quinta-feira, 15 de março de 2018

João Batista, o precursor do Cristo


Tema do mês: Cristianismo                    Data: 04 de novembro 17
Objetivo: Reconhecer a importância de alguns personagens biblícos na consolidação do cristianismo ao longo do tempo.

Tema da aula: João Batista, o precursor do Cristo
Objetivo da aula: despertar a reflexão sobre a realidade do planejamento espiritual para nossa evolução, sendo o próprio Jesus trabalhando ativamente com seus trabalhadores nas mais diversas situações desde a formação do Planeta; exemplificaremos com a vida de João Batista.
“João Batista foi a voz clamante do deserto. Operário da primeira hora, é ele o símbolo rude da verdade que arranca as mais fortes raízes do mundo, para que o reino de Deus prevaleça nos corações. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade do amor, a luta para que se desfaçam as sombras do caminho, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer em si mesmo o santuário de sua realização com o Cristo. Foi por essa razão que dele disse Jesus: “Dos nascidos de mulher, João Batista é o maior de todos.” Humberto de Campos

Evangelizador: Wilma Maria Roberto

Material: uma folha de flip chart ou giz, dividi-la em 4 partes e colocar dentro de cada uma o símbolo dos elementos da natureza: FOGO, AR, TERRA, ÁGUA. No centro deles a frase “pedagogia da reencarnação”. A trajetória, fases mais marcantes, da vida de João batista que veio após 450 anos sem profetas será dividida dentro destes elementos.

Prece inicial: 03´

Incentivo Inicial: 5´ Quem é você nos elementos da natureza ?
Pedir para que cada um se identifique com um dos elementos e escreva o motivo.

Desenvolvimento:35´ Pedagogia da reencarnação
Quadrante: dentro dos elementos da natureza colocarei papéis numerados com uma frase da letra da música Veredas e pedir para que os evangelizandos tentem interpretar o que ela significa. Daí complementar o episódio marcante selecionado.  

1: “Elias no carmelo, Na defesa do torá, Ateia fogo às toras, Condenando os adoradores de Baal”
FOGO (1): sua última encarnação como profeta Elias. Um incansável e fervoroso defensor de Moisés que num debate ferrenho com aqueles que eram politeístas, os venceu com sua palavra inflamada e foi responsável pela decaptação de mais de 400 adoradores de Baal.
Renasce como João Batista, filho de Zacarias e Elisabet (Izabel), ambos de idade avançada, sem filhos. Zacarias recebeu anúncio do anjo Gabriel que teria um filho e seu nome seria João, ele traria alegria, reconstruiria famílias, reuniria o retorno dos filhos ao Pai Maior e seria o precursor do Enviado.

ÁGUA
2 “Rejubila desde o ventre de Izabel”
No ventre de sua mãe (2): reconhecimeto de Jesus que também estava no ventre de Maria.Daí a saudação por inspiração mediúnica “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. A mãe de João reconhecia que Jesus era o enviado de Deus e já o saudava com respeito e gratidão, bem-aventurando sua mãe, Maria.
Quando João Batista nasce, seu pai ainda estava mudo e a vizinhança queria dar o nome de seu pai, Zacarias. Mas sua mãe já sabia do anúncio do anjo Gabriel e ele se chamaria João. Daí seu pai retoma a voz e brada “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois caminharás à frente do Senhor, preparando-lhe os caminhos para dar ao seu povo o conhecimento da salvação, por meio do perdão dos pecados.”

4) “Ei-lo, João Batista Na aurora do evangelho Clama a todo povo O arrependimento dos homens Pois já vem o messias”
Batismo no rio Jordão(4): símbolo do batismo era a purificação espiritual, o mergulho no arrependimento, na mudança de comportamento, no perdão. Ele aconselhava que todos se redimissem e renovassem seu espírito no amor, pois chegaria em breve o enviado de Deus. Ele cumpria a profecia de Isaías “Voz que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor, tonai retas suas sendas...”
E quando João batizava as pessoas ele dizia que chegaria o mais forte, o o que atearia fogo inapagável dos corações, que ele não era digno nem de lhe desatar as sandálias...
Mesmo assim Jesus cumpriu a profecia e se dirigiu até o rio Jordão para passar pela cerimônia da purificação e João, tomado pelo espírito santo, enquanto orava, o céu se abre e surge uma pomba dizendo para Jesus “Tu és o meu filho amado, em quem me comprazo”. E João se apequenou para que Jesus crescesse.

AR: está ligado aos interesses, seu foco de vida
3) “Luz que arde nos desertos de Israel Não se cansa O seu verbo é um bordão Vai em pele de camelo, gafanhoto e mel”
Pregando no deserto (3): seu temperamento psicológico era o mesmo de outrora. Se vestia de pele de carneiro e se alimentava de mel silvestre, de gafanhoto (vegetal do deserto) e pão. Pregava naquela época avisando que era necessário se arrepender dos pecados, perdoar, ajudar uns aos outros e amar porque o Messias já estava por perto.

TERRA: confia demais nos outros, poder, objetividade.
5 “Voz que calaram na bandeja Ainda estronda no jordão”
Decaptação (5): Preso e decaptado após Salomé pedir sua cabeça. Salomé era filha de Herotides que tinha uma relação extraconjugal com Herodes, o rei. Ele era a única pessoa que tinha coragem de enfrentar o rei e dizer as verdades.Seu magnetismo era tão forte e fascinante que exercia atração, mesmo ofendendo pelo seu temperamento forte.
ü  Ele é a demonstração da misericórdia divina através da evolução pelas diversas vidas. Por suas atitudes inflamadas 400 adoradores de Baal  foram decaptados e agora ele resgata sendo apenas ele mesmo decaptado e se redimido

6 “Sob a pena de talião a reparação Benção divina Pedagogia da reencarnação

Curiosidades
ü  Transfiguração no Tabor: Moisés, Elias e Jesus juntos no Monte
ü  João, o evangelista era seguidor de João Batista.
ü  Ele assina o prolegomenos no Livro dos Espíritos. É o encarregado de Jesus para cuidar do Evangelho

Conclusão: Vamos mergulhar?  
“...primeira combinação entre o amor e a verdade, para a conquista do mundo. João Batista era a Verdade e Jesus, o Amor. ” HC
Ler esta frase e pedir para que eles descrevam no papel qual seria seu mergulho hoje? Qual sua prioridade de melhoria, renovação, transformação e purificação ?
Bibliografia
Livros:
ü  O Novo testamento: Anúncio do nascimento de João Batista até seu nascimento no evangelho de Lucas 1:5 até 80 – tradução de Haroldo Dutra Dias
ü  Boa nova, cap.2 O Precursor de Humberto de Campos por Francisco Xavier
ü  ESE Cap.IV Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo
ü  LE Q222

Palestras:
Seminário: O precursor

Podcast João Batista e João Evangelista

Música: Veredas de Gladstone Lages/Tim
Elias no carmelo
Na defesa do torá
Ateia fogo às toras
Condenando os adoradores de Baal

Ei-lo, João Batista
Na aurora do evangelho
Clama a todo povo
O arrependimento dos homens
Pois já vem o Messias

Rejubila desde o ventre de Izabel
Já não chora os seus filhos a Raquel
Luz que arde nos desertos de Israel
Não se cansa
O seu verbo é um bordão
Vai em pele de camelo, gafanhoto e mel

Voz que calaram na bandeja
Ainda estronda no jordão
Sob a pena de talião a reparação
Benção divina
Pedagogia da reencarnação

Endireitai as veredas do amor
Reconduzindo o rebanho ao pastor
Água e fogo na evolução
Na geração da regeneração




JESUS E O PRECURSOR
Após a famosa apresentação de Jesus aos doutores do Templo de Jerusalém, Maria recebeu a visita de Isabel e de seu filho, em sua casinha pobre de Nazaré. Depois das saudações habituais, do desdobramento dos assuntos familiares, as duas primas entraram a falar de ambas as crianças, cujo nascimento fora antecipado por acontecimentos singulares e cercado de estranhas circunstâncias. Enquanto o patriarca José atendia às últimas necessidades diárias de sua oficina humilde, entretinham-se as duas em curiosa palestra, trocando carinhosamente as mais ternas confidências maternais. O que me espanta dizia Isabel com caricioso sorriso é o temperamento de João, dado às mais fundas meditações, apesar da sua pouca idade. Não raro, procuro-o inutilmente em casa, para encontrá-lo, quase sempre, entre as figueiras bravas, ou caminhando ao longo das estradas adustas, como se a pequena fronte estivesse dominada por graves pensamentos. Essas crianças, a meu ver respondeu-lhe Maria, intensificando o brilho suave de seus olhos —, trazem para a Humanidade a luz divina de um caminho novo. 0 Meu filho também é assim, envolvendo-me o coração numa atmosfera de incessantes cuidados. Por vezes, vou encontrá-lo a sós, junto das águas, e, de outras, em conversação profunda com os viajantes que demandam a Samaria ou as aldeias mais distantes, nas adjacências do lago. Quase sempre, surpreendo-lhe a palavra caridosa que dirige às lavadeiras, aos transeuntes, aos mendigos sofredores... Fala de sua comunhão com Deus com uma eloquência que nunca encontrei nas observações dos nossos doutores e, contentemente, ando a cismar, em relação ao seu destino. Apesar de todos os valores da crença murmurou Isabel, convicta —, nós, as mães, temos sempre o espírito abalado por injustificáveis receios. Como se se deixasse empolgar por amorosos temores, Maria continuou: Ainda há alguns dias, estivemos em Jerusalém, nas comemorações costumeiras, e a facilidade de argumentação com que Jesus elucidava os problemas, que lhe eram apresentados pelos orientadores do templo, nos deixou a todos receosos e perplexos.
Sua ciência não pode ser deste mundo: vem de Deus, que certamente se manifesta por seus lábios amigos da pureza. Notando-lhe as respostas, Eleazar chamou a José, em particular, e o advertiu de que o menino parece haver nascido para a perdição de muitos poderosos em Israel.
Com a prima a lhe escutar atentamente a palavra, Maria prosseguiu, de olhos úmidos, após ligeira pausa: Ciente desse aviso, procurei Eleazar, a fim de interceder por Jesus, junto de suas valiosas relações com as autoridades do templo. Pensei na sua infância desprotegida e receio pelo seu futuro. Eleazar prometeu interessar-se pela sua sorte; todavia, de regresso a Nazaré, experimentei singular multiplicação dos meus temores.  Conversei com José, mais detidamente, acerca do pequeno, preocupada com o seu preparo conveniente para a vida!... Entretanto, no dia que se seguiu às nossas íntimas confabulações, Jesus se aproximou de mim, pela manhã, e me interpelou: “Mãe, que queres tu de mim? Acaso não tenho testemunhado a minha comunhão com o Pai que está no Céu! Altamente surpreendida com a sua pergunta, respondi-lhe, hesitante: Tenho cuidado por ti, meu filho! Reconheço que necessitas de um preparo melhor para a vida... Mas, como se estivesse em pleno conhecimento do que se passava em meu íntimo, ponderou ele: “Mãe, toda preparação útil e generosa no mundo é preciosa; entretanto, eu já estou com Deus. Meu Pai, porém, deseja de nós toda a exemplificação que seja boa e eu escolherei, desse modo, a escola melhor.
No mesmo dia, embora soubesse das belas promessas que os doutores do templo fizeram na sua presença a seu respeito, Jesus aproximou-se de José e lhe pediu, com humildade, o admitisse em seus trabalhos. Desde então, como se nos quisesse ensinar que a melhor escola para Deus é a do lar e a do esforço próprio concluiu a palavra materna com singeleza —, ele aperfeiçoa as madeiras da oficina, empunha o martelo e a enxó, enchendo a casa de ânimo, com a sua doce alegria!
Isabel lhe escutava atenta a narrativa, e, depois de outras pequenas considerações materiais, ambas observaram que as primeiras sombras da noite desciam na paisagem, acinzentando o céu sem nuvens. A carpintaria já estava fechada e José buscava a serenidade do interior doméstico para o repouso. As duas mães se entreolharam, inquietas, e perguntavam a si próprias para onde teriam ido as duas crianças.
* Nazaré, com a sua paisagem, das mais belas de toda a Galiléia, é talvez o mais formoso recanto da Palestina. Suas ruas humildes e pedregosas, suas casas pequeninas, suas lojas singulares se agrupam numa ampla concavidade em cima das montanhas, ao norte do Esdrelon. Seus horizontes são estreitos e sem interesse; contudo, os que subam um pouco além, até onde se localizam as casinholas mais elevadas, encontrarão para o olhar assombrado as mais formosas perspectivas. O céu parece alongar-se, cobrindo o conjunto maravilhoso, numa dilatação infinita.
Maria e Isabel avistaram seus filhos, lado a lado, sobre uma eminência banhada pelos derradeiros raios vespertinos. De longe, afigurou-se-lhes que os cabelos de Jesus esvoaçavam ao sopro caricioso das brisas do alto. Seu pequeno indicador mostrava a João as paisagens que se multiplicavam a distância, como um grande general que desse a conhecer as minudências dos seus planos a um soldado de confiança. Ante seus olhos surgiam as montanhas de Sarnaria, o cume de Magedo, as eminências de Gelboé, a figura esbelta do Tabor, onde, mais tarde, ficaria inesquecível o instante da Transfiguração, o vale do rio sagrado do Cristianismo, os cumes de Safed, o golfo de Khalfa, o elevado cenário do Pereu, num soberbo conjunto de montes e vales, ao lado das águas cristalinas.
Quem poderia saber qual a conversação solitária que se travara entre ambos? Distanciados no tempo, devemos presumir que fosse, na Terra, a primeira combinação entre o amor e a verdade, para a conquista do mundo. Sabemos, porém, que, na manhã imediata, em partindo o precursor na carinhosa companhia de sua mãe, perguntou Isabel a Jesus, com gracioso interesse: Não queres vir conosco? ao que o pequeno carpinteiro de Nazaré respondeu, profeticamente, com inflexão de profunda bondade: “João partirá primeiro. Transcorridos alguns anos, vamos encontrar o Batista na sua gloriosa tarefa de preparação do caminho à verdade, precedendo o trabalho divino do amor, que o mundo conheceria em Jesus-Cristo. João, de fato, partiu primeiro, a fim de executar as operações iniciais para grandiosa conquista. Vestido de peles e alimentando-se de mel selvagem, esclarecendo com energia e deixando-se degolar em testemunho à Verdade, ele precedeu a lição da misericórdia e da bondade. O Mestre dos mestres quis colocar a figura franca e áspera do seu profeta no limiar de seus gloriosos ensinos e, por isso, encontramos em João Batista um dos mais belos de todos os simbolos imortais do Cristianismo. Salomé representa a futilidade do mundo, Herodes e sua mulher o convencionalismo político e o interesse particular. João era a verdade, e a verdade, na sua tarefa de aperfeiçoamento, dilacera e magoa, deixando-se levar aos sacrifícios extremos. Como a dor que precede as poderosas manifestações da luz no íntimo dos corações, ela recebe o bloco de mármore bruto e lhe trabalha as asperezas para que a obra do amor surja, em sua pureza divina.
João Batista foi a voz clamante do deserto. Operário da primeira hora, é ele o símbolo rude da verdade que arranca as mais fortes raízes do mundo, para que o reino de Deus prevaleça nos corações. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade do amor, a luta para que se desfaçam as sombras do caminho, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer em si mesmo o santuário de sua realização com o Cristo. Foi por essa razão que dele disse Jesus: “Dos nascidos de mulher, João Batista é o maior de todos.


Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo

1. Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?” – Eles lhe responderam: “Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas.” – Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” – Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo:” – Replicou-lhe Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S. MATEUS, 16:13 a 17; S. MARCOS, 8:27 a 30.)

2. Nesse ínterim, Herodes, o Tetrarca, ouvira falar de tudo o que fazia Jesus e seu espírito se achava em suspenso – porque uns diziam que João Batista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que um dos antigos profetas ressuscitara. – Disse então Herodes: “Mandei cortar a cabeça a João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão grandes coisas?” E ardia por vê-lo. (S. MARCOS, 6:14 a 16; S. LUCAS, 9:7 a 9.)

3. (Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogaram desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?” – Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: – mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” – Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (S. MATEUS, 17:10 a 13; –S. MARCOS, 9:11 a 13.)
Ressurreição e reencarnação




4. A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As ideias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado
A ideia de que João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na Terra se nos depara em muitas passagens dos Evangelhos, notadamente nas acima reproduzidas (nos 1, 2, 3). Se fosse errônea essa crença, Jesus não houvera deixado de a combater, como combateu tantas outras. Longe disso, ele a sanciona com toda a sua autoridade e a põe por princípio e como condição necessária, quando diz: ‘”Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” E insiste, acrescentando: Não te admires de que eu te haja dito ser preciso nasças de novo.

7. Estas palavras: Se um homem não renasce da água e do Espírito foram interpretadas no sentido da regeneração pela água do batismo. O texto primitivo, porém, rezava simplesmente: não renasce da água e do Espírito, ao passo que nalgumas traduções as palavras – do Espírito – foram substituídas pelas seguintes: do Santo Espírito, o que já não corresponde ao mesmo pensamento. Esse ponto capital ressalta dos primeiros comentários a que os Evangelhos deram lugar, como se comprovará um dia, sem equívoco possível. *

Livro dos Espíritos q.222
“Quando desciam da montanha (depois da transfiguração), Jesus lhes fez esta recomendação: Não faleis a ninguém do que acabastes de ver, até que o Filho do homem tenha ressuscitado dentre os mortos. Perguntaram-lhe então seus discípulos: Por que dizem os escribas ser preciso que primeiro venha Elias? Respondeu-lhes Jesus: É certo que Elias há de vir e que restabelecerá todas as coisas. Mas, eu vos declaro que Elias já veio, e eles não o conheceram e o fizeram sofrer como entenderam. Do mesmo modo darão a morte ao Filho do homem. Compreenderam então seus discípulos que era de João Batista que ele lhes falava.” (São Mateus, cap. XVII.) 

Pois que João Batista fora Elias, houve reencarnação do Espírito ou da alma de Elias no corpo de João Batista. 

Ademais, como quer que opinemos acerca da reencarnação, quer a aceitemos, quer não, isso não constituirá motivo para que deixemos de sofrê-la, desde que ela exista, malgrado todas as crenças em contrário. O essencial está em que o ensino dos Espíritos é eminentemente cristão; apóia-se na imortalidade da alma, nas penas e recompensas futuras, na justiça de Deus, no livre-arbítrio do homem, na moral do Cristo. Logo, não é anti-religioso.

Temos raciocinado, abstraindo, como dissemos, de qualquer ensinamento espírita, que, para certas pessoas, carece de autoridade. Não é somente porque veio dos Espíritos que nós e tantos outros nos fizemos adeptos da pluralidade das existências. É porque essa doutrina nos pareceu a mais lógica e porque só ela resolve questões até então insolúveis. Ainda quando fosse da autoria de um simples mortal, tê-la-íamos igualmente adotado e não teríamos hesitado um segundo mais em renunciar às ideias que esposávamos. Em sendo demonstrado o erro, muito mais que perder do que ganhar tem o amor-próprio, com o se obstinar na sustentação de uma ideia falsa. Assim também, tê-la-íamos repelido, mesmo que provindo dos Espíritos, se nos parecera contrária à razão, como repelimos muitas outras, pois sabemos, por experiência, que não se deve aceitar cegamente tudo o que venha deles, da mesma forma que se não deve adotar às cegas tudo o que proceda dos homens. O melhor título que, ao nosso ver, recomenda a ideia da reencarnação é o de ser, antes de tudo, lógica. Outro, no entanto, ela apresenta: o de a confirmarem os fatos, fatos positivos e, por assim dizer, materiais, que um estudo atento e racional revela a quem se dê ao trabalho de observar com paciência e perseverança, e diante dos quais não há mais lugar para a dúvida. Quando esses fatos se houverem popularizado, como os da formação e do movimento da Terra, forçoso será que todos se rendam à evidência, e os que se lhes colocaram em oposição ver-se-ão constrangidos a desdizer-se.

Reconheçamos, portanto, em resumo, que só a doutrina da pluralidade das existências explica o que, sem ela, se mantém inexplicável; que é altamente consoladora e conforme à mais rigorosa justiça; que constitui para o homem a âncora de salvação que Deus, por misericórdia, lhe concedeu. 

As próprias palavras de Jesus não permitem dúvida a tal respeito. Eis o que se lê no Evangelho de São João, capítulo III: 

3. Respondendo a Nicodemos, disse Jesus: Em verdade, em verdade, te digo que se um homem não nascer de novo não poderá ver o reino de Deus.

4. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer já estando velho? Pode tornar ao ventre de sua mãe para nascer segunda vez? 

5. Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade, te digo que se um homem não renascer da água e do espírito não poderá entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do espírito é espírito. Não te admires de que eu te tenha dito: é necessário que torneis a nascer. (Ver, adiante, o parágrafo “Ressurreição da carne”, n° 1010.)


Veredas: Gladstone Lages/Tim
Elias no carmelo
Na defesa do torá
Ateia fogo às toras
Condenando os adoradores de baal

Ei-lo, João Batista
Na aurora do evangelho
Clama a todo povo
O arrependimento dos homens
Pois já vem o messias

Rejubila desde o ventre de Izabel
Já não chora os seus filhos a Raquel
Luz que arde nos desertos de Israel
Não se cansa
O seu verbo é um bordão
Vai em pele de camelo, gafanhoto e mel

Voz que calaram na bandeja
Ainda estronda no jordão
Sob a pena de talião a reparação
Benção divina
Pedagogia da reencarnação

Endireitai as veredas do amor
Reconduzindo o rebanho ao pastor
Água e fogo na evolução
Na geração da regeneração


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