quinta-feira, 15 de março de 2018

Lei do Amor


Tema do mês: LEIS MORAIS                                                               Data: 29 Agosto 15

Tema da aula: Lei do Amor, evolução moral.

Objetivo Formativo: Reconhecer que as leis morais auxiliam no desenvolvimento moral da humanidade.
Objetivo Informativo: Conscientizar-se de que o progresso é lei divina.
Objetivo da aula: Entrar em contato novamente com a Lei do Amor e senti-la no coração, frente às situações do nosso dia a dia.
Evangelizador: Isis Bello

Prece inicial: 03´

Incentivo Inicial: Descobrindo a vida de Paulo e Estevão... 10´
ü  Lembram-se da aula passada, em que Paulo sentenciou Estevão à morte, por seguir o Cristo? E que Saulo de Tarso mudou seu nome para Paulo de Tarso?
Alguém descobriu porque teve essa mudança de nome?
ü  Enquanto Saulo de Tarso, ele acabou perseguindo todos aqueles que seguiam Jesus por acreditar que os ensinamentos do mestre contradiziam as Leis de Deus, trazidas por Moisés. Enquanto estava perseguindo, batendo e prendendo os apóstolos, teve contato diversas vezes com os ensinamentos de Jesus através dessa perseguição, quando ouvia e presenciava cenas de amor e conversas amorosas dos apóstolos nos momentos em que apanhavam e eram presos. Esse foi um processo como de grão em grão que pareceu ser necessário ao seu espírito para compreender estes ensinamentos. Até seu grande amigo Gamaliel, que era quase um guia para Saulo de Tarso lhe disse:
- Não me faças ir contigo, nesta assembléia, aos debates públicos escandalosos e atentatórios da feição amorosa que toda verdade deve trazer consigo. Libertarás estes homens em atenção ao nosso passado de mútuo entendimento. É só o que te peço. Deixa-os em paz, por amor aos nos soslaços afetivos. Daqui a alguns dias não precisarás conceder mais coisa alguma ao velho mestre. Serás meu substituto neste cenáculo, porqüanto tenciono abandonar a cidade em breves dias.
ü  Depois dessa conversa, Saulo soltou os demais apóstolos, mas disse que Estevam ficaria e seria morto por justa causa. Quando Estevão estava à beira da morte, Saulo descobre que ele era irmão de sua amada noiva, um irmão que há muito tempo era procurado por ela que amava demais esse irmão. Ao descobrir isso e presenciar a conversa amorosa entre os irmãos que acabaram se reencontrando nessa situação, seu coração enrijecido mais uma vez abrandou... Após 8 meses desse reencontro, sua amada esposa acaba morrendo de tão doente que ficou ao ver a morte do irmão...
ü  Saulo profundamente abatido, procurava remédio para as mágoas íntimas. Pensamentos amargos o atormentavam, tomado de angustioso arrependimento. Afinal, com a rigidez das suas paixões, aniquilara todas as possibilidades de ventura. Com o rigorismo da sua perseguição implacável, Estevão encontrara o suplício terrível; com o orgulho inflexível do coração, atirara com a noiva ao antro indevassável do túmulo.
ü  Ainda perdido nestes sentimentos, decide continuar a perseguição e durante o trajeto à Damasceno, ainda recluso em seus pensamentos e tomado de profundo arrependimento, vê uma luz no céu e tem um encontro com Jesus que amorosamente lhe chama à Luz e ao Amor, assim, muda seu nome para Paulo (humilde) e se torna a figura do cooperador fiel, na sua legitima feição de homem transformado por Jesus - Cristo e atento ao divino ministério.

Desenvolvimento: Conversa entre o coração e a mente - 25´
Separar os evangelizandos em dois grupos. Um grupo será a mente/razão e o outro representará o coração.
Contar uma história relacionada ao cotidiano deles e colocar o grupo razão para julgar uma pessoa da história e o grupo coração, que sabe/sente a verdade em relação a história toda (fatos que são desconhecidos pelo grupo razão/mente) para conversar com o grupo razão, tentando neutralizar os julgamentos e críticas que surgirem.
Ao final da discussão, desvendar para o grupo razão todos os fatos que o coração sentia.


Fixação: Amai-vos uns aos outros 10´
Perguntar ao grupo coração como eles se sentiram em relação aos julgamentos e críticas feitas pelo grupo razão/mente. E como o grupo razão/mente se sentiu após saber da história toda?

- A mente fala mais alto que o coração?
- As vezes o coração fica apertado com tantos pensamentos?

- Jesus nos disse: amai-vos uns aos outros... Amar o próximo como a si mesmo...

Como é esse amor que Jesus fala?
Nós nos amamos? O que podemos fazer para nos amar mais?
Como amamos o próximo? Colocamos algumas condições para amar o próximo?
O nosso julgamento atrapalha nesse processo de amar a nós mesmos e ao próximo?

Através do amor evoluímos moralmente, o amor resume a doutrina inteira de Jesus, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito.

Prece Final

Bibliografia: O Livro dos Espíritos – parte terceira – Leis Morais
https://www.youtube.com/watch?v=6VgqVLtirDQ A Lei do Amor, Justiça e Caridade

https://www.youtube.com/watch?v=2Rb0GdDfRXg ESDE - Lei de Justiça, amor e caridade - Carlos Campetti

CAPÍTULO XI Amar o próximo como a si mesmo – ESSE
Livro Paulo e Estevão – Emmanuel / Chico Xavier

 

CAPÍTULO XI Amar o próximo como a si mesmo - ESE
• O mandamento maior
Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam.
 Instruções dos Espíritos: A lei de amor

4. “Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas tão somente união, concórdia e benevolência mútua.

Instruções dos Espíritos A lei de amor
8. O amor resume a doutrina de Jesus inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! Ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor —, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo. O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem. Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germens latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. – Lázaro. (Paris, 1862.)

9. O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. É fato, que já haveis podido comprovar muitas vezes, este: o homem, por mais abjeto, vil e criminoso que seja, vota a um ente ou a um objeto qualquer viva e ardente afeição à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la e que alcança, não raro, sublimes proporções. A um ente ou um objeto qualquer, disse eu, porque há entre vós indivíduos que, com o coração a transbordar de amor, despendem tesouros desse sentimento com animais, plantas e, até, com coisas materiais: espécies de misantropos que, a se queixarem da Humanidade em geral e a resistirem ao pendor natural de suas almas, que buscam em torno de si a afeição e a simpatia, rebaixam a lei de amor à condição de instinto. Entretanto, por mais que façam, não logram sufocar o gérmen vivaz que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los. Esse gérmen se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência e, embora comprimido amiúde pelo egoísmo, torna-se a fonte das santas e doces virtudes que geram as afeições sinceras e duráveis e ajudam a criatura a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana. Há pessoas a quem repugna a reencarnação, com a ideia de que outros venham a partilhar das afetuosas simpatias de que são ciosas. Pobres irmãos! o vosso afeto vos torna egoístas; o vosso amor se restringe a um círculo íntimo de parentes e de amigos, sendo-vos indiferentes os demais. Pois bem! para praticardes a lei de amor, tal como Deus o entende, preciso se faz chegueis passo a passo a amar a todos os vossos irmãos indistintamente. A tarefa é longa e difícil, mas cumprir-se-á: Deus o quer e a lei de amor constitui o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que um dia matará o egoísmo, qualquer que seja a forma sob que se apresente, dado que, além do egoísmo pessoal, há também o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Disse Jesus: “Amai o vosso próximo como a vós mesmos.” Ora, qual o limite com relação ao  próximo?
Será a família, a seita, a nação? Não; é a Humanidade inteira. Nos mundos superiores, o amor recíproco é que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam, e o vosso planeta, destinado a realizar em breve sensível progresso, verá seus habitantes, em virtude da transformação social por que passará, a praticar essa lei sublime, reflexo da Divindade. Os efeitos da lei de amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão, quando observarem os benefícios resultantes da prática deste preceito: Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam;  fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que vos esteja ao alcance fazer-lhes. Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, ele, a seu mau grado, cede. É um ímã a que não lhe é possível resistir. O contato desse amor vivifica e fecunda os germens que dele existem, em estado latente, nos vossos corações. A Terra, orbe de provação e de exílio, será então purificada por esse fogo sagrado e verá praticados na sua superfície a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação e o sacrifício, virtudes todas filhas do amor. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João, o Evangelista. Como sabeis, quando a enfermidade e a velhice o obrigaram a suspender o curso de suas prédicas, limitava-se a repetir estas suavíssimas palavras: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros.” Amados irmãos, aproveitai dessas lições; é difícil o praticá-las, porém, a alma colhe delas imenso bem. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos” e vereis a Terra em breve transformada num Paraíso onde as almas dos justos virão repousar. – Fénelon. (Bordeaux, 1861.)

10. Meus caros condiscípulos, os Espíritos aqui presentes vos dizem, por meu intermédio: “Amai muito, a fim de serdes amados.” É tão justo esse pensamento, que nele encontrareis tudo o que consola e abranda as penas de cada dia; ou melhor: pondo em prática esse sábio conselho,  elevar-vos-eis de tal modo acima da matéria que vos espiritualizareis antes de deixardes o invólucro terrestre. Havendo os estudos espíritas desenvolvido em vós a compreensão do futuro, uma certeza tendes: a de caminhardes para Deus, vendo realizadas todas as promessas que correspondem às aspirações de vossa alma. Por isso, deveis elevar-vos bem alto para julgardes sem as constrições da matéria, e não condenardes o vosso próximo sem terdes dirigido a Deus o pensamento.
Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontrareis, dentro de certo período, em mundos mais adiantados; e os Espíritos que a compõem são, como vós, filhos de Deus, destinados a se elevarem ao infinito. Assim, não podeis recusar aos vossos irmãos o que Deus liberalmente vos outorgou, porquanto, de vosso lado, muito vos alegraria que vossos irmãos vos dessem aquilo de que necessitais. Para todos os sofrimentos, tende, pois, sempre uma palavra de esperança e de conforto, a fim de que sejais inteiramente amor e justiça. Crede que esta sábia exortação: “Amai bastante, para serdes amados”, abrirá caminho; revolucionária, ela segue sua rota, que é determinada, invariável. Mas já ganhastes muito, vós que me ouvis, pois que já sois infinitamente melhores do que éreis há cem anos. Mudastes tanto, em proveito vosso, que aceitais de boa mente, sobre a liberdade e a fraternidade, uma imensidade de ideias novas, que outrora rejeitaríeis. Ora, daqui a cem anos, sem dúvida aceitareis com a mesma facilidade as que ainda vos não puderam entrar no cérebro. Hoje, quando o movimento espírita há dado tão grande passo, vede com que rapidez as ideias de justiça e de renovação, constantes nos ditados espíritas, são aceitas pela parte mediana do mundo inteligente. É que essas ideias correspondem a tudo o que há de divino em vós. É que estais preparados por uma sementeira fecunda: a do século passado, que implantou no seio da sociedade terrena as grandes ideias de progresso. E, como tudo se encadeia sob a direção do Altíssimo, todas as lições recebidas e aceitas virão a encerrar-se na permuta universal do amor ao próximo. Por aí, os Espíritos encarnados, melhor apreciando e sentindo, se estenderão as mãos, de todos os confins do vosso planeta. Uns e outros reunir-se-ão, para se entenderem e amarem, para destruírem todas as injustiças, todas as causas de desinteligências entre os povos. Grande conceito de renovação pelo Espiritismo, tão bem exposto em O livro dos espíritos; tu produzirás o portentoso milagre do século vindouro, o da harmonização de todos os interesses materiais e espirituais dos homens, pela aplicação deste preceito bem compreendido: “Amai bastante, para serdes amados.” – Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

Da lei de justiça, de amor e de caridade – Livro dos Espíritos
• Justiça e direitos naturais
• Direito de propriedade. Roubo
• Caridade e amor do próximo
• Amor materno e filial

CARIDADE E AMOR DO PRÓXIMO
886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe
são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.
887. Jesus também disse:  Amai mesmo os vossos inimigos. Ora, o amor aos inimigos não será contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provirá de uma falta de simpatia entre os Espíritos?
“Certo ninguém pode votar aos seus inimigos um amor terno e apaixonado. Não foi isso o que Jesus entendeu de dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e lhes retribuir o mal com o bem. O que assim procede se torna superior aos seus inimigos, ao passo que abaixo deles se coloca, se procura tomar vingança.”
888. Que se deve pensar da esmola?
“Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa vontade de alguns.”
a) — Dar-se-á reproveis a esmola?
“Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira por que habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão.
“A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; está tanto no ato, como na maneira por que é praticado. Duplo valor tem um serviço prestado com delicadeza. Se o for com altivez, pode ser que a necessidade obrigue quem o recebe a aceitá-lo, mas o seu coração pouco se comoverá.
“Lembrai-vos também de que, aos olhos de Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus: ‘Ignore a vossa mão esquerda o que a direita der.’ Por essa forma, ele vos ensinou a não tisnardes a caridade com o orgulho.
“Deve-se distinguir a esmola, propriamente dita, da beneficência. Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação.
Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.
“Não esqueçais nunca que o Espírito, qualquer que sejam o grau de seu adiantamento, sua situação como reencarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior, para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sede, pois, caridosos, praticando, não só a caridade que vos faz dar friamente o óbolo que tirais do bolso ao que vo-lo ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes com os defeitos dos vossos semelhantes. Em vez de votardes desprezo à ignorância e ao vício, instruí os ignorantes e moralizai os viciados. Sede brandos e benevolentes para com tudo o que vos seja inferior. Sede-o para com os seres mais ínfimos da criação e tereis obedecido à lei de Deus.” SÃO VICENTE DE PAULO
889. Não há homens que se vêem condenados a mendigar por culpa sua?
“Sem dúvida; mas, se uma boa educação moral lhes houvera ensinado a praticar a lei de Deus, não teriam caído nos excessos causadores da sua perdição. Disso, sobretudo, é que depende a melhoria do vosso planeta.” (707)

AMOR MATERNO E FILIAL
890. Será uma virtude o amor materno, ou um sentimento instintivo, comum aos homens e aos animais?
“Uma e outra coisa. A Natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais; cessa quando desnecessários se tornam os cuidados. No homem, persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que são virtudes. Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até no além-túmulo. Bem vedes que há nele coisa diversa do que há no amor do animal.” (205-385)
891. Estando em a Natureza o amor materno, como é que há mães que odeiam os filhos e, não raro, desde a infância destes?
“Às vezes, é uma prova que o Espírito do filho escolheu, ou uma expiação, se aconteceu ter sido mau pai, ou mãe perversa, ou mau filho, noutra existência (392). Em todos os casos, a mãe má não pode deixar de ser animada por um mau Espírito que procura criar embaraços ao filho, a fim de que sucumba na prova que buscou. Mas, essa violação das leis da Natureza não ficará impune e o Espírito do filho será recompensado pelos obstáculos de que haja triunfado.”
892. Quando os filhos causam desgostos aos pais, não têm estes desculpa para o fato de lhes não dispensarem a ternura de que os fariam objeto, em caso contrário?
“Não, porque isso representa um encargo que lhes é confiado e a missão deles consiste em se esforçarem por encaminhar os filhos para o bem (582-583). Demais, esses desgostos são, amiúde, a conseqüência do mau feitio que os pais deixaram que seus filhos tomassem desde o berço. Colhem o que semearam.”

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