quinta-feira, 15 de março de 2018

Eu enquanto espírito


Tema do mês: QUEM SOU EU ? Objetivos de vida, sonhos e dificuldades    Data: 24 fev 18
Objetivo: integração social e afetiva com o mundo em que o adolescente vive.

Tema da aula: Eu enquanto espírito
Objetivo da aula: reconhecimento de ser espírito eterno, fortalecer as potencialidades latentes capazes de transformar vicissitudes em virtudes, bem como a fé em si mesmo, na vida e em Deus.   
Evangelizador: Wilma Maria Roberto

“… tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo”. Q540 –L.E.
“O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, esse fogo sagrado” – Fenelon E.S.E.

A proposta da aula é acessar mais os sentimentos do que focar em formar conhecimento; haja vista bastar neste momento saber que somos seres criados por Deus na célula mais primitiva para atingir a perfeição. Portanto, pretendo tocar corações e mentes para que de coração fortalecido na fé de que um dia seremos “anjos” (assim o espírito mais perfeito que esteve entre nós, Jesus, afirmou que se seguíssemos suas recomendações, faríamos o que Ele fez e muito mais), na condição de cocriadores da nossas existência, poderemos de coração aberto ao Pai se aproximar dele, sentir sua presença na nossa vida nas mais diversas manifestações cotidianas, entregar nosso coração e confiar que se estiver seguindo os passos do bem, tudo caminhará a meu favor. E mesmo que minhas opções dificultem minha trajetória, sempre terei a possibilidade de me corrigir, aprender e recomeçar.
Utilizaremos desenhos à mão livre e música como instrumento de sensibilização ao longo da aula.

Material a utilizar:
Papel sulfite, lápis de cor, caixa de som.

Prece inicial: 03´

Incentivo Inicial: 5´ Quem é você ?
Iniciar a aula pegando o gancho das três anteriores para retomar o tema do quem sou eu nas diversas formas e ambientes discutidos.
ü  Quem é você? E diante da resposta deles, perguntar: isto é o suficiente para te conhecer?

Desenvolvimento: 30´ Meu autorretrato visto de dentro
Distribuir uma folha sulfite para cada um, dispor os lápis de cor para eles usarem à vontade.
Nós vamos nos comunicar de maneira diferente, vamos usar a nossa potência espiritual chamada MENTE e daí vamos deixar a nossa mente funcionar e vamos desenhar aquilo que gostaríamos de falar.
A proposta é fazer um autorretrato conforme minhas perguntas. Preparados???
ü  Que espírito é você?
ü  Qual a sua forma, seu tom, sua densidade?
ü  Qual sua sintonia?
ü  Qual sua memória?  
ü  Qual sua potência?
Que tal falar de nós usando os desenhos?
ð  Espírito: resultado do ser que passou pelos reinos mineral, vegetal, animal e agora humano.
ð  Forma, tom, densidade e sintonia: ligar aos sentimentos, vibrações que estou em contato, minhas escolhas diárias sobre tudo que está ao meu redor
ð  Memória: acesso limitado enquanto ser encarnado, mas enquanto espírito eterno, acesso sentimentos, conhecimento.
ð  Potência: lembra de Jesus? Vós sois deuses, depende de nós!
Após conversar sobre cada pergunta, concluir na lousa com uma frase da música “Sou um espírito”
Sou Um Espírito - Denis Soares
A tentativa de no mundo eu me entender
É mais segura se mais longe eu enxergar
Se eu buscar com acuidade perceber que eu não sou só isso aqui
Há muito por trás das cortinas, desse véu que me explica, me define bem melhor
E eu não me culpo se não sou como pensei, pois sou obra da ação de Deus
Sou um espírito que anda pelo universo a procurar
O Pai me deu a vida pra eu me melhorar
Sou um espírito e sempre busco aprender, me educar
Agradeço porque existo, por poder lutar nessa trilha que me eleva, que me faz poder amar

Conclusão: 10´”O Pai me deu a vida para eu me melhorar”
Após identificarmos a maravilhosa aventura de ser um espírito eterno em constante aprendizado e caminhando rumo à luz, ao amor e à perfeição de acordo com o nosso tempo e vontade; podemos afirmar que realmente o poder está em nossas mãos de transformar nossas vidas em felicidade possível ?
Somos cocriadores? Somos deuses? Somos potência de luz, de saúde, de alegria, de amizade, de paciência, de coragem, de carinho?
Então, vamos nos embalar ao som do violão do tio Cléber e cantarolar vibrando gratidão à mais uma oportunidade linda desta vida?

Semente do Amanhã - Gonzaguinha
Ontem um menino que brincava me falou que hoje é semente do amanhã...
Para não ter medo que este tempo vai passar...
Não se desespere não, nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs...
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar!
Fé na vida Fé no homem, fé no que virá!
Nós podemos tudo
Nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será

Prece final

Bibliografia
O livro dos espíritos – capítulo II
ESE – Cap.11 - Amai ao próximo como a ti mesmo, Cap. 17 Sede perfeitos
Músicas: Sou um espírito – Denis Soares, Semente do Amanhã - Gonzaguinha




I – A Lei do Amor: Lázaro, Paris 1862

                    8 – O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento. Não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior, que reúne e condensa em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais. Feliz aquele que, sobrelevando-se à humanidade, ama com imenso amor os seus irmãos em sofrimento! Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo! Seus pés são leves, e ele vive como transportado fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou essa palavra divina, — amor — fez estremecerem os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
            O Espiritismo, por sua vez, vem pronunciar a segunda palavra do alfabeto divino. Ficai atentos, porque essa palavra levanta a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, vencendo a morte, revela ao homem deslumbrado o seu patrimônio intelectual. Mas já não é mais aos suplícios que ela conduz, e sim à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito, e o Espírito deve agora resgatar o homem da matéria.
            Disse que o homem, no seu início, tem apenas instintos. Aquele, pois, em que os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que do alvo. Para avançar em direção ao alvo, é necessário vencer os instintos a favor dos sentimentos, ou seja, aperfeiçoar a estes, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos. Trazem consigo o progresso, como a bolota oculta o carvalho. Os seres menos adiantados são os que, libertando-se lentamente de sua crisálida, permanecem subjugados pelos instintos.
            O Espírito deve ser cultivado como um campo. Toda a riqueza futura depende do trabalho atual. E mais que os bens terrenos, ele vos conduzirá à gloriosa elevação. Será então que, compreendendo a lei do amor, que une a todos os seres, nela buscareis os suaves prazeres da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes
*
FÉNELON  Bordeaux, 1861

            9 – O amor é de essência divina. Desde o mais elevado até o mais humilde, todos vós possuís, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. É um fato que tendes podido constatar muitas vezes: o homem mais abjeto, o mais vil, o mais criminoso, tem por um ser ou um objeto qualquer uma afeição viva e ardente, à prova de todas as vicissitudes, atingindo freqüentemente alturas sublimes.
            Disse por um ser ou um objeto qualquer, porque existem, entre vós, indivíduos que dispensam tesouros de amor, que lhes transbordam do coração, aos animais, às plantas, e até mesmo aos objetos materiais. Espécies de misantropos a se lamentarem da humanidade em geral, resistem à tendência natural da alma, que busca em seu redor afeição e simpatia. Rebaixam a lei do amor à condição do instinto. Mas, façam o que quiserem, não conseguirão sufocar o germe vivaz que Deus depositou em seus corações, no ato da criação. Esse germe se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência, e embora freqüentemente comprimido pelo egoísmo, é a fonte das santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duradouras que vos ajudam a transpor a rota escarpada e árida da existência humana.
            Há algumas pessoas a quem repugna a prova da reencarnação, pela idéia de que outros participarão das simpatias afetivas de que são ciosas. Pobres irmãos! O vosso afeto vos torna egoísta. Vosso amor se restringe a um círculo estreito de parentes ou de amigos, e todos os demais vos são indiferentes. Pois bem: para praticar a lei do amor, como Deus a quer, é necessário que chegueis a amar, pouco a pouco, e indistintamente, a todos os vossos irmãos. A tarefa é longa e difícil, mas será realizada. Deus o quer, e a lei do amor é o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que deve um dia matar o egoísmo, sob qualquer aspecto em que se apresente, pois além do egoísmo pessoal, há ainda o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Jesus disse: “Amai ao vosso próximo como a vós mesmos”; ora, qual é o limite do próximo? Será a família, a seita, a nação? Não: é toda a humanidade! Nos mundos superiores, é o amor recíproco que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam. E o vosso planeta, destinado a um progresso que se aproxima, para a sua transformação social, verá seus habitantes praticarem essa lei sublime, reflexo da própria Divindade.
            Os efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrena. Os mais rebeldes e os mais viciosos deverão reformar-se, quando presenciarem os benefícios produzidos pela prática deste princípio: “Não façais aos outros os que não quereis que os outros vos façam, mas fazei, pelo contrário, todo o bem que puderdes”.
            Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano, que cederá, mesmo de malgrado, ao verdadeiro amor. Este é um imã a que ele não poderá resistir, e o seu contato vivifica e fecunda os germes dessa virtude, que estão latentes em vossos corações. A Terra, morada de exílio e de provas, será então purificada por esse fogo sagrado, e nela se praticarão a caridade, a humildade, a paciência, a abnegação, a resignação, o sacrifício, todas essas virtudes filhas do amor. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João Evangelista. Sabeis que, quando a doença e a velhice interrompem o curso de suas pregações, ele repetia apenas estas doces palavras: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros!”.
            Queridos irmãos, utilizai com proveito essas lições: sua prática é difícil, mas delas retira a alma imenso benefício. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos”, e vereis, muito em breve, a Terra modificada tornar-se um novo Eliseu, em que as almas dos justos virão gozar o merecido repouso.           

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