Tema
do mês: CRIAÇÃO DIVINA Data: 19
Março 16
Objetivo Formativo: Reconhecer que a essência divina está
presente em todo o universo..
Tema da aula: Provas da existência
de Deus e atributos
Objetivo da
aula: Ajudar os evangelizandos a reconhecer Deus como Ser Supremo que
o ama, respeita e o criou para progresso e felicidade.
Evangelizador:
Wilma Maria Roberto
Prece inicial: 03´
Incentivo Inicial- 10´
Distribuir papel e lápis para a sala e fazer as seguintes
perguntas:
Qual seu super-herói favorito ?
Qual qualidade ele/ela tem que você mais admira ?
E se você fosse um super herói, qual super poder você gostaria
de ter ? Por que ?
Pedir para cada um se manifestar sobre suas respostas e ir
grudando no quadro as respostas.
Desenvolvimento - 25': “Deus começa onde o infinito termina...”
Pegar o gancho dos poderes e falar de Deus, Criador do Universo,
causa primária de todas as coisas, nosso Pai afetivo, a suprema bondade e
generosidade, misericórdia e justiça.
Deus é a inteligência suprema e absoluta, único,
eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom em todas as
perfeições.
ü
Como podemos provar que Deus existe ?
ü
Ou é somente uma ilusão da nossa
mente ?
Deus não
se mostra, mas revela pelas suas obras.
A existência de Deus é uma realidade comprovada não só pela revelação,
como pela evidência material dos fatos.
ü
Onde está Deus?
ü
Como podemos enxergá-Lo ?
ü
Como senti-Lo, tocá-Lo, abraçá-Lo ?
Deus é um Pai tão amoroso e
sábio que nos criou simples e ignorantes para que cada um de nós tenha a
oportunidade de conquistar seu progresso espiritual através dos próprios
méritos; com um detalhe muito importante: Ele sempre vai enviar seus emissários
de Luz para te ajudar nesta caminhada.
Ao longo da sua trajetória,
tenha certeza que Ele sempre vai te receber de braços abertos, independente do
que acontecer e sempre te dará oportunidades de acertar, de progredir, de
conhecer o Seu amor.
(se der tempo falar da
Parábola do Filho Pródigo)
Conclusão 10': Qual sua experiência inesquecível com Deus ?
Alguma vez você teve a
certeza no seu coração que Deus é este Pai amigo, justo, que te ama e te
respeita exatamente do jeito que você é ?
Pedir para que eles fechem
os olhos e fazer uma meditação: imaginar uma luz linda, a mais forte, colorida
que você já viu, e sentir esta luz aquecendo seu corpo. Este calor te faz
sentir um abraço forte, amoroso, seguro. Um sentimento de alegria toma conta do
seu coração que começa a transbordar luzes coloridas de amor e gratidão que
você as entrega de volta ao universo para que todos os seres criados por este
Pai amoroso possam senti-la.
Você vai voltando ao seu
coração, ouvindo as batidas, retornando a este ambiente e abre seus olhos e
abraça seu amigo do lado.
Prece
final: Poema declamado por Alberto Almeida
Quem foi que fez o sol tão
vivificador?
E sua luz esplandente cheia de fulgor?
Os trilhões de estrelas que cintilam nos céus.
E as nuvens vaporosas como densos véus?
A mecânica celeste e os arcanjos profundos.
Da eterna ciência que equilibra os mundos.
Os microrganismos em desenvolvimento.
E os orbes gigantescos em deferecimento.
O átomo e a nebulosa, a ameba e o Serafim.
E as origens das coisas que nunca terão fim.
A virtude impoluta que não se modifica.
E a possante energia que a tudo vivifica.
Quem foi que fez o vento, a chuva, o trovão?
A primavera, o outono e também o verão?
O perfume das flores, o som, a luz, o ar.
Os campos, as florestas, a terra, o céu e o mar.
Quem foi que fez o infravermelho e o ultravioleta?
E fez a lagarta surgir uma bela borboleta?
O esperto gafanhoto e o formoso rouxinol.
Surgindo a alvorada aos clarões da luz do sol.
Quem foi que fez as feras bravas e os pequenos passarinhos?
A asa dos insetos e a beleza de um ninho.
Deu agilidade a incrível pulga saltitante.
E fez o passo lerdo tardo do elefante.
Quem foi que fez o colibri com nímia sutileza?
Sugando o mel das flores com tal delicadeza.
O tatu escavando a cova em que se abriga.
E a faina inesgotável da minúscula formiga.
O esperto corcel, o fogoso macaco.
E a abelha trabalhando na construção do mel.
Quem foi que fez a ostra, o golfinho, o tubarão, a baleia?
E a engenhosa aranha tecendo a sua teia.
E o instinto de conservação.
Como bússola infalível de orientação.
Guiando com acertos os irracionais.
Sem nunca transgredir as regras naturais.
As maravilhas do reino mineral.
O leito onde repousa o reino vegetal.
Os prodígios da animalidade.
E um elo mais acima a nossa humanidade.
E tantos outros reinos que nós desconhecemos.
Sistema de mundos que nem nos apercebemos.
Com Jeitos tutelares arquiangelicais.
Imerso dos segredos siderais.
Que maravilha é esta que eu não posso descrever?
Com todo dramatismo que eu pudesse ter.
Artista inimitável, sublime ilimitável.
Me ponho de joelhos e contemplo abismado.
E pergunto a mim mesma com estupefação.
Quem criou isso com tanta perfeição até o perdão?
Quem dar sem pedir nada e paga sem dever nada?
E a tudo movimenta sem nunca se mover.
Formando e transformando.
Criando e dirigindo.
Governando e agindo.
Quem tem tamanho poder?
Pergunto a outras vozes.
Quem que podeis dizer?
E vos peço queridos irmãos, amigos meus.
E as vozes me respondem?
Foi Deus
Foi Deus
Foi Deus.
E sua luz esplandente cheia de fulgor?
Os trilhões de estrelas que cintilam nos céus.
E as nuvens vaporosas como densos véus?
A mecânica celeste e os arcanjos profundos.
Da eterna ciência que equilibra os mundos.
Os microrganismos em desenvolvimento.
E os orbes gigantescos em deferecimento.
O átomo e a nebulosa, a ameba e o Serafim.
E as origens das coisas que nunca terão fim.
A virtude impoluta que não se modifica.
E a possante energia que a tudo vivifica.
Quem foi que fez o vento, a chuva, o trovão?
A primavera, o outono e também o verão?
O perfume das flores, o som, a luz, o ar.
Os campos, as florestas, a terra, o céu e o mar.
Quem foi que fez o infravermelho e o ultravioleta?
E fez a lagarta surgir uma bela borboleta?
O esperto gafanhoto e o formoso rouxinol.
Surgindo a alvorada aos clarões da luz do sol.
Quem foi que fez as feras bravas e os pequenos passarinhos?
A asa dos insetos e a beleza de um ninho.
Deu agilidade a incrível pulga saltitante.
E fez o passo lerdo tardo do elefante.
Quem foi que fez o colibri com nímia sutileza?
Sugando o mel das flores com tal delicadeza.
O tatu escavando a cova em que se abriga.
E a faina inesgotável da minúscula formiga.
O esperto corcel, o fogoso macaco.
E a abelha trabalhando na construção do mel.
Quem foi que fez a ostra, o golfinho, o tubarão, a baleia?
E a engenhosa aranha tecendo a sua teia.
E o instinto de conservação.
Como bússola infalível de orientação.
Guiando com acertos os irracionais.
Sem nunca transgredir as regras naturais.
As maravilhas do reino mineral.
O leito onde repousa o reino vegetal.
Os prodígios da animalidade.
E um elo mais acima a nossa humanidade.
E tantos outros reinos que nós desconhecemos.
Sistema de mundos que nem nos apercebemos.
Com Jeitos tutelares arquiangelicais.
Imerso dos segredos siderais.
Que maravilha é esta que eu não posso descrever?
Com todo dramatismo que eu pudesse ter.
Artista inimitável, sublime ilimitável.
Me ponho de joelhos e contemplo abismado.
E pergunto a mim mesma com estupefação.
Quem criou isso com tanta perfeição até o perdão?
Quem dar sem pedir nada e paga sem dever nada?
E a tudo movimenta sem nunca se mover.
Formando e transformando.
Criando e dirigindo.
Governando e agindo.
Quem tem tamanho poder?
Pergunto a outras vozes.
Quem que podeis dizer?
E vos peço queridos irmãos, amigos meus.
E as vozes me respondem?
Foi Deus
Foi Deus
Foi Deus.
Bibliografia
Livro: A Gênese
CAPÍTULO II DEUS
• EXISTÊNCIA DE DEUS
• DA NATUREZA DIVINA
• A PROVIDÊNCIA
• A VISÃO DE DEUS
EXISTÊNCIA DE DEUS
1. Sendo Deus a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe, a
base sobre que repousa o edifício da
criação, é também o ponto que importa
consideremos antes de tudo.
2. Constitui princípio elementar que pelos seus efeitos é que se julga de uma causa,
mesmo quando ela se conserve oculta.
Se, fendendo os ares, um pássaro é atingido por mortífero grão de chumbo,
deduzse que hábil atirador o alvejou, ainda que este último não seja visto. Nem
sempre, pois, se faz necessário vejamos uma coisa, para sabermos que ela existe. Em
tudo, observando os efeitos é que se chega ao conhecimento das causas.
3. Outro princípio igualmente elementar eque, de tão verdadeiro, passou a axioma é
o de que todo efeito inteligente tem que decorrer de uma causa inteligente.
Se perguntassem qual o construtor de certo mecanismo engenhoso, que
pensaríamos de quem respondesse que ele se fez a si mesmo? Quando se contempla
uma obraprima da arte ou da indústria, dizse que há de têla produzido um homem
de gênio, porque só uma alta inteligência poderia concebêla. Reconhecese, no
entanto, que ela é obra de um homem, por se verificar que não está acima da
capacidade humana; mas, a ninguém acudirá a idéia de dizer que saiu do cérebro de
um idiota ou de um ignorante, nem, ainda menos, que é trabalho de um animal, ou
produto do acaso.
4. Em toda parte se reconhece a presença do homem pelas suas obras.
A existência dos homens antediluvianos
não se provaria unicamente por meio
dos fósseis
humanos: provoua também, e com muita certeza, a presença, nos terrenos daquela
época, de objetos trabalhados pelos homens. Um fragmento de vaso, uma pedratalhada, uma arma, um tijolo bastarão para lhe atestar a presença.
Pela grosseria ou
perfeição do trabalho, reconhecerseá o grau de inteligência ou de adiantamento dos que o executaram. Se, pois, achandovos numa região habitada exclusivamente por
selvagens, descobrirdes uma estátua digna de Fídias, não hesitareis em dizer que,
sendo incapazes de têla feito os selvagens, ela é obra de uma inteligência superior à
destes.
5. Pois bem! lançando o olhar em torno de si, sobre as obras da Natureza, notando a
providência, a sabedoria, a harmonia que
presidem a essas obras, reconhece o
observador não haver nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa
inteligência humana. Ora, desde que o homem não as pode produzir, é que elas são
produto de uma inteligência superior à Humanidade, a menos se sustente que há
efeitos sem causa.
6. A isto opõem alguns o seguinte raciocínio: As obras ditas da Natureza são
produzidas por forças materiais que atuam mecanicamente, em virtude das leis de
atração e repulsão; as moléculas dos corpos inertes se agregam e desagregam sob o
império dessas leis. As plantas nascem, brotam, crescem e se multiplicam sempre da
mesma maneira, cada uma na sua espécie, por efeito daquelas mesmas leis; cada
indivíduo se assemelha ao de quem ele
proveio; o crescimento, a floração, a
frutificação, a coloração se acham subordinados a causas materiais, tais como o
calor, a eletricidade, a luz, a umidade, etc. O mesmo se dá com os animais. Os astros
se formam pela atração molecular e se movem perpetuamente em suas órbitas por
efeito da gravitação. Essa regularidade mecânica no emprego das forças naturais não
acusa a ação de qualquer inteligência livre. O homem movimenta o braço quando
quer e como quer; aquele, porém, que o movimentasse no mesmo sentido, desde o
nascimento atéa morte, seria um autômato. Ora, as forças orgânicas da Natureza são
puramente automáticas. Tudo isso é verdade; mas, essas forças são efeitos que hão de ter uma causa
e ninguém pretende que elas constituam
a Divindade. Elas são materiais e
mecânicas; não são de si mesmas inteligentes, também isto é verdade; mas, são
postas em ação, distribuídas, apropriadas às necessidades de cada coisa por uma
inteligência que não é a dos homens. A aplicação útil dessas forças é um efeito
inteligente, que denota uma causa inteligente. Um pêndulo se move com automática
regularidade e é nessa regularidade que lhe está o mérito. É toda material a força que
o faz moverse e nada tem de inteligente. Mas, que seria esse pêndulo, se uma
inteligência não houvesse
combinado, calculado, distribuído o emprego daquela
força, para fazêlo andar com precisão? Do fato de não estar a inteligência no
mecanismo do pêndulo e do de que ninguém a vê, seria racional deduzirse que ela
não existe? Apreciamola pelos seus efeitos.
A existência do relógio atesta a existência do relojoeiro; a engenhosidade
do mecanismo lhe atesta a inteligência e o saber. Quando um relógio vos dá, no
momento preciso, a indicação de que necessitais, já vos terá vindo à mente dizer: aí
está um relógio bem inteligente?
Outro tanto ocorre com o mecanismo do Universo
: Deus não se
mostra, mas revela pelas suas obras.
7. A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação,
como pela evidência material dos fatos.
Os povos selvagens nenhuma revelaçãotiveram; entretanto, crêem instintivamente na existência de um poder sobrehumano.
Eles vêem coisas que estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de
umente superior à Humanidade.
Não demonstram raciocinar
com mais lógicado que os que pretendem que tais coisas se fizeram a si mesmas?
DA NATUREZA DIVINA
8. Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus.
Para compreendêlo, ainda nos falta o sentido
próprio,que só se adquir e por meio da completa depuração
do Espírito.
Mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homemdesde que aceite como premissa a sua
existência, pode, pelo raciocínio, chegar a
conhecerlhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não
pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser.
Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender
se a obra da criação.
Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas e é pornão se terem reportado a isso, como ao farolcapaz de as orientar, que a maioria das
religiões errou em seus dogmas.
As que não atribuíram a Deus a
onipotência
imaginaram muitos deuses; as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram dele um Deus cioso, colérico, parcial e vingativo.
9. Deus é a
suprema soberana inteligência É limitada a inteligência do homem,
pois que não pode fazer, nem
compreender tudo o que existe. A de
Deus,
abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto
qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e
fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até ao infinito.
10. Deus é eterno,
isto é, não teve começo e não terá fim.
Se tivesse tido princípio,houvera saído do nada.
Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode
produzir.
Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus.
Se lhe supuséssemos um começo ou fim, poderíamos conceber uma
entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao
infinito.
11. Deus é imutável
Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam
as leis que regem o Universo.
12. Deus é
imaterial, isto é, a sua natureza difere de tudo o que
chamamos matéria.
De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.
Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos, sem o que seria
matéria. Dizemos: a mão de Deus, o olho de Deus, a boca de Deus, porque o
homem, nada mais conhecendo além de si mesmo, toma a si próprio por termo de
comparação para tudo o que não compreende. São ridículas essas imagens em que
Deus é representado pela figura de um ancião de longas barbas e envolto nummanto.
Têm o inconveniente de rebaixar o
Ente supremo até às mesquinhas
proporções da Humanidade. Daí a lhe emprestarem as paixões humanas e a fazerem
no um Deus colérico e cioso não vai mais que um passo.
13. Deus
é onipotente Se não possuísse o
poder supremo, sempre se poderia
conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegarse ao ser cuja
potencialidade nenhum outro ultrapassasse.
Esse então é que seria Deus.
14. Deus é
soberanamente justo e bom
A providencial sabedoria das leis divinas serevela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo essa sabedoria
que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade.
O fato do ser infinita uma qualidade, exclui a
possibilidade de uma qualidade contrária, porque esta a apoucaria ou anularia.
Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais
insignificante parcela de malignidade, nem
o ser i nfini ta m e nt e m a u
conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo
que um objeto não pode ser de um negro absoluto, com a mais ligeira nuança de
branco, nem de um branco absoluto com a mais pequenina mancha preta.
Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então, não
possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas
as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade. Não
poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente bom ou infinitamente
mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria, da sua bondade e da
sua solicitude, concluirseá que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem
deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente bom.
A soberana
bondade implica a soberana justiça,
porquanto, se ele procedesse injustamente ou com parcialidade
numa só circunstância que fosse , ou com relação a uma
só de s ua s c ri a t ur a s
, já não seria soberanamente justo e, em
conseqüência,já não seria soberanamente bom .
15 Deus e infintamente
perfeito
. É impossível conceberse Deus sem o infinito das
perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que
possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassálo, fazse mister
que ele seja infinito em tudo.
Sendo infinitos, os atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento,
nem de diminuição, visto que do contrário não seriam infinitos e Deus não seria
perfeito. Se lhe tirassem a qualquer dos atributos a mais mínima parcela, já não
haveria Deus, pois que poderia existir um ser mais perfeito.
16. Deus é
único
A unicidade de Deus é conseqüência do fato de serem infinitas as
suas perfeições.
Não poderia existir outro Deus, salvo
sob a condição de ser
igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a mais
ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse outro e,
então, não seria Deus.
Se houvesse entre ambos igualdade absoluta, isso eqüivaleria
a existir, de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um
mesmo poder. Confundidos assim, quanto à identidade, não haveria, em realidade,
mais que um único Deus. Se cada um tivesse atribuições especiais, um não faria oque o outro fizesse; mas, então, não existiria igualdade perfeita entre eles, pois que
nenhum possuiria aautoridade soberana.
17. A ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que
gerou o politeísmo, culto adotado por todos os povos primitivos, que davam o
atributo de divindade a todo poder que lhes parecia acima dos poderes inerentes à
Humanidade. Mais tarde, a razão os levou a reunir essas diversas potências numa só.
Depois, à proporção que os homens foram compreendendo a essência dos atributos
divinos, retiraram dos símbolos, que haviam
criado, a crença que implicava a
negação desses atributos.
18.Em resumo, Deus não pode ser Deus, senão sob a condição de que nenhum outro
o ultrapasse, porquanto o ser que o excedesse no que quer que fosse, ainda que
apenas na grossura de um cabelo, é que seria o verdadeiro Deus.
Para que tal não se
dê, indispensável se torna que ele seja infinito em tudo.
É assim que, comprovada pelas suas
obras a existência de Deus, por
simples dedução lógica se chega a determinar os atributos que o caracterizam.
19. Deus é, pois, a inteligência suprema e absoluta único,
eterno, imutável, imaterial, oniporente, soberanemente justo e bom em todas as
perfeições. , e
não pode ser diverso disso.
Tal o eixo sobre que repousa oedifício universal. Esse o farol cujos raios se
estendem por sobre o
Universo inteiro, única luz capaz de guiar o homem na
pesquisa da verdade. Orientandose por essa
luz, ele nunca se transviará. Se,
portanto, o homem há errado tantas vezes, é unicamente por não ter seguido o
roteiro que lhe estava indicado.
Tal também o critério i nf a lív el
de todas as doutrinas filosóficas e religiosas.
Para apreciálas, dispõe o homem de uma medida rigorosamente exata nos atributos
de Deus e pode afirmar a si mesmo que
t oda te or ia , t odo pr i nc ípi o , t o
do dogm a , t oda c r e nç a , t oda pr á tic a
que e sti v e r e m c ontr a di ç ã o c om
um s ó que s e j a de s s e s a tri but
os, q ue t e nd a nã o t a nt o a a nul á
l o, m a s si m pl e s m e nt e a di mi n uí l
o, nã o po de e st a r c om a v e r da
de.
E m fil os o fi a , e m ps ic ol ogi a , e m
m or a l, e m r e li gi ã o, s ó há d e v e
r da d e ir o o que nã o s e a f a ste, ne
m um til, da s qua li da d e s e s s e nc ia
is d a D i vi nda d e . A religião
perfeita será aquela de c uj os a rti gos de
fé nenhum esteja em oposição àquelas
qualidades; aquela cujos dogmas todos suportem a prova dessa verificação sem nada
sofrerem.
A PROVIDÊNCIA
20.A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda
parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a
ação providencial. “Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, imiscuir
se em pormenores ínfimos, preocuparse com
os menores atos e os
menorespensamentos de cada indivíduo?” Esta a interrogação que a si mesmo dirige o
incrédulo, concluindo por dizer que, admitida a existência de Deus, só se pode
admitir, quanto à sua ação, que ela se exerça sobre as leis gerais do Universo; que
este funcione de toda a eternidade em virtude dessas leis, às quais toda criatura se
acha submetida na esfera de suas atividades, sem que haja mister a intervenção
incessante da Providência.
21. No estado de inferioridade em que ainda se encontram, só muito dificilmente
podem os homens compreender que Deus
seja infinito. Vendose limitados e circunscritos,
eles o imaginam também circunscrito e
limitado. Imaginandoo
circunscrito, figuramno quais eles são, à imagem e semelhança deles. Os quadros
em que o vemos com traços humanos não contribuem pouco para entreter esse erro
no espírito das massas, que nele adoram mais a forma que o pensamento. Para a
maioria, é ele um soberano poderoso, sentado num
tr ono inacessível e perdido na
imensidade dos céus. Tendo restritas suas
faculdades e percepções, não
compreendem que Deus possa e se digne de intervir diretamente nas pequeninas
coisas.
22. Impotente para compreender a essência mesma da Divindade, o homem não
pode fazer dela mais do que uma
idéia aproximativa, mediante comparações
necessariamente muito imperfeitas, mas que, ao menos, servem para lhe mostrar a
possibilidade daquilo que, à primeira vista, lhe parece impossível.
Suponhamos um fluido bastante sutil para penetrar todos os corpos. Sendo
ininteligente, esse fluido atua mecanicamente, por meio tãosó das forças materiais.
Se, porém, o supusermos dotado de
inteligência, de faculdades perceptivas e
sensitivas, ele já não atuará às
cegas, mas com discernimento, com vontade
e liberdade: verá, ouvirá e sentirá.
23. As propriedades do fluido perispirítico dãonos disso uma idéia. Ele não é de si
mesmo inteligente, pois que é matéria, mas serve de veículo ao pensamento, às
sensações e percepções do Espírito. Esse fluido não é o pensamento do Espírito; é,
porém, o agente e o intermediário desse pensamento. Sendo quem o transmite, fica,
de certo modo, i m pr e gna do
do pensamento transmitido. Na impossibilidade em que
nos achamos de o isolar, a nós nos parece que ele, o pensamento, faz corro com o
fluido, que com este se confunde, como sucede com o som e o ar, de maneira que
podemos, a bem dizer, materializálo. Assim
como dizemos que o ar se torna
sonoro, poderíamos, tomando o efeito pela
causa, dizer que o fluido se torna
inteligente.
24. Seja ou não assim no que concerne ao pensamento de Deus, isto é, quer o
pensamento de Deus atue diretamente, quer por intermédio de um fluido, para
facilitarmos a compreensão à nossa inteligência, figuremolo sob a forma concreta
de um fluido inteligente que enche o universo infinito e penetra todas as partes da
criação: a N a tur e z a int e ir a m e r gul ha da
no fl ui do di vi n o . Ora, em
virtude do princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza e têm as mesmas
propriedades que ele, cada átomo desse fluido, se assim nos podemos exprimir,
possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade e estando o
mesmo fluido em toda parte, tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua
previdência, à sua solicitude. Nenhum ser
haverá, por mais ínfimo que o
suponhamos, que não esteja saturado dele. Achamonos então, constantemente, em
presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar; o
nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo,
pois, razão para dizerse que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração.
E st a m os ne le, c om o e le e st á e m nós
, segundo a palavra do Cristo.
Para estender a sua solicitude atodas as criaturas, não precisa Deus lançar o
olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam
transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo
ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele. Os nossos pensamentos são
como os sons de um sino, que fazem vibrar todas as moléculas do ar ambiente.
25. Longe de nós a idéia de materializar a Divindade. A imagem de um fluido
inteligente universal evidentemente não passa de uma comparação apropriada a dar
de Deus uma idéia mais exata do que os quadros que o apresentam debaixo de uma
figura humana. Destinase ela a fazer compreensível a possibilidade que tem Deus
de estar em toda parte e de se ocupar com todas as coisas.
26. Temos constantemente sob as vistas um exemplo que nos permite fazer idéia do
modo por que talvez se exerça a ação de Deus sobre as partes mais íntimas de todos
os seres e, conseguintemente, do modo por que lhe chegam as mais sutis impressões
de nossa alma. Esse exemplo tiramolo de certa instrução que a tal respeito deu um
Espírito.
27. “O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como
dirigido o corpo. Nesse universo, o corpo representará uma criação cujo Deus seria o
Espírito. (Compreendei bem que aqui há uma simples questão de analogia e não de
identidade.) Os membros desse corpo, os diferentes órgãos que o compõem, os
músculos, os nervos, as articulações são outras tantas individualidades materiais, se
assim se pode dizer, localizadas em pontos especiais do referido corpo. Se bem seja
considerável o número de suas partes
constitutivas, de natureza tão variada e
diferente, a ninguém é lícito supor que se possam produzir movimentos, ou uma
impressão em qualquer lugar, sem que o Espírito tenha consciência do que ocorra.
Há sensações diversas em muitos lugares simultaneamente? O Espírito as sente
todas, distingue, analisa, assina a cada uma a causa determinante e o ponto em que
se produziu, tudo por meio do fluido perispirítico.
“Análogo fenômeno ocorre entre Deus e a criação. Deus está em toda parte,
na Natureza, como o Espírito está em toda parte, no corpo. Todos os elementos da
criação se acham em relação constante com ele, como todas as células do corpo
humano se acham em contacto imediato com o ser espiritual. Não há, pois, razão
para que fenômenos da mesma ordem não se produzam de maneira idêntica, num
e noutro caso.
“Um membro se agita: o Espírito o sente; uma criatura pensa: Deus o sabe.
Todos os membros estão em movimento, os diferentes órgãos estão a vibrar; oEspírito
ressente todas as manifestações, as
distingue e localiza. As diferentes
criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente: Deus sabe o
que se passa e assina a cada um o que lhe diz respeito.
“Daí se pode igualmente deduzir a
solidariedade da matéria e da
inteligência, a solidariedade entre si de todos os seres de um mundo, a de todos os
mundos e, por fim, de todas as criações com o Criador.” (Quinemant
, S o c ie da d e d e P a ris , 1867.)
28. Compreendemos o efeito: já é muito. Do efeito remontamos à causa e julgamos
da sua grandeza pela do efeito. Escapanos, porém, a sua essência íntima, como a da
causa de uma imensidade de fenômenos. Conhecemos os efeitos da eletricidade, do
calor, da luz, da gravitação; calculamolos e, entretanto, ignoramos a natureza íntima
do princípio que os produz. Será então racional neguemos o princípio divino, por
que não o compreendemos?
29. Nada obsta a que se admita, para o princípio da soberana inteligência, um centro
de ação, um foco principal a irradiar incessantemente, inundando o Universo com
seus eflúvios, como o Sol com a sua luz. Mas onde esse foco? É o que ninguém
pode dizer. Provavelmente, não se acha fixado em determinado ponto, como não o
está a sua ação, sendo também provável que percorra constantemente as regiões do
espaço semfim. Se simples Espíritos têm o dom da ubiqüidade, em Deus há de ser
sem limites essa faculdade. Enchendo Deus o Universo, poderseia ainda admitir, a
título de hipótese, que esse foco não precisa transportarse, por se formar em todas
as partes onde a soberana vontade julga conveniente que ele se produza, donde o
poder dizerse que está em toda parte e em parte nenhuma.
30. Diante desses problemas insondáveis, cumpre que a nossa razão se humilhe.
Deus existe: disso não poderemos duvidar. É infinitamente justo e bom: essa a sua
essência. A tudo se estende a sua solicitude: compreendemolo. Só o nosso bem,
portanto, pode ele querer, donde se segue que devemos confiar nele: é o essencial.
Quanto ao mais, esperemos que nos tenhamos tornado dignos de o compreender.
A VISÃO DEDEUS
31. Se
Deus está em toda parte, por que
não o vemos? Vêloemos quando
deixarmos a Terra?
Tais as perguntas que se formulam todos os dias.
À primeira é fácil responder. Por serem limitadas as percepções dos nossos
órgãos visuais, elas os tornam inaptos à visão de certas coisas, mesmo materiais.
Alguns fluidos nos fogem totalmente à
visão e aos instrumentos de análise;
entretanto, não duvidamos da existência deles. Vemos os efeitos da peste, mas não
vemos o fluido que a transporta; vemos os corpos em movimento sob a influência
da força de gravitação, mas não vemos essa força.
32. Os nossos órgãos materiais não podem perceber as coisas de essência espiritual.
Unicamente com a visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e as coisas do
mundo imaterial. Somente a nossa alma, portanto, pode ter a percepção de Deus.
Darseá que ela o veja logo após a morte? A esse respeito, só as comunicações de
alémtúmulo nos podem instruir. Por elas sabemos que a visão de Deus constitui
privilégio das mais purificadas almas e que bem poucas, ao deixarem o envoltório
terrestre, se encontram no grau de desmaterialização necessária a tal efeito. Uma
comparação vulgar o tornará facilmente compreensível.
33. Uma pessoa que se ache no fundo de um vale, envolvido por densa bruma, não
vê o Sol. Entretanto, pela luz difusa, percebe que está fazendo Sol. Se entra a subir a
montanha, à medida que for ascendendo, o nevoeiro se irá tornando mais claro, a luz
cada vez mais viva. Contudo, ainda não verá o Sol. Só depois que se haja elevado
acima da camada brumosa e chegado a um ponto onde o ar esteja perfeitamente
límpido, ela o contemplará em todo o seu esplendor.
O mesmo se dá com a alma. O envoltório perispirítico, conquanto nos seja
invisível e impalpável, é, com relação a ela, verdadeira matéria, ainda grosseira
demais para certas percepções. Ele, porém, se espiritualiza, à proporção que a alma
se eleva em moralidade. As imperfeições da alma são quais camadas nevoentas que
lhe obscurecem a visão. Cada imperfeição de que ela se desfaz é uma mácula a
menos; todavia, só depois de se haver depurado completamente é que goza da
plenitude das suas faculdades.
34. Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os
Espíritos que
atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber. Pelo fato de não
o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do
que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza, se
encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós o estamos na luz.
O que há é que as imperfeições daqueles Espíritos são vapores que os impedem de
vêlo. Quando o nevoeiro se dissipar, vêloão resplandecer. Para isso, não lhes é
preciso subir, nem procurálo nas profundezas do infinito. Desimpedida a visão
espiritual das belidas que a obscureciam, eles o verão de todo lugar onde se achem,
mesmo da Terra, porquanto Deus está em toda parte.
35. O Espírito só se depura com
o tempo, sendo as diversas encarnações
o
alambique em cujo fundo deixa de cada vez algumas impurezas. Com o abandonar o
seu invólucro corpóreo, os Espíritos não se despojam instantaneamente de suas
imperfeições, razão por que, depois da morte, não vêem a Deus mais do que o viam
quando vivos; mas, à medida que se depuram, têm dele uma intuição mais clara.
Não o vêem, mas compreendemno melhor; a luz é menos difusa. Quando, pois,
alguns Espíritos dizem que Deus lhes proíbe respondam a uma dada pergunta não é
que Deus lhes apareça, ou dirija a palavra, para lhes ordenar ou proibir isto ou
aquilo, não; eles, porém, o sentem; recebem os eflúvios do seu pensamento, como
nos sucede com relação aos Espíritos que nos envolvem em seus fluidos, embora
não os vejamos.
36. Nenhum homem, conseguintemente, pode ver a Deus com os olhos da carne. Se
essa graça fosse concedida a alguns, só o seria no estado de êxtase, quando a alma se
acha tão desprendida dos laços da matéria que torna possível o
fato durante a
encarnação. Tal privilégio, aliás, exclusivamente pertenceria a almas de eleição,
encarnadas em missão, que não em expiação. Mas, como os Espíritos da mais
elevada categoria refulgem de ofuscante brilho, pode darse que Espíritos menos
elevados, encarnados ou desencarnados,
maravilhados com o esplendor de que
aqueles se mostram cercados, suponham estar vendo o próprio Deus. É como quem
vê um ministro e o toma pelo seu soberano.
37. Sob que aparência se apresenta Deus aos que se tornaram dignos de vêlo? Será
sob uma forma qualquer? Sob uma
figura humana, ou como um foco de
resplendente luz? A linguagem humana é impotente para dizêlo, porque não existe
para nós nenhum ponto de comparação capaz de nos facultar uma idéia de tal coisa.
Somos quais cegos de nascença a quem
procurassem inutilmente fazer compreendessem o
brilho do Sol. A nossa linguagem é
limitada pelas nossas
necessidades e pelo círculo das nossas idéias; a dos selvagens não poderia descrever
as maravilhas da civilização; a dos povos mais civilizados é extremamente pobre
para descrever os esplendores dos céus, a nossa inteligência muito restrita para os
compreender e a nossa vista, por muito fraca, ficaria deslumbrada.
Adorei a aula!
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