Tema do mês: Esperançar Data: 30 de Setembro
de 2017
Objetivo: Conscientizar-se da importância da
fé e da esperança, apesar das tribulações.
Tema da aula: Transição planetária
Objetivo da aula: refletir
sobre fatos, atitudes e sentimentos em tempos de transição planetária.
Evangelizador: Wilma Maria Roberto
“Quando
se vos diz que a Humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra
tem que se elevar na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas
palavras; vede, ao contrário, a execução da uma das grandes leis fatais do
Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana.”Arago, Gênese, 1831.
Utilizar
trechos de ESE, GÊNESE para dar suporte aos temas que vamos abordar. A proposta
será mostrar aos jovens o quanto temos evoluído desde a nossa criação. São
sinais de transição planetária mudanças impactantes em todos os aspectos;
portanto, nada é imprevisível, nem está à deriva ou abandonado. Estamos
acompanhados por espíritos experientes de elevado nível moral neste assunto que
não podem fazer a transformação moral nem evoluir por nós; no entanto, estão
nos amparando e enviando ajuda e suporte necessário para progredirmos.
Jesus é um
espírito da escala “Cristo” há mais de 4,5 bilhões de anos, Ele continua
evoluindo e tem condições de nos amparar e conduzir. Ele mesmo nos prometeu que
criaria um planeta para nos acolher e estaria conosco até o último irmão em
progresso. E tem demonstrado que está conosco: veio ao vivo e em cores para nos
relembrar da nossa missão de evoluir pelo Amor e Fraternidade. Enviou o
Consolador Prometido e continua nos instruindo e amparando através dos seus
Emissários do Bem. Confiemos nas nossas potencialidades de progredir, nos
benfeitores espirituais, em Jesus e no Pai Criador, infinitamente bom e justo
que juntos chegaremos bem!
Material a utilizar:
Papel branco ou pardo no tamanho de um adolescente para fazer
o contorno do seu corpo.
Caneta piloto, canetas diversas.
Prece inicial: 03´
Incentivo
Inicial: 10´Que tal um
aplicativo para atingirmos a proposta de hoje?
Você já usou algum aplicativo? Quando? Como? Por que? Teve
dificuldade ?
Hoje nós vamos precisar da disposição e criatividade de cada
um de nós para criar um aplicativo que nos guiará numa viagem.
Desenvolvimento: 30´ Viagem
ao mundo interior.
Proposta:
contornar o corpo de um dos adolescentes e dali convidá-los a fazermos juntos
uma viagem ao mundo interior da humanidade encarnada na Terra; ou seja, dentro
de nós mesmos.
O objetivo
é atravessar o estado da Terra como planeta de Expiação e Provas até seu estado
de mundo REGENERADO.
“Waze” espiritual: Sabemos onde ir ? Você define a rota de
como quer ir, com quem, o que vai fazer, o que vai levar. Assuma uma rota e
atinja o objetivo final: MUNDO DE REGENERAÇÃO.
Atenção: enquanto todos não chegarem no mundo regenerado, o
objetivo não foi atingido.
Contorno do
corpo: colocar os trechos das obras em cada parte do contorno com numeração.
Reservar o coração como símbolo do planeta REGENERADO.
A cada
trecho abordado, pedir para eles relacionarem aos fatos, atitudes e sentimentos
envolvidos. À medida que eles discutem o tema, avançam para o próximo trecho
até chegar no coração.
Contorno do
corpo: colocar os trechos das obras em cada parte do contorno com numeração.
1. ”Tudo na criação é harmonia; tudo revela
uma previdência que não se desmente, nem nas menores, nem nas maiores coisas.”
(A Gênese)
Abordar a criação do planeta para nosso processo evolutivo: Jesus recebe
a missão de criar um planeta para receber os espíritos que necessitavam
evoluir. Praticamente há 4,5 bilhões de anos estamos aqui nascendo e renascendo
desde a mais tenra célula dos reinos mineral, vegetal, animal e humano. Todos
criados simples e ignorantes para renascermos melhores; afinal, pedimos uma nova
chance!
2. “O progresso é lei da Natureza. A essa lei
todos os seres da Criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade
de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que
aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas um meio de se
chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre
para renascer e nada sofre o aniquilamento. “ ESE
Vocês acham que estamos
progredindo ou regredindo? Por que? A natureza progrediu? O homem a acompanhou,
apesar da sua devastação ?
3. “Isto posto, diremos que o nosso globo,
como tudo o que existe, está submetido à lei do progresso. Ele progride,
fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela
depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. ” (Gênese)
=> Vocês acham que o
homem está se transformando para melhor? Como? Por que?
Trazer temas citados abaixo
sobre formas de se comunicar, se alimentar.
Comunicação: por sinais, pelo fogo até falar
e desenvolver tecnologia (aplicativos, aparelhos, redes sociais).
Alimentação: matava uns aos outros para
se alimentar, depois se alimenta de animais
Despertar
sobre o sofrimento dos animais. Pessoas criam animais de estimação e reflexão
sobre o motivo de tratar uns como “humanos” e outros como alimento.
Já há
despertar para mudar a forma de se alimentar no planeta.
4. “O Universo é, ao mesmo tempo, um mecanismo
incomensurável, acionado por um número incontável de inteligências, e um imenso
governo em o qual cada ser inteligente tem a sua parte de ação sob as vistas do
soberano Senhor...” (Gênese)
=> Vocês acham que o
espírito realmente está utilizando sua inteligência? Como? Por que?
O mundo
estava tão difícil, escuro, sem luz que aproximadamente 100 espíritos
reconhecidos como gênios foram enviados à Terra para iluminar o mundo; a tão
conhecida era do Renascimento. As
artes inundaram o planeta, trouxeram vida, cor, alegria.
Tratamento
das doenças x instinto de preservação x longevidade:
No passado,
segregava os doentes como os leprosos; os doentes mentais, os deficientes
físicos
Com a
inteligência intelectual, enfrentamos doenças incuráveis e as tratamos:
hanseníase, peste bubônica, varíola, poliomielite, desenvolvimento de
transplantes de órgãos, remédios.
Atualmente o
desafio da cura da AIDS, câncer.
Abordar as
diversas invenções do homem: luz, meios de transporte, de comunicação, edificações (quem explica as
pirâmides?), papel, computador, novas tecnologias.
Infelizmente
também há as criações de forma negativa: armas, bombas, drogas.
5. “
A Humanidade tem realizado, até ao presente, incontestáveis progressos. Os
homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam
alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar
material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar...”
Vocês
concordam? Por que? Será que já descobrimos no que precisamos melhorar?
Abordar o
resto da frase da Gênese através dos diversos comportamentos na história da
humanidade que nos levam ao desenvolvimento da caridade, fraternidade,
solidariedade e amor.
Religião: o próprio Cristo foi
crucificado por falar de amor e as pessoas eram jogadas aos leões porque eram
cristãs e não acreditavam nos deuses romanos
Pessoas
eram queimadas nas fogueiras porque não tinham a mesma forma de entender o Cristianismo.
Século XIX:
o Consolador Prometido é enviado através do Espiritismo
Ainda há
intolerância religiosa, mas na maior parte do mundo somos livres para estar em
sintonia com o Divino.
Inclusão
social:
Escravidão
era normal, agora já nos escandalizamos ao vermos casos de escravidão ainda
existentes.
Tolerância
de credo, raça, sexo, pensamento político, liberdade de expressão das mais
diversas formas: antes a segregação era a regra; agora a regra mudou, o
respeito e a tolerância gradativamente têm ocupado espaço na sociedade.
6. “A geração que desaparece levará consigo
seus erros e prejuízos; a geração que surge, retemperada em fonte mais pura,
imbuída de ideias mais sãs, imprimirá ao mundo ascensional movimento, no
sentido do progresso moral que assinalará a nova fase da evolução humana.” Gênese
Qual o
nosso desafio ??? O que precisamos transformar?
Se liga na
missão! A Terra é nosso ENEM espiritual.
Se
escandalizar com egoísmo, inveja, ciúmes, degradação moral, revolta, violência,
guerra.
Precisamos
de malhação espiritual de autoeducação, compaixão, fraternidade, tolerância,
respeito, amor para adentrar nas vibrações diferenciadas de acordo com a
evolução do planeta
Conclusão: 05´Chegamos?!?!
No baú do coração colocar o número 7 com as
frases abaixo e pedir para quem tiver uma eloquência melhor, ler a frase.
“Os mundos
regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos
felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por
depurar-se.
Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que
somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem
se dediquem” Santo Agostinho
– ESE
Daí perguntar, chegamos ????? Ainda não, mas
temos a certeza que há uma plêiade nos amparando, guiando e vibrando para que
possamos dar as mãos, ter um coração para perdoar, compreender, ajudar e amar e
vivermos na Terra prometida pelo nosso Guia e Modelo, Jesus.
E então dar as mãos e fazermos juntos uma vibração
com palavras positivas para fortalecer nossos corações para este grande dia que
não está nem perto nem longe!
Prece final
Bibliografia
§
ESE
Cap.III Há muitas moradas na casa de meu
pai: Mundos regeneradores
§
A
Gênese: Cap.XVIII - São chegados os tempos
§ Palestra de André Trigueiro: O amor em movimento na
transição planetária
§ Palestra de Jorge Elarrat: Transição planetária e
esperança – Federação Espírita de RO (17/9/17) áudio
§ Palestra de Jorge Elarrat: O Jovem e aTransição
planetária e esperança (Encontro Juventude em MG áudio)
§ Na barca do coração- Momento Espírita
§ Por que temeis ? Simão Pedro recorte de palestra https://www.youtube.com/watch?v=ds76JvsVKvQ&index=3&list=PLZ3eQbY0Rt-S4DuXLoh18SddMVmNdV1em
NA BARCA DO CORAÇÃO
(texto
do Momento Espírita impresso do site: momento.com.br)
Quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrirem com escuro
véu o horizonte de tuas esperanças e a barca de teu coração agitar-se,
desgovernada, sobre as ondas...
Quando as obrigações diárias, as dificuldades e os problemas, as
surpresas - nem sempre agradáveis -, levarem-te a dizer: - Que dia!
Lembra-te...
Caía a tarde e a multidão ainda estava reunida na praia.
Desde que o sol surgira, Jesus atendera as incontáveis súplicas daqueles
que O buscavam. Mãos e lágrimas roçavam-Lhe o rosto e a túnica - antes tão
limpa e alva - e agora, toda manchada de lamentos.
Finalmente, chegara às margens do lago, vencendo a dor e as tristezas
dos sofredores. Aqueles que O viram deixando atrás de Si um rastro confortador
de estrelas, perguntavam-se: - Quem será este Homem, a Quem as dores
obedecem?
O céu acendia as cores da noite quando a barca de Pedro recolheu a
preciosa carga.
Jamais Jesus mostrara na face sinais tão evidentes de cansaço.
Acomodado sobre uma almofada de couro, Sua majestosa cabeça pendeu sobre
o peito, como um girassol real despedindo-se ao poente.
Seus lábios deixaram escapar um longo suspiro antes de adormecer.
Seus amigos pescadores não ousaram perturbar-Lhe o merecido sono,
manejando remos com cuidado, auxiliados pelos sussurros de doce brisa.
O lago de Genesaré assemelhava-se a gigantesco espelho de prata ao luar,
tranquilo e sereno como o Mestre adormecido.
Faltava pouco para completar a travessia, quando tudo transformou-se.
O tempo irou-se, sem aviso. Adensadas, as nuvens de gaze leve
tornaram-se tenebrosa tempestade, e o lago esqueceu a calmaria, encrespando-se,
açoitado pelo vento.
Para a barca, vencer a tormenta era como lutar contra vigoroso e
invencível Titã. Pedro usou toda a sua força e sabedoria nos remos, gritando
ordens que se perdiam entre as gargalhadas dos trovões e dos relâmpagos.
Os discípulos assustados correram a acordar Jesus que ainda dormia.
Mestre! - Exclamaram em
coro desesperado. - Perecemos! Jesus, assim desperto,
levantou-Se prontamente, equilibrando o corpo cansado muito ereto, apesar da
barca que por pouco não naufragava.
Sua majestosa silhueta parecia estar envolta em misteriosa luz, quando
ergueu os braços, ordenando à tempestade:
Calai-vos! E voltando-se para os amigos: - Acalmai-vos! Homens, onde está a
vossa fé?
Os ventos emudeceram e o lago baixou suas ondas, aplacado por misterioso
imperativo.
Os discípulos olhavam-se, num misto de surpresa e alívio.
Envergonhados, voltaram-se para os remos. No compasso ritmado avançava a
barca, ao compasso do coração daqueles homens que se perguntavam: Quem
será este Homem a Quem os ventos obedecem?
* * *
Quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrirem com escuro
véu o horizonte de tuas esperanças, e a barca de teu coração agitar-se,
desgovernada, sobre as ondas...
Quando as obrigações diárias, as dificuldades e os problemas, as
surpresas - nem sempre agradáveis - levarem-te a dizer: - Que dia!
Lembra-te... Acorda a mensagem do Cristo adormecida em ti e...
Acalma-te!
Capítulo
III - Há muitas moradas na casa de meu pai: Mundos regeneradores
13. Que
vos direi dos mundos de expiações que já não saibais, pois basta observeis o em
que habitais? A superioridade da inteligência, em grande número dos seus
habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação
dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas
que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo
progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos
constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num
mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e
misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.
14. Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam naTerra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já viveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. É que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.
15. A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
14. Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam naTerra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já viveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. É que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.
15. A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
16. Entre
as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não
haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas,
também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem
denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço
em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exí1io,
de provas, de regeneração e de felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a
alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com
a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do
livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a
alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer
aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em
encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora
destinada.
17. Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
17. Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
Nesses mundos,
todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da
felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às
vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente
desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes
angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e
muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a
calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos
absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro;
compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se
mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de
lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos
os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de
um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos
aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.
18. Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que um mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
18. Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que um mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
19. O
progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e
inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se
engrandeça e prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo
final de todas as coisas, é apenas um meio de se chegar, pela transformação, a
um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o
aniquilamento.
Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa ideia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam!
Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa ideia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam!
Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
Gênese:
Capítulo XVIII - São chegados os tempos > Sinais dos tempos
1. São chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados
por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da
Humanidade. Em que sentido se devem entender essas palavras proféticas? Para os
incrédulos, nenhuma importância tem; aos seus olhos, nada mais exprimem que uma
crença pueril, sem fundamento. Para a maioria dos crentes, elas apresentam
qualquer coisa de místico e de sobrenatural, parecendo-lhes prenunciadoras da
subversão das leis da Natureza. São igualmente errôneas ambas essas
interpretações; a primeira, porque envolve uma negação da Providência; a
segunda, porque tais palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza,
mas o cumprimento dessas leis.
2. Tudo na criação é harmonia; tudo revela uma previdência que não se desmente, nem nas menores, nem nas maiores coisas. Temos, pois, que afastar, desde logo, toda idéia de capricho, por inconciliável com a sabedoria divina. Em segundo lugar, se a nossa época esta designada para a realização de certas coisas, é que estas têm uma razão de ser na marcha do conjunto.
2. Tudo na criação é harmonia; tudo revela uma previdência que não se desmente, nem nas menores, nem nas maiores coisas. Temos, pois, que afastar, desde logo, toda idéia de capricho, por inconciliável com a sabedoria divina. Em segundo lugar, se a nossa época esta designada para a realização de certas coisas, é que estas têm uma razão de ser na marcha do conjunto.
Isto posto, diremos que o nosso globo, como
tudo o que existe, esta submetido à lei do progresso. Ele progride,
fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela
depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Ambos
esses progressos se realizam paralelamente, porquanto o melhoramento da
habitação guarda relação com o do habitante. Fisicamente, o globo terráqueo há
experimentado transformações que a Ciência tem comprovado e que o tornaram
sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. Moralmente, a
Humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do
abrandamento dos costumes. Ao mesmo tempo que o melhoramento do globo se opera
sob a ação das forças materiais, os homens para isso concorrem pelos esforços
de sua inteligência. Saneiam as regiões insalubres, tornam mais fáceis as
comunicações e mais produtiva a terra.
4. O Universo é, ao mesmo tempo, um mecanismo
incomensurável, acionado por um número incontável de inteligências, e um imenso
governo em o qual cada ser inteligente tem a sua parte de ação sob as vistas do
soberano Senhor, cuja vontade única mantém por toda parte a unidade. Sob o
império dessa vasta potência reguladora, tudo se move, tudo funciona em
perfeita ordem. Onde nos parece haver perturbações, o que há são movimentos
parciais e isolados, que se nos afiguram irregulares apenas porque circunscrita
é a nossa visão. Se lhes pudéssemos abarcar o conjunto, veríamos que tais
irregularidades são apenas aparentes e que se harmonizam com o todo.
5. A
Humanidade tem realizado, até ao presente, incontestáveis progressos. Os
homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam
alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material.
Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si
reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o
bem-estar moral. Não
poderiam consegui-lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições
antiquadas, restos de outra idade, boas para certa época, suficientes para um
estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje
um entrave. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens
necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir
tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho.
Tal o período em que doravante vão entrar e que marcará uma das fases principais da vida da Humanidade. Essa fase, que neste momento se elabora, é o complemento indispensável do estado precedente, como a idade viril o é da juventude. Ela podia, pois, ser prevista e predita de antemão e é por isso que se diz que são chegados os tempos determinados por Deus.
Tal o período em que doravante vão entrar e que marcará uma das fases principais da vida da Humanidade. Essa fase, que neste momento se elabora, é o complemento indispensável do estado precedente, como a idade viril o é da juventude. Ela podia, pois, ser prevista e predita de antemão e é por isso que se diz que são chegados os tempos determinados por Deus.
6.
Nestes tempos, porém, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação
limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento
universal, a operar-se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de
coisas tende a estabelecer-se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela
trabalham a seu mau grado. A geração futura, desembaraçada das escórias do
velho mundo e formada de elementos mais depurados, se achará possuída de idéias
e de sentimentos muito diversos dos da geração presente, que se vai a passo de
gigante. O velho mundo estará morto e apenas viverá na História, como o
estão hoje os tempos da Idade Média, com seus costumes bárbaros e suas crenças
supersticiosas.
Aliás,
todos sabem quanto ainda deixa a desejar a atual ordem de coisas. Depois de se
haver, de certo modo, considerado todo o bem-estar material, produto da
inteligência, logra-se compreender que o complemento desse bem-estar somente
pode achar-se no desenvolvimento moral. Quanto mais se avança, tanto mais se
sente o que falta, sem que, entretanto, se possa ainda definir claramente o que
seja: é isso efeito do trabalho íntimo que se opera em prol da regeneração.
Surgem desejos, aspirações, que são como que o pressentimento de um estado
melhor.
7. Mas, uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de idéias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das idéias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais foram conseqüência do estado de formação da Terra. Hoje, não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da Humanidade.
7. Mas, uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de idéias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das idéias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais foram conseqüência do estado de formação da Terra. Hoje, não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da Humanidade.
8.
Se a Terra já não tem que temer os cataclismos gerais, nem por isso deixa de
estar sujeita a periódicas revoluções, cujas causas, do ponto de vista
científico, se encontram explicadas nas instruções seguintes, promanantes de
dois Espíritos eminentes:*
“Cada corpo celeste, além das leis simples que presidem à divisão dos dias e das noites, das estações, etc., experimenta revoluções que demandam milhares de séculos para sua realização completa, porém que, como as revoluções mais breves, passam por todos os períodos, desde o de nascimento até o de um máximo de efeito, após o qual há decrescimento, até o limite extremo, para recomeçar em seguida o percurso das mesmas fases.
“O homem apenas apreende as fases de duração relativamente curta e cuja periodicidade ele pode comprovar. Algumas, no entanto, há que abrangem longas gerações de seres e, até, sucessões de raças, revoluções essas cujos efeitos, conseguintemente, se lhe apresentam com caráter de novidade e de espontaneidade, ao passo que, se seu olhar pudesse projetar-se para trás alguns milhares de séculos, veria, entre aqueles mesmos efeitos e suas causas, uma correlação de que nem sequer suspeita. Esses períodos que, pela sua extensão relativa, confundem a imaginação dos humanos, não são, contudo, mais do que instantes na duração eterna.
“Cada corpo celeste, além das leis simples que presidem à divisão dos dias e das noites, das estações, etc., experimenta revoluções que demandam milhares de séculos para sua realização completa, porém que, como as revoluções mais breves, passam por todos os períodos, desde o de nascimento até o de um máximo de efeito, após o qual há decrescimento, até o limite extremo, para recomeçar em seguida o percurso das mesmas fases.
“O homem apenas apreende as fases de duração relativamente curta e cuja periodicidade ele pode comprovar. Algumas, no entanto, há que abrangem longas gerações de seres e, até, sucessões de raças, revoluções essas cujos efeitos, conseguintemente, se lhe apresentam com caráter de novidade e de espontaneidade, ao passo que, se seu olhar pudesse projetar-se para trás alguns milhares de séculos, veria, entre aqueles mesmos efeitos e suas causas, uma correlação de que nem sequer suspeita. Esses períodos que, pela sua extensão relativa, confundem a imaginação dos humanos, não são, contudo, mais do que instantes na duração eterna.
“Num
mesmo sistema planetário, todos os corpos que o constituem reagem uns sobre os
outros; todas as influências físicas são nele solidárias e nem um só há, dos
efeitos que designais pelo nome de grandes perturbações, que não seja
conseqüência da componente das influências de todo o sistema.
“Vou
mais longe: digo que os sistemas planetários reagem uns sobre os outros, na
razão da proximidade ou do afastamento resultantes do movimento de translação
deles, através das miríades de sistemas que compõem a nossa nebulosa. Ainda vou
mais longe: digo que a nossa nebulosa, que é um como arquipélago na imensidade,
tendo também seu movimento de translação através das miríades de nebulosas,
sofre a influência das de que ela se aproxima.
“De sorte que as nebulosas reagem sobre as nebulosas, os sistemas reagem sobre os sistemas, como os planetas reagem sobre os planetas, como os elementos de cada planeta reagem uns sobre os outros e assim sucessivamente até ao átomo. Daí, em cada mundo, revoluções locais ou gerais, que sê não parecem perturbações porque a brevidade da vida não permite se lhes percebam mais do que os efeitos parciais.
“De sorte que as nebulosas reagem sobre as nebulosas, os sistemas reagem sobre os sistemas, como os planetas reagem sobre os planetas, como os elementos de cada planeta reagem uns sobre os outros e assim sucessivamente até ao átomo. Daí, em cada mundo, revoluções locais ou gerais, que sê não parecem perturbações porque a brevidade da vida não permite se lhes percebam mais do que os efeitos parciais.
“A
matéria orgânica não poderia escapar a essas influências; as perturbações que
ela sofre podem, pois, alterar o estado físico dos seres vivos e determinar
algumas dessas enfermidades que atacam de modo geral as plantas, os animais e
os homens, enfermidades que, como todos os flagelos, são, para a inteligência
humana, um estimulante que a impele, por forca da necessidade, a procurar meios
de os combater e a descobrir leis da Natureza.
“Mas
a matéria orgânica, a seu turno, reage sobre o Espírito. Este, pelo seu
contacto e sua ligação íntima com os elementos materiais, também sofre
influências que lhe modificam as disposições, sem, no entanto, privá-lo do
livre-arbítrio, que lhe sobreexcitam ou atenuam a atividade e que, pois,
contribuem para o seu desenvolvimento. A efervescência que por vezes se
manifesta em toda uma população, entre os homens de uma mesma raça, não é coisa
fortuita, nem resultado de um capricho; tem sua causa nas leis da Natureza.
Essa efervescência, inconsciente a princípio, não passando de vago desejo, de
aspiração indefinida por alguma coisa melhor, de certa necessidade de mudança,
traduz-se por uma surda agitação, depois por atos que levam às revoluções
sociais, que, acreditai-o, também têm sua periodicidade, como as revoluções
físicas, pois que tudo se encadeia. Se não tivésseis a visão espiritual
limitada pelo véu da matéria, veríeis as correntes fluídicas que, como milhares
de fios condutores, ligam as coisas do mundo espiritual às do mundo material.
“Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra tem que se elevar na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas palavras; vede, ao contrário, a execução da uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana.” ARAGO.
*Extrato de duas comunicações dadas na Sociedade de Paris e publicadas na Revue Spirite de outubro de 1868, pág. 313. São corolários das de Galileu, reproduzidas no capítulo VI, e complementares do capítulo IX, sobre as revoluções do globo.
“Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra tem que se elevar na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas palavras; vede, ao contrário, a execução da uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana.” ARAGO.
*Extrato de duas comunicações dadas na Sociedade de Paris e publicadas na Revue Spirite de outubro de 1868, pág. 313. São corolários das de Galileu, reproduzidas no capítulo VI, e complementares do capítulo IX, sobre as revoluções do globo.
11.
A previsão dos movimentos progressivos da Humanidade nada apresenta de
surpreendente, quando feita por seres desmaterializados, que vêem o fim a
que tendem todas as coisas, tendo alguns deles conhecimento direto do
pensamento de Deus. Pelos movimentos parciais, esses seres vêem em que
época poderá operar-se um movimento geral, do mesmo modo que o homem pode
calcular de antemão o tempo que uma árvore levará para dar frutos, do mesmo
modo que os astrônomos calculam a época de um fenômeno astronômico, pelo tempo
que um astro gasta para efetuar a sua revolução.
12. A Humanidade é um ser coletivo em quem se operam as mesmas revoluções morais por que passa todo ser individual, com a diferença de que umas se realizam de ano em ano e as outras de século em século. Acompanhe-se a Humanidade em suas evoluções através dos tempos e ver-se-á a vida das diversas raças marcada por períodos que dão a cada época uma fisionomia especial.
13. De duas maneiras se opera, como já o dissemos, a marcha progressiva da Humanidade: uma, gradual, lenta, imperceptível, se se considerarem as épocas consecutivas, a traduzir-se por sucessivas melhoras nos costumes, nas leis, nos usos, melhoras que só com a continuação se podem perceber, como as mudanças que as correntes d’água ocasionam na superfície do globo; a outra, por movimentos relativamente bruscos, semelhantes aos de uma torrente que, rompendo os diques que a continham, transpõe nalguns anos o espaço que levaria séculos a percorrer. É, então, um cataclismo moral que traga em breves instantes as instituições do passado e ao qual sobrevém uma nova ordem de coisas que pouco a pouco se estabiliza, à medida que se restabelece a calma, e que acaba por se tornar definitiva.
Àquele que viva bastante para abranger com a vista as duas vertentes da nova fase, parecerá que um mundo novo surgiu das ruínas do antigo. O caráter, os costumes, os usos, tudo está mudado. É que, com efeito, surgiram homens novos, ou, melhor, regenerados. As idéias, que a geração que se extinguiu levou consigo, cederam lugar a idéias novas que desabrocham com a geração que se ergue.
14. Tornada adulta, a Humanidade tem novas necessidades, aspirações mais vastas e mais elevadas; compreende o vazio com que foi embalada, a insuficiência de suas instituições para lhe dar felicidade; já não encontra, no estado das coisas, as satisfações legítimas a que se sente com direito. Despoja-se, em conseqüência, das faixas infantis e se lança, impelida por irresistível força, para as margens desconhecidas, em busca de novos horizontes menos limitados.
É a um desses períodos de transformação, ou, se o preferirem, de crescimento moral, que ora chega a Humanidade. Da adolescência chega ao estado viril. O passado já não pode bastar às suas novas aspirações, às suas novas necessidades; ela já não pode ser conduzida pelos mesmos métodos; não mais se deixa levar por ilusões, nem fantasmagorias; sua razão amadurecida reclama alimentos mais substanciosos. É demasiado efêmero o presente; ela sente que mais amplo é o seu destino e que a vida corpórea é excessivamente restrita para encerrá-lo inteiramente. Por isso, mergulha o olhar no passado e no futuro, a fim de descobrir num ou noutro o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza.
E é no momento em que ela se encontra muito apertada na esfera material, em que transbordante se encontra de vida intelectual, em que o sentimento da espiritualidade lhe desabrocha no seio, que homens que se dizem filósofos pretendem encher o vazio com as doutrinas do nadismo e do materialismo! Singular aberração! Esses mesmos homens, que intentam impelir para a frente a Humanidade, se esforçam por circunscrevê-la no acanhado círculo da matéria, donde ela anseia por escapar-se. Velam-lhe o aspecto da vida infinita e lhe dizem, apontando para o túmulo: Nec plus ultra!
15. Quem quer que haja meditado sobre o Espiritismo e suas conseqüências e não o circunscreva à produção de alguns fenômenos terá compreendido que ele abre à Humanidade uma estrada nova e lhe desvenda os horizontes do infinito. Iniciando-a nos mistérios do mundo invisível, mostra-lhe o seu verdadeiro papel na criação, papel perpetuamente ativo, tanto no estado espiritual, como no estado corporal. O homem já não caminha às cegas: sabe donde vem, para onde vai e por que está na Terra. O futuro se lhe revela em sua realidade, despojado dos prejuízos da ignorância e da superstição. Já na se trata de uma vaga esperança, mas de uma verdade palpável, tão certa como a sucessão do dia e da noite. Ele sabe que o seu ser não se acha limitado a alguns instantes de uma existência transitória; que a vida espiritual não se interrompe por efeito da morte; que já viveu e tornará a viver e que nada se perde do que haja ganho em perfeição; em suas existências anteriores depara com a razão do que é hoje e reconhece que: do que ele é hoje, qual se fez a si mesmo, poderá deduzir o que virá a ser um dia.
16. Com a idéia de que a atividade e a cooperação individuais na obra geral da civilização se limitam à vida presente, que, antes, a criatura nada foi e nada será depois, em que interessa ao homem o progresso ulterior da Humanidade? Que lhe importa que no futuro os povos sejam mais bem governados, mais ditosos, mais esclarecidos, melhores uns para com os outros? Não fica perdido para ele todo o progresso, pois que deste nenhum proveito tirará? De que lhe serve trabalhar para os que hão de vir depois, se nunca lhe será dado conhecê-los, se os seus pósteros serão criaturas novas, que pouco depois voltarão por sua vez ao nada? Sob o domínio da negação do futuro individual, tudo forçosamente se amesquinha às insignificantes proporções do momento e da personalidade.
Entretanto, que amplitude, ao contrário, dá ao pensamento do homem a certeza da perpetuidade do seu ser espiritual! Que de mais racional, de mais grandioso, de mais digno do Criador do que a lei segundo a qual a vida espiritual e a vida corpórea são apenas dois modos de existência, que se alternam para a realização do progresso! Que de mais justo há e de mais consolador do que a idéia de estarem os mesmos seres a progredir incessantemente, primeiro, através das gerações de um mesmo mundo, de mundo em mundo depois, até à perfeição, sem solução de continuidade! Todas as ações têm, então, uma finalidade, porquanto, trabalhando para todos, cada um trabalha para si e reciprocamente, de sorte que nunca se podem considerar infecundos nem o progresso individual, nem o progresso coletivo. De ambos esses progressos aproveitarão as gera- ções e as individualidades porvindouras, que outras não virão a ser senão as gerações e as individualidades passadas, em mais alto grau de adiantamento.
17. A fraternidade será a pedra angular da nova ordem social; mas, não há fraternidade real, sólida, efetiva, senão assente em base inabalável e essa base é a fé, não a fé em tais ou tais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos e que mutuamente se apedrejam, porquanto, anatematizando-se uns aos outros, alimentam o antagonismo, mas a fé nos princípios fundamentais que toda a gente pode aceitar e aceitará: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinito, a perpetuidade das relações entre os seres. Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos; de que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada de injusto pode querer; que não dele, porém dos homens vem o mal, todos se considerarão filhos do mesmo Pai e se estenderão as mãos uns aos outros. Essa a fé que o Espiritismo faculta e que doravante será o eixo em torno do qual girará o gênero humano, quaisquer que sejam os cultos e as crenças particulares.
18. O progresso intelectual realizado até ao presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da Humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la. Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir.
19. Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade. Será ele que deitará por terra as barreiras que separam os povos, que fará caiam os preconceitos de casta e se calem os antagonismos de seitas, ensinando os homens a se considerarem irmãos que têm por dever auxiliarem-se mutuamente e não destinados a viver à custa uns dos outros.
Será ainda o progresso moral que, secundado então pelo da inteligência, confundirá os homens numa mesma crença fundada nas verdades eternas, não sujeitas a controvérsias e, em conseqüência, aceitáveis por todos.
A unidade de crença será o laço mais forte, o fundamento mais sólido da fraternidade universal, obstada, desde todos os tempos pelos antagonismos religiosos que dividem os povos e as famílias, que fazem sejam uns, os dissidentes, vistos, pelos outros, como inimigos a serem evitados, combatidos, exterminados, em vez de irmãos a serem amados.
20. Semelhante estado de coisas pressupõe uma mudança radical no sentimento das massas, um progresso geral que não se podia realizar senão fora do círculo das idéias acanhadas e corriqueiras que fomentam o egoísmo. Em diversas épocas, homens de escol procuraram impelir a Humanidade por esse caminho; mas, ainda muito jovem, ela se conservou surda e os ensinamentos que eles ministraram foram como a boa semente caída no pedregulho.
12. A Humanidade é um ser coletivo em quem se operam as mesmas revoluções morais por que passa todo ser individual, com a diferença de que umas se realizam de ano em ano e as outras de século em século. Acompanhe-se a Humanidade em suas evoluções através dos tempos e ver-se-á a vida das diversas raças marcada por períodos que dão a cada época uma fisionomia especial.
13. De duas maneiras se opera, como já o dissemos, a marcha progressiva da Humanidade: uma, gradual, lenta, imperceptível, se se considerarem as épocas consecutivas, a traduzir-se por sucessivas melhoras nos costumes, nas leis, nos usos, melhoras que só com a continuação se podem perceber, como as mudanças que as correntes d’água ocasionam na superfície do globo; a outra, por movimentos relativamente bruscos, semelhantes aos de uma torrente que, rompendo os diques que a continham, transpõe nalguns anos o espaço que levaria séculos a percorrer. É, então, um cataclismo moral que traga em breves instantes as instituições do passado e ao qual sobrevém uma nova ordem de coisas que pouco a pouco se estabiliza, à medida que se restabelece a calma, e que acaba por se tornar definitiva.
Àquele que viva bastante para abranger com a vista as duas vertentes da nova fase, parecerá que um mundo novo surgiu das ruínas do antigo. O caráter, os costumes, os usos, tudo está mudado. É que, com efeito, surgiram homens novos, ou, melhor, regenerados. As idéias, que a geração que se extinguiu levou consigo, cederam lugar a idéias novas que desabrocham com a geração que se ergue.
14. Tornada adulta, a Humanidade tem novas necessidades, aspirações mais vastas e mais elevadas; compreende o vazio com que foi embalada, a insuficiência de suas instituições para lhe dar felicidade; já não encontra, no estado das coisas, as satisfações legítimas a que se sente com direito. Despoja-se, em conseqüência, das faixas infantis e se lança, impelida por irresistível força, para as margens desconhecidas, em busca de novos horizontes menos limitados.
É a um desses períodos de transformação, ou, se o preferirem, de crescimento moral, que ora chega a Humanidade. Da adolescência chega ao estado viril. O passado já não pode bastar às suas novas aspirações, às suas novas necessidades; ela já não pode ser conduzida pelos mesmos métodos; não mais se deixa levar por ilusões, nem fantasmagorias; sua razão amadurecida reclama alimentos mais substanciosos. É demasiado efêmero o presente; ela sente que mais amplo é o seu destino e que a vida corpórea é excessivamente restrita para encerrá-lo inteiramente. Por isso, mergulha o olhar no passado e no futuro, a fim de descobrir num ou noutro o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza.
E é no momento em que ela se encontra muito apertada na esfera material, em que transbordante se encontra de vida intelectual, em que o sentimento da espiritualidade lhe desabrocha no seio, que homens que se dizem filósofos pretendem encher o vazio com as doutrinas do nadismo e do materialismo! Singular aberração! Esses mesmos homens, que intentam impelir para a frente a Humanidade, se esforçam por circunscrevê-la no acanhado círculo da matéria, donde ela anseia por escapar-se. Velam-lhe o aspecto da vida infinita e lhe dizem, apontando para o túmulo: Nec plus ultra!
15. Quem quer que haja meditado sobre o Espiritismo e suas conseqüências e não o circunscreva à produção de alguns fenômenos terá compreendido que ele abre à Humanidade uma estrada nova e lhe desvenda os horizontes do infinito. Iniciando-a nos mistérios do mundo invisível, mostra-lhe o seu verdadeiro papel na criação, papel perpetuamente ativo, tanto no estado espiritual, como no estado corporal. O homem já não caminha às cegas: sabe donde vem, para onde vai e por que está na Terra. O futuro se lhe revela em sua realidade, despojado dos prejuízos da ignorância e da superstição. Já na se trata de uma vaga esperança, mas de uma verdade palpável, tão certa como a sucessão do dia e da noite. Ele sabe que o seu ser não se acha limitado a alguns instantes de uma existência transitória; que a vida espiritual não se interrompe por efeito da morte; que já viveu e tornará a viver e que nada se perde do que haja ganho em perfeição; em suas existências anteriores depara com a razão do que é hoje e reconhece que: do que ele é hoje, qual se fez a si mesmo, poderá deduzir o que virá a ser um dia.
16. Com a idéia de que a atividade e a cooperação individuais na obra geral da civilização se limitam à vida presente, que, antes, a criatura nada foi e nada será depois, em que interessa ao homem o progresso ulterior da Humanidade? Que lhe importa que no futuro os povos sejam mais bem governados, mais ditosos, mais esclarecidos, melhores uns para com os outros? Não fica perdido para ele todo o progresso, pois que deste nenhum proveito tirará? De que lhe serve trabalhar para os que hão de vir depois, se nunca lhe será dado conhecê-los, se os seus pósteros serão criaturas novas, que pouco depois voltarão por sua vez ao nada? Sob o domínio da negação do futuro individual, tudo forçosamente se amesquinha às insignificantes proporções do momento e da personalidade.
Entretanto, que amplitude, ao contrário, dá ao pensamento do homem a certeza da perpetuidade do seu ser espiritual! Que de mais racional, de mais grandioso, de mais digno do Criador do que a lei segundo a qual a vida espiritual e a vida corpórea são apenas dois modos de existência, que se alternam para a realização do progresso! Que de mais justo há e de mais consolador do que a idéia de estarem os mesmos seres a progredir incessantemente, primeiro, através das gerações de um mesmo mundo, de mundo em mundo depois, até à perfeição, sem solução de continuidade! Todas as ações têm, então, uma finalidade, porquanto, trabalhando para todos, cada um trabalha para si e reciprocamente, de sorte que nunca se podem considerar infecundos nem o progresso individual, nem o progresso coletivo. De ambos esses progressos aproveitarão as gera- ções e as individualidades porvindouras, que outras não virão a ser senão as gerações e as individualidades passadas, em mais alto grau de adiantamento.
17. A fraternidade será a pedra angular da nova ordem social; mas, não há fraternidade real, sólida, efetiva, senão assente em base inabalável e essa base é a fé, não a fé em tais ou tais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos e que mutuamente se apedrejam, porquanto, anatematizando-se uns aos outros, alimentam o antagonismo, mas a fé nos princípios fundamentais que toda a gente pode aceitar e aceitará: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinito, a perpetuidade das relações entre os seres. Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos; de que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada de injusto pode querer; que não dele, porém dos homens vem o mal, todos se considerarão filhos do mesmo Pai e se estenderão as mãos uns aos outros. Essa a fé que o Espiritismo faculta e que doravante será o eixo em torno do qual girará o gênero humano, quaisquer que sejam os cultos e as crenças particulares.
18. O progresso intelectual realizado até ao presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da Humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la. Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir.
19. Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade. Será ele que deitará por terra as barreiras que separam os povos, que fará caiam os preconceitos de casta e se calem os antagonismos de seitas, ensinando os homens a se considerarem irmãos que têm por dever auxiliarem-se mutuamente e não destinados a viver à custa uns dos outros.
Será ainda o progresso moral que, secundado então pelo da inteligência, confundirá os homens numa mesma crença fundada nas verdades eternas, não sujeitas a controvérsias e, em conseqüência, aceitáveis por todos.
A unidade de crença será o laço mais forte, o fundamento mais sólido da fraternidade universal, obstada, desde todos os tempos pelos antagonismos religiosos que dividem os povos e as famílias, que fazem sejam uns, os dissidentes, vistos, pelos outros, como inimigos a serem evitados, combatidos, exterminados, em vez de irmãos a serem amados.
20. Semelhante estado de coisas pressupõe uma mudança radical no sentimento das massas, um progresso geral que não se podia realizar senão fora do círculo das idéias acanhadas e corriqueiras que fomentam o egoísmo. Em diversas épocas, homens de escol procuraram impelir a Humanidade por esse caminho; mas, ainda muito jovem, ela se conservou surda e os ensinamentos que eles ministraram foram como a boa semente caída no pedregulho.
Hoje,
a Humanidade está madura para lançar o olhar a alturas que nunca tentou
divisar, a fim de nutrir-se de idéias mais amplas e compreender o que antes não
compreendia.
A
geração que desaparece levará consigo seus erros e prejuízos; a geração que
surge, retemperada em fonte mais pura, imbuída de idéias mais sãs, imprimirá ao
mundo ascensional movimento, no sentido do progresso moral que assinalará a
nova fase da evolução humana.
21. Essa fase já se revela por sinais inequívocos, por tentativas de reformas úteis e que começam a encontrar eco. Assim é que vemos fundar-se uma imensidade de instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras, sob o influxo e por iniciativa de homens evidentemente predestinados à obra da regeneração; que as leis penais se vão apresentando dia a dia impregnadas de sentimentos mais humanos. Enfraquecem-se os preconceitos de raça, os povos entram a considerar-se membros de uma grande família; pela uniformidade e facilidade dos meios de realizarem suas transações, eles suprimem as barreiras que os separavam e de todos os pontos do mundo reúnem-se em comícios universais, para as justas pacíficas da inteligência.
Falta, porém, a essas reformas uma base que permita se desenvolvam, completem e consolidem; falta uma predisposição moral mais generalizada, para fazer que elas frutifiquem e que as massas as acolham. Ainda aí há um sinal característico da época, porque há o prelúdio do que se efetuará em mais larga escala, à proporção que o terreno se for tornando mais favorável.
22. Outro sinal não menos característico do período em que entramos encontra-se na reação que se opera no sentido das idéias espiritualistas; na repulsão instintiva que se manifesta contra as idéias materialistas. O espírito de incredulidade, que se apoderara das massas, ignorantes ou esclarecidas, e as levava a rejeitar com a forma a substância mesma de toda crença, parece ter sido um sono, a cujo despertar se sente a necessidade de respirar um ar mais vivificante. Involuntariamente, lá onde o vácuo se fizera, procura-se alguma coisa, um ponto de apoio.
23. Se supusermos possuída desses sentimentos a maioria dos homens, poderemos facilmente imaginar as modificações que daí decorrerão para as relações sociais; todos terão por divisa: caridade, fraternidade, benevolência para com todos, tolerância para todas as crenças. É a meta para que tende evidentemente a Humanidade; esse o objeto de suas aspirações, de seus desejos, sem que, entretanto, ela perceba claramente por que meio as há de realizar. Ensaia, tateia, mas é detida por muitas resistências ativas, ou pela força de inércia dos preconceitos, das crenças estacionárias e refratárias ao progresso. Faz-se-lhe mister vencer tais resistências e essa será a obra da nova geração. Quem acompanhar o curso atual das coisas reconhecerá que tudo parece predestinado a lhe abrir caminho. Ela terá por si a dupla força do número e das idéias e, de acréscimo, a experiência do passado.
24. A nova geração marchará, pois, para a realização de todas as idéias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. Avançando para o mesmo alvo e realizando seus objetivos, o Espiritismo se encontrará com ela no mesmo terreno. Aos homens progressistas se deparará nas idéias espíritas poderosa alavanca e o Espiritismo achará, nos novos homens, espíritos inteiramente dispostos a acolhê-lo. Dado esse estado de coisas, que poderão fazer os que entendam de opor-se-lhe?
25. O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados. Se viera mais cedo, teria esbarrado em obstáculos insuperáveis; houvera inevitavelmente sucumbido, porque, satisfeitos com o que tinham, os homens ainda não sentiriam falta do que ele lhes traz. Hoje, nascido com as idéias que fermentam, encontra preparado o terreno para recebê-lo. Os espíritos cansados da dúvida e da incerteza, horrorizados com o abismo que se lhes abre à frente, o acolhem como âncora de salvação e consolação suprema.
26. Grande, por certo, é ainda o número dos retardatários; mas, que podem eles contra a onda que se alteia, senão atirar-lhe algumas pedras? Essa onda é a geração que surge, ao passo que eles se somem com a geração que vai desaparecendo todos os dias a passos largos. Até lá, porém, eles defenderão palmo a palmo o terreno. Haverá, portanto, uma luta inevitável, mas luta desigual, porque é a do passado decrépito, a cair em frangalhos, contra o futuro juvenil. Será a luta da estagnação contra o progresso, da criatura contra a vontade do Criador, uma vez que chegados são os tempos por ele determinados.
21. Essa fase já se revela por sinais inequívocos, por tentativas de reformas úteis e que começam a encontrar eco. Assim é que vemos fundar-se uma imensidade de instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras, sob o influxo e por iniciativa de homens evidentemente predestinados à obra da regeneração; que as leis penais se vão apresentando dia a dia impregnadas de sentimentos mais humanos. Enfraquecem-se os preconceitos de raça, os povos entram a considerar-se membros de uma grande família; pela uniformidade e facilidade dos meios de realizarem suas transações, eles suprimem as barreiras que os separavam e de todos os pontos do mundo reúnem-se em comícios universais, para as justas pacíficas da inteligência.
Falta, porém, a essas reformas uma base que permita se desenvolvam, completem e consolidem; falta uma predisposição moral mais generalizada, para fazer que elas frutifiquem e que as massas as acolham. Ainda aí há um sinal característico da época, porque há o prelúdio do que se efetuará em mais larga escala, à proporção que o terreno se for tornando mais favorável.
22. Outro sinal não menos característico do período em que entramos encontra-se na reação que se opera no sentido das idéias espiritualistas; na repulsão instintiva que se manifesta contra as idéias materialistas. O espírito de incredulidade, que se apoderara das massas, ignorantes ou esclarecidas, e as levava a rejeitar com a forma a substância mesma de toda crença, parece ter sido um sono, a cujo despertar se sente a necessidade de respirar um ar mais vivificante. Involuntariamente, lá onde o vácuo se fizera, procura-se alguma coisa, um ponto de apoio.
23. Se supusermos possuída desses sentimentos a maioria dos homens, poderemos facilmente imaginar as modificações que daí decorrerão para as relações sociais; todos terão por divisa: caridade, fraternidade, benevolência para com todos, tolerância para todas as crenças. É a meta para que tende evidentemente a Humanidade; esse o objeto de suas aspirações, de seus desejos, sem que, entretanto, ela perceba claramente por que meio as há de realizar. Ensaia, tateia, mas é detida por muitas resistências ativas, ou pela força de inércia dos preconceitos, das crenças estacionárias e refratárias ao progresso. Faz-se-lhe mister vencer tais resistências e essa será a obra da nova geração. Quem acompanhar o curso atual das coisas reconhecerá que tudo parece predestinado a lhe abrir caminho. Ela terá por si a dupla força do número e das idéias e, de acréscimo, a experiência do passado.
24. A nova geração marchará, pois, para a realização de todas as idéias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. Avançando para o mesmo alvo e realizando seus objetivos, o Espiritismo se encontrará com ela no mesmo terreno. Aos homens progressistas se deparará nas idéias espíritas poderosa alavanca e o Espiritismo achará, nos novos homens, espíritos inteiramente dispostos a acolhê-lo. Dado esse estado de coisas, que poderão fazer os que entendam de opor-se-lhe?
25. O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados. Se viera mais cedo, teria esbarrado em obstáculos insuperáveis; houvera inevitavelmente sucumbido, porque, satisfeitos com o que tinham, os homens ainda não sentiriam falta do que ele lhes traz. Hoje, nascido com as idéias que fermentam, encontra preparado o terreno para recebê-lo. Os espíritos cansados da dúvida e da incerteza, horrorizados com o abismo que se lhes abre à frente, o acolhem como âncora de salvação e consolação suprema.
26. Grande, por certo, é ainda o número dos retardatários; mas, que podem eles contra a onda que se alteia, senão atirar-lhe algumas pedras? Essa onda é a geração que surge, ao passo que eles se somem com a geração que vai desaparecendo todos os dias a passos largos. Até lá, porém, eles defenderão palmo a palmo o terreno. Haverá, portanto, uma luta inevitável, mas luta desigual, porque é a do passado decrépito, a cair em frangalhos, contra o futuro juvenil. Será a luta da estagnação contra o progresso, da criatura contra a vontade do Criador, uma vez que chegados são os tempos por ele determinados.
27. Para que na Terra sejam felizes os
homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e
desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo,
grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo
mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do
planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo
perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o
endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças
terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais
levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las
avançar.
Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade. A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar.
Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem. Muito menos, pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de Espíritos. Sem dúvida, neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando declarava: “Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido.” Assim, decepcionados ficarão os que contem ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos.
28. A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares. Têm idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém, sobretudo das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.
Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração. O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o contacto com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem. Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.
29. Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo.
Nesses, a casca é pior do que o cerne. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua solidariedade.
É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza.
30. Sejam os que componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que chegam. O estado dos costumes e da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderar.
31. Uma comparação vulgar ainda melhor dará a compreender o que se passa nessa circunstância. Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens que a lei penal terá por vezes dificuldades em reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e estimulam pelo exemplo. Os poucos bons nenhuma influência exercem; seus conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os achincalham e maltratam. Não é essa uma imagem da sociedade atual?
Suponhamos que esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem, do regimento e substituídos gradativamente por iguais números de bons soldados, mesmo por alguns dos que, já tendo sido expulsos, se corrigiram. Ao cabo de algum tempo, existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à desordem.
32. As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às ideias novas.
Por estarem muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí vêem o que não podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão, conseguintemente, voltar com idéias inatas de fé, tolerância e liberdade. Ao regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas idéias, constituir-se-ão seus auxiliares.
33. A regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são outros Espíritos; são com frequência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira. Quando insulado e individual, esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência ostensiva alcança sobre o mundo.
Muito outro é o efeito, quando a melhora se produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as idéias de um povo ou de uma raça. É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as populações. Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso.
34. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.
35. Para o materialista, os flagelos destruidores são calamidades carentes de compensação, sem resultados aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos flagelos aniquilam os seres para sempre. Para aquele, porém, que sabe que a morte unicamente destrói o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas conseqüências e não lhe causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e não ignora que os homens não perdem mais por morrerem juntos, do que por morrerem isolados, dado que, duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre chegar.
Os incrédulos rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o que disserem, não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, que lhes acontecerá? Eles dizem: Nada! Viverão, no entanto, a despeito de si próprios e se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.
Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade. A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar.
Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem. Muito menos, pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de Espíritos. Sem dúvida, neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando declarava: “Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido.” Assim, decepcionados ficarão os que contem ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos.
28. A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares. Têm idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém, sobretudo das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.
Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração. O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o contacto com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem. Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.
29. Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo.
Nesses, a casca é pior do que o cerne. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua solidariedade.
É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza.
30. Sejam os que componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que chegam. O estado dos costumes e da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderar.
31. Uma comparação vulgar ainda melhor dará a compreender o que se passa nessa circunstância. Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens que a lei penal terá por vezes dificuldades em reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e estimulam pelo exemplo. Os poucos bons nenhuma influência exercem; seus conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os achincalham e maltratam. Não é essa uma imagem da sociedade atual?
Suponhamos que esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem, do regimento e substituídos gradativamente por iguais números de bons soldados, mesmo por alguns dos que, já tendo sido expulsos, se corrigiram. Ao cabo de algum tempo, existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à desordem.
32. As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às ideias novas.
Por estarem muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí vêem o que não podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão, conseguintemente, voltar com idéias inatas de fé, tolerância e liberdade. Ao regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas idéias, constituir-se-ão seus auxiliares.
33. A regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são outros Espíritos; são com frequência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira. Quando insulado e individual, esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência ostensiva alcança sobre o mundo.
Muito outro é o efeito, quando a melhora se produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as idéias de um povo ou de uma raça. É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as populações. Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso.
34. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.
35. Para o materialista, os flagelos destruidores são calamidades carentes de compensação, sem resultados aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos flagelos aniquilam os seres para sempre. Para aquele, porém, que sabe que a morte unicamente destrói o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas conseqüências e não lhe causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e não ignora que os homens não perdem mais por morrerem juntos, do que por morrerem isolados, dado que, duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre chegar.
Os incrédulos rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o que disserem, não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, que lhes acontecerá? Eles dizem: Nada! Viverão, no entanto, a despeito de si próprios e se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.
I – Fé, Mãe da Esperança e
da Caridade por JOSÉ Espírito Protetor, Bordeaux, 1862
11 –
A fé, para ser proveitosa, deve ser ativa; não pode adormecer. Mãe de todas as
virtudes que conduzem a Deus, deve velar atentamente pelo desenvolvimento das
suas próprias filhas.
A
esperança e a caridade são uma conseqüência da fé. Essas três virtudes formam
uma trindade inseparável. Não é a fé que sustenta a esperança de se
verem cumpridas as promessas do Senhor; porque, se não tiverdes fé, que
esperareis? Não é a fé que vos dá o amor? Pois,se não tiverdes fé, que reconhecimento
tereis, e por conseguinte, que amor?
A
fé, divina inspiração de Deus, desperta todos os sentimentos que conduzem o
homem ao bem: é à base da regeneração. É, pois, necessário que essa base seja
forte e durável, pois se a menor dúvida puder abafá-la, que será do edifício
que construístes sobre ela? Erguei, portanto, esse edifício, sobre alicerces
inabaláveis. Que a vossa fé seja mais forte que os sofismas e as zombarias dos
incrédulos, pois a fé que não desafia o ridículo dos homens, não é a verdadeira
fé.
A fé
sincera é dominadora e contagiosa. Comunica-se aos que não a possuíam, e nem
mesmo desejariam possuí-la; encontra palavras persuasivas, que penetram na
alma, enquanto a fé aparente só tem palavras sonoras, que produzem o frio e a
indiferença. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para transmiti-la aos homens;
pregai pelo exemplo das vossas obras, para que vejam o mérito da fé; pregai
pela vossa inabalável esperança, para que vejam a confiança que fortifica e
estimula a enfrentar todas as vicissitudes da vida.
Tende,
portanto, a verdadeira fé, na plenitude da sua beleza e da sua bondade, na sua
pureza e na sua racionalidade. Não aceiteis a fé sem comprovação, essa filha
cega da cegueira. Amai a Deus, mas sabei porque o amais. Crede nas suas
promessas, mas sabei por que o fazeis. Segui os nossos conselhos, mas
conscientes dos fins que vos propomos e dos meios que vos indicamos para
atingi-los. Crede e sperai, sem fraquejar; os milagres são produzidos pela fé.
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