da fonte humilde.
*
Eles,
os obreiros da luz, oferecem planos admiráveis; contudo, aguardam mãos
prestimosas para que as boas obras se consolidem.
Auxiliam
a enxergar a realidade, mas não dispensam olhos compassivos que adocem a
revelação da verdade, para que a verdade não se faça fogo destruidor.
Ajudam
a conhecer as pessoas e os problemas, mas pedem ouvidos caridosos que saibam
discernir, a fim de que o mal não se levante por flagelo da vida alheia.
Inspiram
idéias edificantes, mas rogam corações generosos que lhes detenham a luz.
Apresentam
as áreas destinadas à produção do melhor; no entanto, solicitam pés que as
procurem na direção do serviço.
*
Não
te digas sem mediunidade para a edificação a fazer, porquanto, se estivéssemos
apenas em função de meros fenômenos endereçados à inteligência, não passaríamos
de agentes menos responsáveis, sustentando um parque de diversões.
Através
da onda de nossos pensamentos, podemos estar em contato incessante com a onda
dos pensamentos superiores que vertem dos mensageiros do Cristo, sabendo,
assim, conscientemente, a extensão do trabalho que nos compete.
Seja
onde for, onde estiveres, és instrumento do bem, chamado à prestação de serviço
segundo as necessidades dos que te cercam.
Não
te faças, desse modo, indiferente ou desavisado, pois, conforme a antiga
sabedoria, “tudo o que fizermos sem fé ou sem boa-vontade, sem esforço ou sem
sacrifício, não tem qualquer valor ou merecimento, nem neste mundo, nem no
outro”.
LIVRO JESUS NO LAR: 22
- O TALISMÃ DIVINO
Entabularam
os familiares interessante palestra, acerca das faculdades sublimes de que o
Mestre dava testemunho amplo, curando loucos e cegos, quando Isabel, a zelosa
genitora de João e Tiago, indagou, sem preâmbulos:
—
Senhor, terás contigo algum talismã de cuja virtude possamos desfrutar? Algum
objeto mágico que nos possa favorecer?
Jesus
pousou na matrona os olhos penetrantes e falou, risonho:
—
Realmente, conheço um talismã de maravilhoso poder. Usando-lhe os milagrosos
recursos, é possível iniciar a aquisição de todos os dons de Nosso Pai. Oferece
a descoberta dos tesouros do amor que resplandecem ao redor de nós, sem que
lhes vejamos, de pronto, a grandeza. Descortina o entendimento, onde a
desarmonia castiga os corações. Abre a porta às revelações da arte e da
ciência. Estende possibilidades de luminosa comunhão com as fontes divinas da
vida. Convida à bênção da meditação nas coisas sagradas. Reata relações de
companheiros em discordância. Descerra passagens de luz aos espíritos que se
demoram nas sombras. Permite abençoadas sementeiras de alegria. Reveste-se de
mil oportunidades de paz com todos. Indica vasta rede de trilhos para o
trabalho salutar. Revela mil modos de enriquecer a vida que vivemos. Facilita o
acesso da alma ao pensamento dos grandes mestres. Dá comunicações com os
mananciais celestes da intuição.
—
Que mais? — disse o Senhor, imprimindo ênfase à pergunta.
E
após sorrir, complacente, continuou:
—
Sem esse divino talismã, é impossível começar qualquer obra de luz e paz na
Terra.
Os
olhos dos ouvintes permutavam expressões de assombro, quando a esposa de
Zebedeu inquiriu, espantada:
—
Mestre, onde poderemos adquirir semelhante bênção? Dize-nos. Precisamos desse
acumulador de felicidade.
O
Cristo, então, acrescentou, bem-humorado:
—
Esse bendito talismã, Isabel, é propriedade comum a todos. É “a hora que
estamos atravessando”... Cada minuto de nossa alma permanece revestido de
prodigioso poder oculto, quando sabemos usá-lo no Infinito Bem, porque toda
grandeza e toda decadência, toda vitória e toda ruína são iniciadas com a
colaboração do dia.
E
diante da perplexidade de todos, rematou:
—
O tempo é o divino talismã que devemos aproveitar.
23 -OS MENSAGEIROS DISTRAÍDOS
Os
ouvintes do culto da Boa Nova discorriam sobre as polêmicas que se travavam incessantemente
em torno da fé, nos círculos do farisaísmo de várias escolas, quando o Cristo,
dentro da profunda simplicidade que lhe era característica, narrou, tolerante:
—
Um grande senhor recebeu alarmantes notícias de vasto agrupamento de servos, em
zona distante da sede do seu governo, que se viam fustigados por febre maligna,
e, desejoso de socorrer os tutelados que sofriam na região remota de seus
domínios, enviou-lhes mensageiros de confiança, conduzindo remédios adequados à
situação e providências alusivas ao reajustamento geral.
Os
emissários saíram do palácio com grandes promessas de trabalho, segurança e
eficiência na missão; todavia, assim que se viram fora das portas do senhor,
começaram a rixar pela escolha dos caminhos.
Uns
reclamavam o atalho, outros a planície sem espinheiros e outros, ainda, pediam
a passagem através dos montes.
Longos
dias perderam na disputa, até que o grupo se desuniu, cada falange atendendo
aos próprios caprichos, com absoluto esquecimento do objetivo fundamental.
As
dificuldades, porém, não foram solucionadas com decisão. Criados os roteiros
diferentes, como que se dilataram os conflitos. Reduzidas agora, numericamente,
as expedições sofreram, com mais rigor, os golpes esterilizantes das opiniões
pessoais. Os viajantes não cuidavam senão de inventar novos motivos para o
atrito inútil. Entre os que marchavam pelo trilho mais curto, pela vargem e
pela serra lavraram discussões improdutivas, contundentes e intermináveis. Dias
e noites preciosos eram desprendidos em comentários ruidosos quanto à febre,
quanto à condição dos enfermos ou quanto às paisagens em torno. Horas difíceis
de amargura e desarmonia, de momento a momento, interrompiam a viagem, sendo a
muito custo evitadas as cenas de pugilato e homicídio.
Surgiram
as contendas, a propósito de mínimas questões, com pleno desperdício da
oportunidade, e, em razão disso, tanto se atrasaram os viajores do atalho,
quanto os da planície e do monte, de vez que se encontraram no vale da peste a
um só tempo, com enorme e irremediável desapontamento para todos, porquanto, à
míngua do prometido recurso, não sobrara nenhum doente vivo na carne.
A
morte devorara-os, um a um, enquanto os mensageiros discutidores matavam o
tempo, através da viagem.
O
Mestre fixou nos aprendizes o olhar muito lúcido e aduziu:
—
Neste símbolo, temos o mundo atacado pela peste da maldade e da descrença e
vemos o retrato dos portadores da medicação celeste, que são os religiosos de
todos os matizes, que falam na Terra, em nome do Pai. Os homens iluminados pela
sabedoria da fé, entretanto, apesar de haverem recebido valiosos recursos do
Céu para os que sofrem e choram, em conseqüência da ignorância e da aflição
dominantes no mundo, olvidam as obrigações que lhes assinalam a vida e,
sobrepondo os próprios caprichos aos propósitos do Supremo Senhor, se desmandam
em desvarios verbais de toda espécie. Enquanto alimentam o distúrbio, levianos
e distraídos, os necessitados de luz e socorro desfalecem à falta de
assistência e dedicação.
E
afagando uma das crianças presentes, qual se concentrasse todas as esperanças
no sublime futuro, finalizou, sorridente e calmo:
—
A discussão, por mais proveitosa, nunca deve distrair-nos do serviço que o
Senhor nos deu a fazer.
41 - O INCENTIVO SANTO
Aberta
a sessão de fraternidade em casa de Pedro, Tadeu clamou, irritado, contra as
próprias fraquezas, asseverando perante o Mestre:
—
Como ensinar a verdade se ainda me sinto inclinado à mentira? Com que
títulos transmitir o bem, quando ainda me reconheço arraigado ao mal?
Como exaltar a espiritualidade divina, se a animalidade grita mais
alto em minha própria natureza?
O
companheiro não formulava semelhantes perguntas por espírito de desespero ou
desânimo, mas sim pela enorme paixão do bem que lhe tomava o íntimo, a
observar pela inflexão de amargura com que sublinhava as palavras.
Entendendo-lhe
a mágoa, Jesus falou, condescendente:
—
Um santo aprendiz da Lei, desses que se consagram fielmente à Verdade, chamado
pelo Senhor aos trabalhos da profecia entre os homens, mantinha-se na profissão
de mercador de remédios, transportando ervas e xaropes curativos, da cidade
para os campos, utilizando-se para isso de um jumento caprichoso e inconstante,
quando, refletindo sobre os defeitos de que se via portador, passou a
entristecer-se profundamente. Concluiu que não lhe cabia colaborar nas
revelações do Céu, pelo estado de impureza íntima, e fez-se mudo. Atendia às
obrigações de protetor dos doentes, mas recusava-se a instruir as criaturas, na
Divina Palavra, não obstante as requisições do povo que já lhe conhecia os
dotes de inteligência e inspiração.
Sentido,
porém, que a Celeste Vontade o constrangia ao desempenho da tarefa e reparando
que os seus conflitos mentais se tornavam cada vez mais esmagadores, certa
noite, depois de abundantes lágrimas, suplicou esclarecimento ao Todo-Poderoso.
Sonhou,
então, que um anjo vinha encontrá-lo em suas lides de mercador. Viu-se
cavalgando o voluntarioso jumento, vergado ao peso de preciosa carga, em
verdejante caminho, quando o emissário divino o interpelou, com bondade, em
seguida às saudações habituais:
—
Meu amigo, sabes quantos coices desferiu hoje este animal?
—
Muitíssimos — respondeu sem vacilação.
—
Quantas vezes terá mordido os companheiros de estrebaria? — prosseguiu o
enviado, sorridente — quantas vezes terá insultado o asseio de tua casa e
orneado despropositadamente?
E
porque o discípulo aturdido não conseguisse responder, de pronto, o anjo
considerou:
—
Entretanto, ele é um auxiliar precioso e deve ser conservado. Transporta
medicamentos que salvam muitos enfermos, distribuindo esperança, saúde e
alegria.
E
fitando os olhos lúcidos no pregador desalentado, rematou:
—
Se este jumento, a pretexto de ser rude e imperfeito, se negasse a cooperar
contigo, que seria dos enfermos a esperarem confiantes em ti? Volta à
missão luminosa que abandonaste, e, se te não é possível, por agora, servir
a Nosso Pai Supremo na condição de um homem purificado, atende aos teus
deveres, espalhando reconforto e bom ânimo, na posição do animal valioso e útil.
Nas bênçãos do serviço, serás mais facilmente encontrado pelos mensageiros
de Deus, os quais, reconhecendo-te a boa-vontade nas realizações do amor,
se compadecerão de ti, amparando-te a natureza e aprimorando-a, tanto
quanto domesticas e valorizas o teu rústico, mas prestimoso auxiliar! Nesse
instante, o pregador viu-se novamente no corpo, acordado, e agora feliz em
razão da resposta do Alto, que lhe reajustaria a errada conduta.
Surgindo
o silêncio, o discípulo agradeceu ao Mestre com um olhar. E Jesus, transcorridos
alguns minutos de manifesta consolação no semblante de todos, concluiu:
—
O trabalho no bem é o incentivo santo da perfeição. Através dele, a
alma de um criminoso pode emergir para o Céu, à maneira do lírio que
desabrocha para a Luz, de raízes ainda presas no charco.
Em
seguida, o Mestre pôs-se a contemplar as estrelas que faiscavam, dentro da
noite, enquanto Tadeu, comovido, se aproximava, de manso, para beijar-lhe as
mãos com doçura reverente.
LIVRO: A VIDA ESCREVE,
2ª PARTE
28
- O ENSINO DA LUZ
-
Senhor - disse Tadeu a Jesus, após o dia de trabalho estafante -, qual é o
nosso dever maior, na execução do Evangelho para a redenção das criaturas?
O
Mestre fitou o céu azul em que nuvens pequeninas semelhavam estrigas de linho
alvo.
E
falou em seguida:
-
Em meio de grande tempestade, inúmeros viajantes se recolheram a enorme casarão
que se assemelhava a um labirinto. Porque sentissem medo uns dos outros, cada
qual se escondeu nos quartos mais internos e, vindo a noite, em vão procuraram
o lugar de saída.
Começou,
então, enorme conflito. Lamentos. Pragas.Assaltos. Correrias. Pancadas. Crimes
nas trevas.
Um
homem, que por ali passava, ouviu os rogos de socorro que partiam do
infortunado reduto e, longe de gritar ou discutir, acendeu a sua candeia e
passou entre os amotinados, em profundo silêncio. Bastou a luz dele para que
todos percebessem os disparates que vinham fazendo, ao mesmo tempo que
encontravam, por si mesmos, a porta libertadora.
O
Mestre fez grande intervalo e voltou a dizer:
-
Se a luz do bom exemplo estiver entre nós, os outros perceberão, com
facilidade, o caminho.
-
E que fazer, Senhor, para semelhante conquista?
Jesus,
continuando em sua contemplação do céu, como exilado buscando alguma visão da
pátria longínqua, aclarou docemente:
-
Procuremos o Reino de Deus e a
sua justiça, isto é, vivamos no amor puro e na consciência tranqüila... E tudo
o mais ser-nos-á acrescentado
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