quinta-feira, 15 de março de 2018

Provas da existência de Deus e atributos


Tema do mês: CRIAÇÃO DIVINA                                          Data: 19 Março 16
Objetivo Formativo: Reconhecer que a essência divina está presente em todo o universo..

Tema da aula: Provas da existência de Deus e atributos
Objetivo da aula: Ajudar os evangelizandos a reconhecer Deus como Ser Supremo que o ama, respeita e o criou para progresso e felicidade.
Evangelizador: Wilma Maria Roberto

Prece inicial: 03´

Incentivo Inicial- 10´
Distribuir papel e lápis para a sala e fazer as seguintes perguntas:
Qual seu super-herói favorito ?
Qual qualidade ele/ela tem que você mais admira ?
E se você fosse um super herói, qual super poder você gostaria de ter ? Por que ?
Pedir para cada um se manifestar sobre suas respostas e ir grudando no quadro as respostas.

Desenvolvimento - 25': “Deus começa onde o infinito termina...”
Pegar o gancho dos poderes e falar de Deus, Criador do Universo, causa primária de todas as coisas, nosso Pai afetivo, a suprema bondade e generosidade, misericórdia e justiça.
Deus é a inteligência suprema e absoluta, único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom em todas as perfeições.

ü  Como podemos provar que Deus existe ?
ü  Ou é somente uma ilusão da nossa mente ?
Deus não se mostra, mas revela pelas suas obras.
A existência de Deus é uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos. 

ü  Onde está Deus?
ü  Como podemos enxergá-Lo ?
ü  Como senti-Lo, tocá-Lo, abraçá-Lo ?
Deus é um Pai tão amoroso e sábio que nos criou simples e ignorantes para que cada um de nós tenha a oportunidade de conquistar seu progresso espiritual através dos próprios méritos; com um detalhe muito importante: Ele sempre vai enviar seus emissários de Luz para te ajudar nesta caminhada.
Ao longo da sua trajetória, tenha certeza que Ele sempre vai te receber de braços abertos, independente do que acontecer e sempre te dará oportunidades de acertar, de progredir, de conhecer o Seu amor.
(se der tempo falar da Parábola do Filho Pródigo)

Conclusão 10': Qual sua experiência inesquecível com Deus ?
Alguma vez você teve a certeza no seu coração que Deus é este Pai amigo, justo, que te ama e te respeita exatamente do jeito que você é ?
Pedir para que eles fechem os olhos e fazer uma meditação: imaginar uma luz linda, a mais forte, colorida que você já viu, e sentir esta luz aquecendo seu corpo. Este calor te faz sentir um abraço forte, amoroso, seguro. Um sentimento de alegria toma conta do seu coração que começa a transbordar luzes coloridas de amor e gratidão que você as entrega de volta ao universo para que todos os seres criados por este Pai amoroso possam senti-la.
Você vai voltando ao seu coração, ouvindo as batidas, retornando a este ambiente e abre seus olhos e abraça seu amigo do lado.

Prece final: Poema declamado por Alberto Almeida
Quem foi que fez o sol tão vivificador?
E sua luz esplandente cheia de fulgor?
Os trilhões de estrelas que cintilam nos céus.
E as nuvens vaporosas como densos véus?
A mecânica celeste e os arcanjos profundos.
Da eterna ciência que equilibra os mundos.
Os microrganismos em desenvolvimento.
E os orbes gigantescos em deferecimento.
O átomo e a nebulosa, a ameba e o Serafim.
E as origens das coisas que nunca terão fim.
A virtude impoluta que não se modifica.
E a possante energia que a tudo vivifica.
Quem foi que fez o vento, a chuva, o trovão?
A primavera, o outono e também o verão?
O perfume das flores, o som, a luz, o ar.
Os campos, as florestas, a terra, o céu e o mar.
Quem foi que fez o infravermelho e o ultravioleta?
E fez a lagarta surgir uma bela borboleta?
O esperto gafanhoto e o formoso rouxinol.
Surgindo a alvorada aos clarões da luz do sol.
Quem foi que fez as feras bravas e os pequenos passarinhos?
A asa dos insetos e a beleza de um ninho.
Deu agilidade a incrível pulga saltitante.
E fez o passo lerdo tardo do elefante.
Quem foi que fez o colibri com nímia sutileza?
Sugando o mel das flores com tal delicadeza.
O tatu escavando a cova em que se abriga.
E a faina inesgotável da minúscula formiga.
O esperto corcel, o fogoso macaco.
E a abelha trabalhando na construção do mel.
Quem foi que fez a ostra, o golfinho, o tubarão, a baleia?
E a engenhosa aranha tecendo a sua teia.
E o instinto de conservação.
Como bússola infalível de orientação.
Guiando com acertos os irracionais.
Sem nunca transgredir as regras naturais.
As maravilhas do reino mineral.
O leito onde repousa o reino vegetal.
Os prodígios da animalidade.
E um elo mais acima a nossa humanidade.
E tantos outros reinos que nós desconhecemos.
Sistema de mundos que nem nos apercebemos.
Com Jeitos tutelares arquiangelicais.
Imerso dos segredos siderais.
Que maravilha é esta que eu não posso descrever?
Com todo dramatismo que eu pudesse ter.
Artista inimitável, sublime ilimitável.
Me ponho de joelhos e contemplo abismado.
E pergunto a mim mesma com estupefação.
Quem criou isso com tanta perfeição até o perdão?
Quem dar sem pedir nada e paga sem dever nada?
E a tudo movimenta sem nunca se mover.
Formando e transformando.
Criando e dirigindo.
Governando e agindo.
Quem tem tamanho poder?
Pergunto a outras vozes.
Quem que podeis dizer?
E vos peço queridos irmãos, amigos meus.
E as vozes me respondem?
Foi Deus
Foi Deus
Foi Deus.

Bibliografia
Livro: A Gênese  CAPÍTULO II  DEUS




Programa O amor e Deus porAlberto Almeida : http://www.febtv.com.br/o-amor-e-deus_6c2c23ae3.html


•  EXISTÊNCIA DE DEUS
•  DA NATUREZA DIVINA
•  A PROVIDÊNCIA
•  A VISÃO DE DEUS 

EXISTÊNCIA DE DEUS 
1. Sendo Deus a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe, a  base  sobre  que repousa o  edifício  da  criação,  é  também  o  ponto  que importa  consideremos antes de tudo. 
2. Constitui princípio elementar que pelos seus efeitos é que se julga de uma causa,  mesmo quando ela se conserve oculta.  Se, fendendo os ares, um pássaro é atingido por mortífero grão de chumbo,  deduz­se que hábil atirador o alvejou, ainda que este último não seja visto. Nem  sempre, pois, se faz necessário vejamos uma coisa, para sabermos que ela existe. Em  tudo, observando os efeitos é que se chega ao conhecimento das causas. 
3. Outro princípio igualmente elementar eque, de tão verdadeiro, passou a axioma é  o de que todo efeito inteligente tem que decorrer de uma causa inteligente.  Se perguntassem qual o construtor de certo mecanismo engenhoso, que  pensaríamos de quem respondesse que ele se fez a si mesmo? Quando se contempla  uma obra­prima da arte ou da indústria, diz­se que há de tê­la produzido um homem  de gênio, porque só uma alta inteligência poderia concebê­la. Reconhece­se, no  entanto, que ela é obra de um homem, por se verificar que não está acima da  capacidade humana; mas, a ninguém acudirá a idéia de dizer que saiu do cérebro de  um idiota ou de um ignorante, nem, ainda menos, que é trabalho de um animal, ou  produto do acaso. 
4. Em toda parte se reconhece a presença do homem pelas suas obras
A existência  dos  homens  antediluvianos  não  se  provaria  unicamente  por  meio  dos  fósseis  humanos: provou­a também, e com muita certeza, a presença, nos terrenos daquela  época, de objetos trabalhados pelos homens. Um fragmento de vaso, uma pedratalhada, uma arma, um tijolo bastarão para lhe atestar a presença. 
Pela grosseria ou  perfeição do trabalho, reconhecer­se­á o grau de inteligência ou de adiantamento dos que o executaram. Se, pois, achando­vos numa região habitada exclusivamente por  selvagens, descobrirdes uma estátua digna de Fídias, não hesitareis em dizer que,  sendo incapazes de tê­la feito os selvagens, ela é obra de uma inteligência superior à  destes. 
5. Pois bem! lançando o olhar em torno de si, sobre as obras da Natureza, notando a  providência, a  sabedoria, a harmonia  que  presidem a  essas  obras, reconhece  o  observador não haver nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa  inteligência humana. Ora, desde que o homem não as pode produzir, é que elas são  produto de uma inteligência superior à Humanidade, a menos se sustente que há  efeitos sem causa. 
6. A isto opõem alguns o seguinte raciocínio: As obras ditas da Natureza são  produzidas por forças materiais que atuam mecanicamente, em virtude das leis de  atração e repulsão; as moléculas dos corpos inertes se agregam e desagregam sob o  império dessas leis. As plantas nascem, brotam, crescem e se multiplicam sempre da  mesma maneira, cada uma na sua espécie, por efeito daquelas mesmas leis; cada  indivíduo  se  assemelha  ao  de  quem  ele  proveio;  o  crescimento,  a  floração,  a  frutificação, a coloração se acham subordinados a causas materiais, tais como o  calor, a eletricidade, a luz, a umidade, etc. O mesmo se dá com os animais. Os astros  se formam pela atração molecular e se movem perpetuamente em suas órbitas por  efeito da gravitação. Essa regularidade mecânica no emprego das forças naturais não  acusa a ação de qualquer inteligência livre. O homem movimenta o braço quando  quer e como quer; aquele, porém, que o movimentasse no mesmo sentido, desde o  nascimento atéa morte, seria um autômato. Ora, as forças orgânicas da Natureza são  puramente automáticas.  Tudo isso é verdade; mas, essas forças são efeitos que hão de ter uma causa  e  ninguém  pretende  que  elas  constituam  a  Divindade.  Elas  são  materiais  e  mecânicas; não são de si mesmas inteligentes, também isto é verdade; mas, são  postas em ação, distribuídas, apropriadas às necessidades de cada coisa por uma  inteligência que não é a dos homens. A aplicação útil dessas forças é um efeito  inteligente, que denota uma causa inteligente. Um pêndulo se move com automática  regularidade e é nessa regularidade que lhe está o mérito. É toda material a força que  o faz mover­se e nada tem de inteligente. Mas, que seria esse pêndulo, se uma  inteligência não houvesse  combinado, calculado, distribuído o  emprego daquela  força, para fazê­lo andar com precisão? Do fato de não estar a inteligência no  mecanismo do pêndulo e do de que ninguém a vê, seria racional deduzir­se que ela  não existe? Apreciamo­la pelos seus efeitos.  A existência do relógio atesta a existência do relojoeiro; a engenhosidade  do mecanismo lhe atesta a inteligência e o saber. Quando um relógio vos dá, no  momento preciso, a indicação de que necessitais, já vos terá vindo à mente dizer: aí  está um relógio bem inteligente? 
Outro tanto ocorre com o mecanismo do Universo :  Deus não se mostra, mas revela pelas suas obras.

7. A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação,  como pela evidência material dos fatos. 
Os povos selvagens nenhuma revelaçãotiveram; entretanto, crêem instintivamente na existência de um poder sobre­humano. 
Eles vêem coisas que estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de umente superior à Humanidade. 
Não demonstram raciocinar  com mais lógicado que os que pretendem que tais coisas se fizeram a si mesmas? 

DA NATUREZA DIVINA 
8. Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus.
Para compreendê­lo, ainda nos falta o sentido  próprio,que só se adquir e por meio da completa depuração do Espírito.
Mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homemdesde que aceite como premissa a sua 
existência, pode, pelo raciocínio, chegar a  conhecer­lhe os atributos necessários, porquanto, vendo o que ele absolutamente não  pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser. 
Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender­  se a obra da criação. 
Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas e é pornão se terem reportado a isso, como ao farolcapaz de as orientar, que a maioria das  religiões  errou  em  seus  dogmas. 
As  que  não  atribuíram  a  Deus  a  onipotência  imaginaram muitos deuses; as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram dele um Deus cioso, colérico, parcial e vingativo.

9.  Deus é a suprema soberana inteligência É limitada a inteligência do homem,  pois  que  não  pode  fazer,  nem  compreender  tudo  o  que  existe.  A  de  Deus,  abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto  qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e  fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até ao infinito. 

10. Deus é eterno, isto é, não teve começo e não terá fim. 
Se tivesse tido princípio,houvera saído do nada. 
Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir. 
Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. 
Se lhe supuséssemos um começo ou fim, poderíamos conceber uma  entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao  infinito. 

11. Deus é imutável
Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo. 
12.   Deus é imaterial, isto é, a sua natureza difere de tudo o que  chamamos  matéria.
De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.  Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos, sem o que seria  matéria. Dizemos: a mão de Deus, o olho de Deus, a boca de Deus, porque o  homem, nada mais conhecendo além de si mesmo, toma a si próprio por termo de  comparação para tudo o que não compreende. São ridículas essas imagens em que  Deus é representado pela figura de um ancião de longas barbas e envolto nummanto.  Têm  o  inconveniente  de  rebaixar  o  Ente  supremo  até  às  mesquinhas  proporções da Humanidade. Daí a lhe emprestarem as paixões humanas e a fazerem­  no um Deus colérico e cioso não vai mais que um passo. 

13.   Deus  é  onipotente Se não  possuísse  o  poder  supremo,  sempre  se  poderia  conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar­se ao ser cuja  potencialidade nenhum outro ultrapassasse. 
Esse então é que seria Deus. 

14.  Deus é soberanamente justo e bom
A providencial sabedoria das leis divinas serevela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade. 
O  fato do ser infinita uma qualidade, exclui a  possibilidade de uma qualidade contrária, porque esta a apoucaria ou anularia. 
Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais  insignificante  parcela  de  malignidade,  nem  o  ser   i nfini ta m e nt e  m a u  conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo  que um objeto não pode ser de um negro absoluto, com a mais ligeira nuança de  branco, nem de um branco absoluto com a mais pequenina mancha preta. 
Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então, não  possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas  as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade. Não  poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente bom ou infinitamente  mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria, da sua bondade e da  sua solicitude, concluir­se­á que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem  deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente bom. 
A  soberana  bondade  implica  a  soberana  justiça,  porquanto,  se  ele  procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que fosse , ou com relação a uma só de  s ua s  c ri a t ur a s , já não seria soberanamente justo e, em  conseqüência,já não seria soberanamente bom . 

15 Deus e infintamente perfeito . É impossível conceber­se Deus sem o infinito das  perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que  possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá­lo, faz­se mister  que ele seja infinito em tudo. 
Sendo infinitos, os atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento,  nem de diminuição, visto que do contrário não seriam infinitos e Deus não seria  perfeito. Se lhe tirassem a qualquer dos atributos a mais mínima parcela, já não  haveria Deus, pois que poderia existir um ser mais perfeito. 

16.   Deus é único
unicidade de Deus é conseqüência do fato de serem infinitas as  suas  perfeições
Não  poderia  existir  outro  Deus,  salvo  sob  a  condição  de  ser  igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a mais  ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse outro e,  então, não seria Deus. 
Se houvesse entre ambos igualdade absoluta, isso eqüivaleria  a existir, de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um  mesmo poder. Confundidos assim, quanto à identidade, não haveria, em realidade,  mais que um único Deus. Se cada um tivesse atribuições especiais, um não faria oque o outro fizesse; mas, então, não existiria igualdade perfeita entre eles, pois que  nenhum possuiria aautoridade soberana. 
17. A ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que  gerou o politeísmo, culto adotado por todos os povos primitivos, que davam o  atributo de divindade a todo poder que lhes parecia acima dos poderes inerentes à  Humanidade. Mais tarde, a razão os levou a reunir essas diversas potências numa só.  Depois, à proporção que os homens foram compreendendo a essência dos atributos  divinos, retiraram  dos  símbolos,  que  haviam  criado,  a  crença  que  implicava  a  negação desses atributos. 
18.Em resumo, Deus não pode ser Deus, senão sob a condição de que nenhum outro  o ultrapasse, porquanto o ser que o excedesse no que quer que fosse, ainda que  apenas na grossura de um cabelo, é que seria o verdadeiro Deus. 
Para que tal não se  dê, indispensável se torna que ele seja infinito em tudo.  É  assim  que,  comprovada  pelas  suas  obras  a  existência  de  Deus,  por  simples dedução lógica se chega a determinar os atributos que o caracterizam. 

19. Deus é, pois, a inteligência suprema e absoluta único, eterno, imutável, imaterial, oniporente, soberanemente justo e bom em todas as perfeições. , e  não pode ser diverso disso.  Tal o eixo sobre que repousa oedifício universal. Esse o farol cujos raios se  estendem por sobre o  Universo inteiro, única luz capaz de guiar o homem na  pesquisa  da  verdade.  Orientando­se  por  essa  luz,  ele  nunca  se  transviará.  Se,  portanto, o homem há errado tantas vezes, é unicamente por não ter seguido o  roteiro que lhe estava indicado.  Tal também o critério i nf a lív el  de todas as doutrinas filosóficas e religiosas.  Para apreciá­las, dispõe o homem de uma medida rigorosamente exata nos atributos  de Deus e pode afirmar a si mesmo que  t oda  te or ia , t odo  pr i nc ípi o ,  t o do  dogm a ,  t oda   c r e nç a ,  t oda   pr á tic a   que  e sti v e r  e m  c ontr a di ç ã o  c om  um  s ó  que  s e j a   de s s e s  a tri but os,  q ue t e nd a   nã o  t a nt o  a   a nul á ­l o,  m a s si m pl e s m e nt e  a   di mi n uí ­l o, nã o  po de  e st a r c om a  v e r da de. 
E m fil os o fi a ,  e m  ps ic ol ogi a ,  e m  m or a l,  e m r e li gi ã o,  s ó  há   d e  v e r da d e ir o  o  que  nã o  s e  a f a ste,  ne m  um til,  da s  qua li da d e s  e s s e nc ia is  d a   D i vi nda d e . A religião  perfeita será aquela   de  c uj os  a rti gos  de  fé  nenhum esteja em oposição àquelas  qualidades; aquela cujos dogmas todos suportem a prova dessa verificação sem nada  sofrerem. 

A PROVIDÊNCIA 
20.A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda  parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a  ação providencial.  “Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, imiscuir­  se  em  pormenores  ínfimos,  preocupar­se  com  os  menores  atos  e  os  menorespensamentos de cada indivíduo?” Esta a interrogação que a si mesmo dirige o  incrédulo, concluindo por dizer que, admitida a existência de Deus, só se pode  admitir, quanto à sua ação, que ela se exerça sobre as leis gerais do Universo; que  este funcione de toda a eternidade em virtude dessas leis, às quais toda criatura se  acha submetida na esfera de suas atividades, sem que haja mister a intervenção  incessante da Providência. 
21. No estado de inferioridade em que ainda se encontram, só muito dificilmente  podem  os  homens  compreender  que  Deus  seja  infinito.  Vendo­se  limitados  e  circunscritos,  eles  o  imaginam  também  circunscrito  e  limitado.  Imaginando­o  circunscrito, figuram­no quais eles são, à imagem e semelhança deles. Os quadros  em que o vemos com traços humanos não contribuem pouco para entreter esse erro  no espírito das massas, que nele adoram mais a forma que o pensamento. Para a  maioria, é ele um soberano poderoso, sentado num  tr ono  inacessível e perdido na  imensidade  dos  céus.  Tendo  restritas  suas  faculdades  e  percepções,  não  compreendem que Deus possa e se digne de intervir diretamente nas pequeninas  coisas. 
22. Impotente para compreender a essência mesma da Divindade, o homem não  pode  fazer  dela  mais  do  que  uma  idéia  aproximativa,  mediante  comparações  necessariamente muito imperfeitas, mas que, ao menos, servem para lhe mostrar a  possibilidade daquilo que, à primeira vista, lhe parece impossível.  Suponhamos um fluido bastante sutil para penetrar todos os corpos. Sendo  ininteligente, esse fluido atua mecanicamente, por meio tão­só das forças materiais.  Se,  porém,  o  supusermos  dotado  de  inteligência,  de  faculdades  perceptivas  e  sensitivas,  ele  já não  atuará às  cegas, mas  com  discernimento,  com  vontade  e  liberdade: verá, ouvirá e sentirá. 
23. As propriedades do fluido perispirítico dão­nos disso uma idéia. Ele não é de si  mesmo inteligente, pois que é matéria, mas serve de veículo ao pensamento, às  sensações e percepções do Espírito. Esse fluido não é o pensamento do Espírito; é,  porém, o agente e o intermediário desse pensamento. Sendo quem o transmite, fica,  de certo modo,  i m pr e gna do  do pensamento transmitido. Na impossibilidade em que  nos achamos de o isolar, a nós nos parece que ele, o pensamento, faz corro com o  fluido, que com este se confunde, como sucede com o som e o ar, de maneira que  podemos,  a  bem  dizer,  materializá­lo.  Assim  como dizemos  que  o  ar  se  torna  sonoro,  poderíamos,  tomando  o  efeito  pela  causa,  dizer  que  o  fluido  se  torna  inteligente. 
24. Seja ou não assim no que concerne ao pensamento de Deus, isto é, quer o  pensamento de Deus atue diretamente, quer por intermédio de um fluido, para  facilitarmos a compreensão à nossa inteligência, figuremo­lo sob a forma concreta  de um fluido inteligente que enche o universo infinito e penetra todas as partes da  criação:   a   N a tur e z a   int e ir a   m e r gul ha da   no  fl ui do  di vi n o .  Ora,  em  virtude  do  princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza e têm as mesmas  propriedades que ele, cada átomo desse fluido, se assim nos podemos exprimir,
possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade e estando o  mesmo fluido em toda parte, tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua  previdência,  à  sua  solicitude.  Nenhum  ser  haverá,  por  mais  ínfimo  que  o  suponhamos, que não esteja saturado dele. Achamo­nos então, constantemente, em  presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar; o  nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo,  pois, razão para dizer­se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração.   E st a m os ne le, c om o e le e st á  e m nós , segundo a palavra do Cristo.  Para estender a sua solicitude atodas as criaturas, não precisa Deus lançar o  olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam  transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo  ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele. Os nossos pensamentos são  como os sons de um sino, que fazem vibrar todas as moléculas do ar ambiente. 
25. Longe de nós a idéia de materializar a Divindade. A imagem de um fluido  inteligente universal evidentemente não passa de uma comparação apropriada a dar  de Deus uma idéia mais exata do que os quadros que o apresentam debaixo de uma  figura humana. Destina­se ela a fazer compreensível a possibilidade que tem Deus  de estar em toda parte e de se ocupar com todas as coisas. 
26. Temos constantemente sob as vistas um exemplo que nos permite fazer idéia do  modo por que talvez se exerça a ação de Deus sobre as partes mais íntimas de todos  os seres e, conseguintemente, do modo por que lhe chegam as mais sutis impressões  de nossa alma. Esse exemplo tiramo­lo de certa instrução que a tal respeito deu um  Espírito. 
27. “O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como  dirigido o corpo. Nesse universo, o corpo representará uma criação cujo Deus seria o  Espírito. (Compreendei bem que aqui há uma simples questão de analogia e não de  identidade.) Os membros desse corpo, os diferentes órgãos que o compõem, os  músculos, os nervos, as articulações são outras tantas individualidades materiais, se  assim se pode dizer, localizadas em pontos especiais do referido corpo. Se bem seja  considerável  o  número  de  suas  partes  constitutivas,  de  natureza  tão  variada  e  diferente, a ninguém é lícito supor que se possam produzir movimentos, ou uma  impressão em qualquer lugar, sem que o Espírito tenha consciência do que ocorra.  Há sensações diversas em muitos lugares simultaneamente? O Espírito as sente  todas, distingue, analisa, assina a cada uma a causa determinante e o ponto em que  se produziu, tudo por meio do fluido perispirítico.  “Análogo fenômeno ocorre entre Deus e a criação. Deus está em toda parte,  na Natureza, como o Espírito está em toda parte, no corpo. Todos os elementos da  criação se acham em relação constante com ele, como todas as células do corpo  humano se acham em contacto imediato com o ser espiritual. Não há, pois, razão  para que fenômenos da mesma ordem não se produzam de maneira idêntica, num  e noutro caso.  “Um membro se agita: o Espírito o sente; uma criatura pensa: Deus o sabe.  Todos os membros estão em movimento, os diferentes órgãos estão a vibrar; oEspírito  ressente  todas  as  manifestações,  as  distingue  e  localiza.  As  diferentes  criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente: Deus sabe o  que se passa e assina a cada um o que lhe diz respeito.  “Daí  se  pode  igualmente  deduzir  a  solidariedade  da  matéria  e  da  inteligência, a solidariedade entre si de todos os seres de um mundo, a de todos os  mundos e, por fim, de todas as criações com o Criador.” (Quinemant ,  S o c ie da d e  d e  P a ris , 1867.) 
28. Compreendemos o efeito: já é muito. Do efeito remontamos à causa e julgamos  da sua grandeza pela do efeito. Escapa­nos, porém, a sua essência íntima, como a da  causa de uma imensidade de fenômenos. Conhecemos os efeitos da eletricidade, do  calor, da luz, da gravitação; calculamo­los e, entretanto, ignoramos a natureza íntima  do princípio que os produz. Será então racional neguemos o princípio divino, por  que não o compreendemos? 
29. Nada obsta a que se admita, para o princípio da soberana inteligência, um centro  de ação, um foco principal a irradiar incessantemente, inundando o Universo com  seus eflúvios, como o Sol com a sua luz. Mas onde esse foco? É o que ninguém  pode dizer. Provavelmente, não se acha fixado em determinado ponto, como não o  está a sua ação, sendo também provável que percorra constantemente as regiões do  espaço sem­fim. Se simples Espíritos têm o dom da ubiqüidade, em Deus há de ser  sem limites essa faculdade. Enchendo Deus o Universo, poder­se­ia ainda admitir, a  título de hipótese, que esse foco não precisa transportar­se, por se formar em todas  as partes onde a soberana vontade julga conveniente que ele se produza, donde o  poder dizer­se que está em toda parte e em parte nenhuma. 
30. Diante desses problemas insondáveis, cumpre que a nossa razão se humilhe.  Deus existe: disso não poderemos duvidar. É infinitamente justo e bom: essa a sua  essência. A tudo se estende a sua solicitude: compreendemo­lo. Só o nosso bem,  portanto, pode ele querer, donde se segue que devemos confiar nele: é o essencial.  Quanto ao mais, esperemos que nos tenhamos tornado dignos de o compreender. 

A VISÃO DEDEUS 
31.  Se  Deus  está  em  toda  parte,  por  que  não  o  vemos?  Vê­lo­emos  quando  deixarmos a Terra? 
Tais as perguntas que se formulam todos os dias.  À primeira é fácil responder. Por serem limitadas as percepções dos nossos  órgãos visuais, elas os tornam inaptos à visão de certas coisas, mesmo materiais
Alguns  fluidos  nos  fogem  totalmente  à  visão  e  aos  instrumentos  de  análise;  entretanto, não duvidamos da existência deles. Vemos os efeitos da peste, mas não  vemos o fluido que a transporta; vemos os corpos em movimento sob a influência  da força de gravitação, mas não vemos essa força. 

32. Os nossos órgãos materiais não podem perceber as coisas de essência espiritual.  Unicamente com a visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e as coisas do  mundo imaterial. Somente a nossa alma, portanto, pode ter a percepção de Deus.  Dar­se­á que ela o veja logo após a morte? A esse respeito, só as comunicações de  além­túmulo nos podem instruir. Por elas sabemos que a visão de Deus constitui  privilégio das mais purificadas almas e que bem poucas, ao deixarem o envoltório  terrestre, se encontram no grau de desmaterialização necessária a tal efeito. Uma  comparação vulgar o tornará facilmente compreensível. 
33. Uma pessoa que se ache no fundo de um vale, envolvido por densa bruma, não  vê o Sol. Entretanto, pela luz difusa, percebe que está fazendo Sol. Se entra a subir a  montanha, à medida que for ascendendo, o nevoeiro se irá tornando mais claro, a luz  cada vez mais viva. Contudo, ainda não verá o Sol. Só depois que se haja elevado  acima da camada brumosa e chegado a um ponto onde o ar esteja perfeitamente  límpido, ela o contemplará em todo o seu esplendor.  O mesmo se dá com a alma. O envoltório perispirítico, conquanto nos seja  invisível e impalpável, é, com relação a ela, verdadeira matéria, ainda grosseira  demais para certas percepções. Ele, porém, se espiritualiza, à proporção que a alma  se eleva em moralidade. As imperfeições da alma são quais camadas nevoentas que  lhe obscurecem a visão. Cada imperfeição de que ela se desfaz é uma mácula a  menos; todavia, só depois de se haver depurado completamente é que goza da  plenitude das suas faculdades. 
34. Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os  Espíritos que  atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber. Pelo fato de não  o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do  que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza, se  encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós o estamos na luz.  O que há é que as imperfeições daqueles Espíritos são vapores que os impedem de  vê­lo. Quando o nevoeiro se dissipar, vê­lo­ão resplandecer. Para isso, não lhes é  preciso subir, nem procurá­lo nas profundezas do infinito. Desimpedida a visão  espiritual das belidas que a obscureciam, eles o verão de todo lugar onde se achem,  mesmo da Terra, porquanto Deus está em toda parte. 
35.  O  Espírito  só  se  depura  com  o  tempo,  sendo  as  diversas  encarnações  o  alambique em cujo fundo deixa de cada vez algumas impurezas. Com o abandonar o  seu invólucro corpóreo, os Espíritos não se despojam instantaneamente de suas  imperfeições, razão por que, depois da morte, não vêem a Deus mais do que o viam  quando vivos; mas, à medida que se depuram, têm dele uma intuição mais clara.  Não o vêem, mas compreendem­no melhor; a luz é menos difusa. Quando, pois,  alguns Espíritos dizem que Deus lhes proíbe respondam a uma dada pergunta não é  que Deus lhes apareça, ou dirija a palavra, para lhes ordenar ou proibir isto ou  aquilo, não; eles, porém, o sentem; recebem os eflúvios do seu pensamento, como  nos sucede com relação aos Espíritos que nos envolvem em seus fluidos, embora  não os vejamos.

36. Nenhum homem, conseguintemente, pode ver a Deus com os olhos da carne. Se  essa graça fosse concedida a alguns, só o seria no estado de êxtase, quando a alma se  acha tão desprendida dos laços da matéria que torna possível o  fato durante a  encarnação. Tal privilégio, aliás, exclusivamente pertenceria a almas de eleição,  encarnadas em missão, que não em expiação. Mas, como os Espíritos da mais  elevada categoria refulgem de ofuscante brilho, pode dar­se que Espíritos menos  elevados,  encarnados  ou  desencarnados,  maravilhados  com  o  esplendor  de  que  aqueles se mostram cercados, suponham estar vendo o próprio Deus. É como quem  vê um ministro e o toma pelo seu soberano. 
37. Sob que aparência se apresenta Deus aos que se tornaram dignos de vê­lo? Será  sob  uma  forma  qualquer?  Sob  uma  figura  humana,  ou  como  um  foco  de  resplendente luz? A linguagem humana é impotente para dizê­lo, porque não existe  para nós nenhum ponto de comparação capaz de nos facultar uma idéia de tal coisa.  Somos  quais  cegos  de  nascença  a  quem  procurassem  inutilmente  fazer  compreendessem  o  brilho  do  Sol.  A  nossa  linguagem  é  limitada  pelas  nossas  necessidades e pelo círculo das nossas idéias; a dos selvagens não poderia descrever  as maravilhas da civilização; a dos povos mais civilizados é extremamente pobre  para descrever os esplendores dos céus, a nossa inteligência muito restrita para os  compreender e a nossa vista, por muito fraca, ficaria deslumbrada.

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