terça-feira, 20 de março de 2018

Providência divina


Tema do mês: CRIAÇÃO DIVINA                                                                 Data: 16 março 18
Objetivo: Reconhecer que a essência divina está presente em todo o universo.

Tema da aula: Providência divina                                              
Objetivo da aula:  identificar a manifestação providencial de Deus em tudo e despertar a necessidade de estabelecer um elo com Deus para sentir-se parte da criação, um ser amado, respeitado e capaz de usar o livre arbítrio para progresso e felicidade.    
Evangelizador: Wilma Maria Roberto

“A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas, a ação providencial se manifesta porque [...] Deus está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais insignificantes
[...]. Allan Kardec: A gênese, cap. 2, item 20.


A proposta da aula é acender a chama de Deus em nós, no Deus do nosso coração, no Pai que nos ama infinitamente e que tudo provê para que nós sejamos os protagonistas das nossas vidas e do nosso progresso.
É fundamental desfazer os mitos de que Deus fica jogando dados e reagindo diante das nossas atitudes; que estamos pré destinados a sofrer, “pagar” por males causados, condenados até o fim. Também pretendo desconstruir a forma antropomórfica de Deus sobre sua existência e sentimentos, Ele não age, não sente, não vibra como seres imaturos e embrionários que somos. Ele não é previsível, Ele é absoluto, é todo amor, sabedoria, bondade, inteligência e supremacia das virtudes!
Para facilitar a compreensão, vou utilizar frases de domínio popular para descontruir as abordagens supracitadas e depois desenvolver tanto a racionalidade como o sentimento de que Deus tudo provê, prevê e vê para a harmonia, evolução e felicidade do todo.
Para concluir, vamos desenhar ou construir algo que simbolize a conexão com o Deus que habita em cada um.

Material a utilizar:
Papel sulfite, lápis de cor, caixa de som.

Prece inicial: 03´

Incentivo Inicial: 5´ A voz do povo é a voz de Deus mesmo?
Será que a voz do povo é mesmo a voz de Deus? Você concorda com estas frases?
“Deus tarda, mas não falha” e “Deus escreve certo por linhas tortas”

Desenvolvimento: 30´ E Deus com isto???
Uma vez lançada a provocação sobre a sabedoria incomensurável de Deus, vamos construir juntos nossa compreensão e sentimentos sobre como Deus tudo provê, utilizando como ferramenta elucidativa as frases de Kardec, Emmanuel e León Denis.
Vou lançar esta frase de Kardec na sala para iniciar o assunto:
Y  “Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, intrometer-se em pormenores sem importância, preocupar-se com os menores atos da nossa vida e com os mais ínfimos pensamentos de cada indivíduo? ”  Kardec
Diante desta frase, despertar a chama do sentimento de amor que Deus, nosso Pai soberanamente Bom e justo, tem por cada criatura e tentar desenvolver esta conexão com a vida de forma individual, universal e com o Deus que habita em nós.
Deus conhece nossas necessidades, nossos sonhos, medos, valores, sentimentos, nossas potencialidades de vir a ser melhor e perfectível. Mas exatamente por Ele ser Deus, criou as Leis da Liberdade e Progresso e nos dá o direito de fazer escolhas, agir conforme nossa vontade e evoluir por mérito próprio. Muitas vezes “brigamos” com Deus e ficamos tristes, chateados, magoados porque aquilo que tanto queremos não acontece ou “demora” para acontecer; talvez possamos compreender em algum momento desta vida que existia um motivo especial para atingirmos ou não aquele objetivo. Na maioria das vezes somos protegidos do nosso próprio querer “torto” ou inadequado.
Portanto, cabe a nós a conexão mental, espiritual, de coração, mente a mente com Ele que vai nos ajudar no nosso processo de autodesenvolvimento e progresso dia a dia, com fé, perseverança, humildade e coragem de vir a ser melhor. Através de renovação de sentimentos conosco mesmo, com nossos pais, irmãos, familiares e amigos, na escola, na sociedade; vivendo um dia de cada vez, confiando sempre que tudo acontece em meu favor nas mais pequenas e singelas atitudes, atividades de cada dia. Lembremos que Deus está em tudo!
Y  “A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial” Kardec
Y  “A providência divina é o farol aceso no meio da noite, para a salvação dos que erram sobre o mar tempestuoso da vida. ” Leon Denis
Y  “ A alma, aqui ou alhures, receberá sempre de acordo com o trabalho da edificação de si mesma. É o próprio espírito que inventa o seu inferno ou cria as belezas do seu céu”. Emmanuel


Conclusão: 10´Eu tenho um IP com Deus e você?
Para concluir a aula, lançar esta reflexão para que eles possam demonstrar através de um desenho, uma frase ou música, seu IP com Deus. Lembrá-los que enquanto nós em plena era da modernidade somos localizados pelos aparelhos de smartphone, GPS, Google pelo código identificador; David, à sua época antes de Jesus, descobriu que Deus sabia da sua existência e compôs um salmo que era como uma prece para relembrá-lo todos os dias da sua vida, Salmo 139 que estará fixado na parede.
Enquanto eles refletem, colocar a música “Assim seja” de fundo, bem baixinho.
Encerrar a aula pedindo para alguém ler a letra da música e utilizá-la como prece de encerramento.

Assim Seja (Gladstone Lage e Tim)
Senhor, esta noite eu não te peço o tempo de fazer isto ou de fazer aquilo.
Apenas te peço a graça de fazer, conscienciosamente, o que queres que eu faça."
Seja na Terra como é no Céu
Feita a Vossa vontade sem acusador, nem réu
Só justiça em claridade
Se és por nós, quem será contra nós?
A toda criatura Deus chama pelo nome
Pra despertar o ser e ser um anjo-homem
Não existem potestades, não existem mal algum que nos possa apartar do amor de Deus
És pai e nosso, de todos nós
Bendito sejas que ouviu nossa voz
Hosana! Aleluia! Oh-um assim seja! Oh-um, amém!



Prece final

Bibliografia
Curso Estudo aprofundado da Doutrina Espírita. Livro IV - Espiritismo, o Consolador Prometido por Jesus. Módulo I, Roteiro 2:  A providência divina
Livro O que é o espiritismo, pergunta 134
Música: Assim seja – Gladstone Lage e Tim
Vídeo aula: FEB ESDE A providência divina https://youtu.be/0Ak2-R6KGNA
Momento espírita FEP: A providência divina



Curso Estudo aprofundado da Doutrina Espírita.
Livro IV - Espiritismo, o Consolador Prometido por Jesus.
Módulo I, Roteiro 2:  A providência divina

Tendo como base o princípio de que a providência é a “solicitude de Deus para com as suas criaturas”, a ação providencial se manifesta porque [...] Deus está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais insignificantes [...]. Allan Kardec: A gênese, cap. 2, item 20.
• O Espiritismo explica que [...] quer o pensamento de Deus atue diretamente, quer por intermédio de um fluido, representemo-lo, para facilitar a nossa compreensão, sob a forma concreta de um fluido inteligente preenchendo o Universo infinito, e penetrando todas as partes da Criação: a Natureza inteira mergulhada no fluido divino. Ora, em virtude do princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza e têm as mesmas propriedades que ele, cada áLIVRO desse fluido, se assim nos podemos exprimir, possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade e estando o mesmo fluido em toda parte, tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude. Não haverá nenhum ser, por mais ínfimo que o suponhamos, que de algum modo não esteja saturado dele. Allan Kardec: A gênese, cap. 2, item 24.

Com o advento do Consolador prometido por Jesus, a compreensão a respeito da divindade ganha uma nova dimensão, visto que o Espiritismo vem nos revelar que a ação divina se manifesta por meio da aplicação de
leis naturais e imutáveis, criadas por Deus. A ação do Criador na criação é o que chamamos de providência divina, conforme nos esclarece Kardec, em A Gênese: “A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial. [...].” (1)
Perante o simbolismo e poesia de Léon Dennis, a providência divina: [...] “é o Espírito superior, é o anjo velando sobre o infortúnio, é o consolador invisível, cujas inspirações reaquecem o coração gelado pelo desespero, cujos fluidos vivificantes sustentam o viajor prostrado pela fadiga; é o farol aceso no meio da noite, para a salvação dos que erram sobre o mar tempestuoso da vida. [...].” (2)
A respeito, assevera Emmanuel: (3)
São tão grandes as expressões da Misericórdia Divina que nos cercam o espírito, em qualquer plano da vida, que basta um olhar à natureza física ou invisível, para sentirmos, em torno de nós, uma aluvião de graças. O favor divino, porém, como o homem pretende receber no seu antropomorfismo, não se observa no caminho da vida, pois Deus não pode assemelhar-se a um monarca humano, cheio de preferências pessoais ou subornado por motivos de ordem inferior. A alma, aqui ou alhures, receberá sempre de acordo com o trabalho da edificação de si mesma. É o próprio espírito que inventa o seu inferno ou cria as belezas do seu céu. E tal seja o seu procedimento, acelerando o processo de evolução pelo esforço próprio, poderá Deus dispensar na Lei, em seu favor, pois a Lei é uma só e Deus o seu Juiz Supremo e Eterno.

1. A ação da providência divina
Para entender aos mecanismos de ação da providência divina é preciso ter alguma compreensão das leis que regem os fluidos, os tipos e frequências das vibrações energéticas, pois são estes elementos materiais que servem de veiculo à manifestação da vontade do Criador, e de todos os Espíritos, ainda que em escala bem reduzida. Assim, Kardec faz a seguinte reflexão: (1)
“Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, intrometer-se em pormenores sem importância, preocupar-se com os menores atos da nossa vida e com os mais ínfimos pensamentos de cada indivíduo?”
Tal a interrogação que o incrédulo dirige a si mesmo, concluindo por dizer que, admitida a existência de Deus, só se pode aceitar, quanto à sua ação, que ela se exerça sobre as leis gerais do Universo; que o Universo funcione de toda a eternidade, em virtude dessas leis, às quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas atividades, sem que seja preciso a intervenção incessante da Providência.
Ainda que os fluidos e energias sirvam de manifestação da ação providencial, não são dotados de inteligência, por mais poderosos que sejam, mesmo em se tratando dos fluidos etéreos ou de vibrações sutilíssimas. Para melhor entender o assunto, o Codificador recorda como se expressam a propriedades do perispírito, já conhecidas pelos espíritas:
As propriedades do fluido perispirítico dão-nos disso uma ideia. Ele não é inteligente de si mesmo porque é matéria, mas serve de veículo ao pensamento, às sensações e percepções do Espírito. O fluido perispiritual não é o pensamento do Espírito, mas o agente e o intermediário desse pensamento. Sendo ele quem o transmite, fica, de certo modo, impregnado do pensamento transmitido. [...]. (4)
Neste sentido, o fluido que serve de veículo à ação mental simula algum efeito inteligente (apenas simula!), uma vez que está impregnado de elementos inteligentes oriundos da mente emissora.
Seja ou não assim no que respeita ao pensamento de Deus, isto é, quer o pensamento de Deus atue diretamente, quer por intermédio de um fluido, representemo-lo, para facilitar a compreensão, sob a forma concreta de um fluido inteligente preenchendo o Universo infinito e penetrando todas as partes da Criação: a Natureza inteira mergulhada no fluido divino. Ora, em virtude do princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza e têm as mesmas propriedades que ele, cada áLIVRO desse fluido, se assim nos podemos exprimir, possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade e estando o mesmo fluido em toda parte, tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude. Não haverá nenhum ser, por mais ínfimo que o suponhamos, que de algum modo não esteja saturado dele. Achamo-nos assim, constantemente, em presença da Divindade; não lhe podemos subtrair ao olhar nenhuma de nossas ações; o nosso pensamento está em contato incessante com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo. [...]. (5)
Fica, pois, evidente a forma como age a providência divina, utiliza os elementos materiais (fluídicos e energéticos) existentes na Natureza para se manifestar.
Para estender a sua solicitude a todas as criaturas, Deus não precisa lançar o olhar do Alto da imensidade. Para que as nossas preces sejam ouvidas, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, porque, estando Deus continuamente ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele. Os nossos pensamentos são como os sons de um sino, que fazem vibrar todas as moléculas do ar ambiente (6)
Essas explicações são tanto mais esclarecedoras quanto maior for o nosso entendimento a respeito de Deus. Se o entendimento que temos de Deus ainda é o de natureza antropomórfica, dificilmente iremos compreender como acontece a providência divina. É preciso, por outro lado, agir com humildade e, também coragem para rever a concepção que, usualmente, temos de Deus, escapando das armadilhas das opiniões pessoais, dos dogmas fornecidos pelas religiões ou conclusões filosóficas apressadas, as quais se restringem, em geral, a meros palpites, destituídos de cunho filosófico ou embasamento religioso mais aprofundado.
No estado de inferioridade em que ainda se encontram, só com muita dificilmente podem os homens compreender que Deus seja infinito, visto que, sendo eles mesmos limitados e circunscritos, imaginam também que Deus seja circunscrito e limitado, figurando-o à imagem e semelhança deles. [...] Para a maioria, Ele é um soberano poderoso, sentado num trono inacessível e perdido na imensidade dos céus. Como suas faculdades e percepções são limitadas, não compreendem que Deus possa ou se digne de intervir diretamente nas pequeninas coisas. (7)
Há, contudo, um fato concreto que não podemos ignorar: a providência divina existe e somos dela beneficiários, cotidianamente, no plano físico e no espiritual. Eis o que Emmanuel tem a dizer: (8) 
Seja onde for, recorda que Deus está sempre em nós e agindo por nós. Para assegurarnos, quanto a isso, bastar-nos-á a prática da oração, mesmo ligeira ou inarticulada, que desenvolverá em nós outros a convicção da presença divina, em todas as faixas da existência.
Certamente, a prece não se fará seguida de demonstrações espetaculares, nem de transformações externas imprevistas. Pensa, todavia, no amparo de Deus e, em todos os episódios da estrada, senti-lo-ás contigo no silêncio do coração. Nos obstáculos de ordem material, esse apoio não te chegará na obtenção do dinheiro fácil que te solva os compromissos, mas na força para trabalhar a fim de que os recursos necessários te venham às mãos; nas horas de dúvida, não te virá em fórmulas verbais diretas que te anulem o livre arbítrio e sim na inspiração exata que te ajude a tomar as decisões indispensáveis à paz da própria consciência; nos momentos de inquietação, não surgirá em acontecimentos especiais que te afastem dos testemunhos de fé, mas percebê-los-ás contigo em forma de segurança e bom ânimo, na travessia da aflição; nos dias em que o mal te pareça derrotar a golpes de incompreensão ou de injúria, não se te expressará configurado em favores de exceção que te retirem dos ombros a carga das provas redentoras e sim na energia bendita da fé viva que te restaure a esperança, revestindo-te de coragem, a fim de que não esmoreças na rude jornada, em direção à vida nova. Seja qual for a dificuldade em que te vejas ou a provação que experimentes, recorda que Deus está contigo e nada te faltará, nos domínios do socorro e da bênção, para que atravesses todos os túneis de tribulação e de sombra, ao encontro da paz e a caminho da luz.

2. As bênçãos da providência divina
O indivíduo materialista ou pouco espiritualizado ignora a ação providencial de Deus em sua vida; que só é percebida à medida em que ele aprende a se libertar das influências da vida material e desenvolve aprendizado espiritual.
No começo desse aprendizado, visualiza apenas os benefícios mais patentes: as boas condições do corpo físico, da inteligência, da vida em família, de acesso ao conhecimento, de sobrevivência material por meio de profissão digna, entre outros.
Mais tarde, tendo adquirido outros conhecimentos, que o eleva em termos espirituais, consegue identificar inúmeros outros benefícios que lhe abençoam a existência. Nessa fase da evolução, o Espírito realmente se renova: empenha-se no combate aos vícios e imperfeições que ainda possui, e se esforça no propósito de desenvolver virtudes.
Vemos, então, que a existência da providência divina, e o seu consequente aproveitamento, acompanha o amadurecimento espiritual do ser humano:
Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa deve vir a seu tempo; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina.” (9)
Esse é o principal motivo porque “[...] em sua previdente sabedoria, a Providência não revela as verdades senão gradualmente, sempre as desvenda à medida que a Humanidade está amadurecida para recebê-las. [...].” (9)
Os ensinamentos de Jesus que seguem fornecem maiores esclarecimentos a respeito da providência divina.
Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem, e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está teu tesouro aí estará também teu coração.
A lâmpada do corpo é o olho. Portanto, se teu olho estiver são todo teu corpo ficará iluminado; mas se teu olho estiver doente todo teu corpo ficará escuro. Pois se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão as trevas!
Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro.
Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas? Quem dentre vós, com as suas preocupações, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? E com a
roupa, por que andais preocupados? Observai os lírios do campo, como crescem, e não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, homens fracos na fé? Por isso, não andeis preocupados, dizendo: Que iremos comer? Ou, que iremos beber? Ou, que iremos vestir? De fato, são os gentios que estão à procura de tudo isso: vosso Pai celeste sabe que tendes necessidade de todas essas coisas. Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu mal. (Mateus, 6: 19-34. Bíblia de Jerusalém)

A providência divina nos concede bens favoráveis ao nosso progresso intelectual e moral. Alguns destes bens são transitórios, úteis à vida no plano físico, durante a reencarnação. Outros são eternos, imprescindíveis à felicidade do Espírito, independentemente do plano de existência onde ele se encontre.
A sabedoria está em sabermos utilizar os primeiros, sem nos escravizarmos a eles, mas priorizar a aquisição dos segundos.
Infelizmente, são características da imperfeição espiritual apreciamos a aquisição de bens materiais, sempre de caráter transitórios, e às sensações que eles nos proporcionam, mesmo estando cientes que o acúmulo de bens materiais jamais poderá ser considerado processo de felicidade. Ao contrário, pode estimular o egoísmo e o orgulho, retardando o progresso individual.
Sendo assim, é importante destacamos os principais ensinamentos presentes no texto evangélico, anteriormente citado (Mateus, 6: 19-34. Bíblia de Jerusalém):
• Aprender a acumular bens ou tesouros imperecíveis, imortais, não sujeitos à destruição por efeito dos elementos da natureza (“traça e ferrugem”) ou que possam ser retirados (“roubados”). Esses tesouros são as virtudes e as conquistas intelectuais edificantes.
• É preciso estar atentos à aquisição de valores imperecíveis ao Espírito, aprendendo a distinguir o supérfluo do necessário, o bom do ruim, o superior do inferior, educando a conduta, pois, onde está o “nosso tesouro
aí estará o nosso coração”. O ser humano feliz conhece com clareza o significado dos verbos “ter” e “ser”.
• Os olhos percebem o mundo, as pessoas e as coisas, mas só teremos luz espiritual se transformarmos os olhos em “candeias”, isto é, olhos que enxergam a vida verdadeira e os valores eternos que promovem a melhoria do Espírito. Combatendo as imperfeições ou “trevas” que existem em nosso íntimo, veremos o mundo e as pessoas sob nova ótica.
• O homem espiritualizado conhece o valor relativo dos bens materiais e o peso que eles representam. Esforça-se, então, para dominar e não ser dominado pelas paixões inferiores. Conduz seu destino, discernindo o certo do errado e fazendo escolhas mais acertadas.
• O ser espiritualizado, ou que já possui alguma evolução espiritual, esforça-se para levar uma vida mais simples, conduzindo-se com prudência ao longo do processo ascensional, evitando excessos de qualquer natureza: no vestir, no alimentar, na acumulação de bens, no desfrutamento de prazeres etc. Trabalha para ter o necessário à existência, não entorpecendo os sentidos com os excessos que a vida material oferece. Por este motivo não se preocupa em demasia com o que beber, comer e vestir, sabendo que “a vida é mais do que o alimento” e o “corpo mais do que a vestimenta”, sobretudo porque, “se Deus veste a erva do campo com admirável beleza, que existe hoje e amanhã será lançada ao fogo, que não tecem nem fiam”, o que o Pai Celestial não fará em benefício dos seres inteligentes da sua Criação?
• A inquietação sobre os dias futuros revela falta de fé na bondade e misericórdia divinas. Ser prudente é uma coisa. Ser inquieto ou estressado é outra, bem diferente. O homem angustiado está sempre aflito (e sempre doente: doente do espírito). O homem materialista é, notadamente, infeliz, pois desconhece o valor da fé, o poder da prece, não percebe o amparo que os benfeitores espirituais lhe endereçam. O Pai Celestial sabe do que precisamos, efetivamente. E nos concederá as suas bênçãos, pois a felicidade faz parte da nossa destinação espiritual.
• A condição única para alcançarmos a felicidade verdadeira é, primeiramente, “buscarmos o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais nos será concedido em acréscimo”. Enquanto não estivermos conscientes desta verdade, entraremos e sairemos das reencarnações em processo de sofrimento, sob o peso de expiações que parecem não ter fim. Enquanto não buscarmos o reino dos céus e sua justiça (pela reparação dos erros cometidos) estaremos presos aos processos expiatórios determinados pela lei de causa e efeito. Esta é a realidade.
Praticando o bem, desenvolvendo virtudes e combatendo as imperfeições estaremos, por certo, edificando o reino de Deus em nós mesmos. Cada dia, na reencarnação, é único. Saibamos aproveitá-lo! Cada dia reflete
uma oportunidade de crescimento espiritual, cujo aproveitamento depende da nossa vontade e do nosso esforço em superar os obstáculos do caminho. Cada dia é uma lição, que deve ser lida no livro da vida, analisada e assimilada para ser bem aproveitada como aprendizado. Assim, não devemos “nos inquietar com o dia de amanhã”, pois o dia de hoje é o que merece destaque e atenção, por ser o momento de vivenciar a lição que nos é reservada. O amanhã pertence a Deus e às consequências dos nossos atos. “Basta a cada dia o seu mal”!


1. KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1 ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2009. Cap. II, item 20, p. 78.
2. DENNIS, Léon. Depois da morte. 1 edição especial. Rio de Janeiro: FEB,
2008. Parte quarta. Cap. XL, p. 328.
3. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 28.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Questão 227, pg. 185-186.
4. KARDEC, Allan. A gênese. Op. Cit. Cap. II, item 23, p.79-80.
5. ______. Item 24, p. 80-81.
6. ______. p. 81.
7. ______. Item 21, p. 79.
8. XAVIER, Francisco Cândido. Rumo certo. Pelo Espírito Emmanuel. 11. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 5, pg. 27-28.
9. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Evandro
Noleto Bezerra. 1 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. XXIV, item 4, p.
429.


SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.
Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.
Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.
Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir.
Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.
Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.
Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa;
Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.
Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra.
Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.
E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles!
Se as contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.
Ó Deus, tu matarás decerto o ímpio; apartai-vos portanto de mim, homens de sangue.
Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão.
Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?
Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.
E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.


A PROVIDÊNCIA DIVINA


            Você já se deu conta que o não de Deus é a melhor resposta?
Já percebeu quantas vezes você pediu alguma coisa ao Criador e não obteve êxito?
De um modo geral, não apreciamos a resposta negativa.
Porém, passado um tempo, concluímos que o que Ele nos enviou foi o melhor.
O adágio popular diz que Deus escreve certo por linhas tortas.
A verdade é que Deus escreve certo por linhas certas.
Lemos, há algum tempo, a história de uma americana que relaciona muitas situações de sua vida em que a Providência Divina se apresentou de forma diversa à solicitada.
Por exemplo, a filha chegou muito chorosa da escola porque não conseguira um papel para a peça de final de ano.
Era o que ela mais queria, mais ansiava.
Por alguns dias, permaneceu tristonha. Até irromper portas adentro do lar, eufórica.
Recebera um convite para um curso muito importante em outra cidade. Era necessário se apresentar imediatamente.
Se ela fizesse parte do elenco da peça da escola, não poderia agora cursar o que lhe era decisivo para a carreira profissional.
Em outro momento, o marido foi transferido para uma outra cidade.
Veio o impasse. Seguir a família também ou não? As crianças teriam problemas na escola?
Ela, Beti, precisaria deixar o emprego. Como conciliar tudo?
Acreditando que seria terrível viverem separados, oraram muito pedindo para que a transferência do marido não se concretizasse. Em vão.
Oraram para que ela conseguisse um emprego para si e escola para os filhos, na outra localidade. Também em vão.
O marido passou a vir para casa só nos finais de semana.
Então, quando ninguém esperava, uma reviravolta administrativa, uma tarefa que se findou antes do previsto e eis todos juntos, sem mudança.
O não de Deus para os seus pedidos fora mesmo providencial.
Até quando o pai de Beti, já idoso, adoeceu, Deus não atendeu o que lhe foi pedido.
Todos oravam para que se curasse das mazelas. Beti se lembrou de uma frase do marido: Tenha fé na resposta de Deus, querida.
Descobriu que estava orando incorretamente.
Pediu então: Meu Deus, sei o que desejo, mas pode não ser essa a melhor resposta para meu pai.
Ele também é uma das Tuas criaturas. Seja feita a Tua vontade e não a minha.
O pai morreu duas semanas depois. Ela pensou nos anos de invalidez que o adorado pai teria de suportar, se tivesse sobrevivido.
Disse baixinho: Foi a resposta de Deus.
Por tudo isso, no aniversário de casamento, ela entregou ao marido um cartão com os dizeres: Você não é o marido que eu esperava...
Colocou uns pontinhos para dar um ar de suspense e concluiu: Mas com certeza é o melhor que Deus escolheu para mim. Ele sorriu e entendeu.
*   *   *
Analisar o que nos ocorre é importante.
A resposta Divina sempre chega, embora de um modo geral, não exatamente como se quer.
Assim é o concurso que hoje não se consegue vencer.
O imóvel cuja negociação não dá certo, até o casamento idealizado e que acaba no noivado.
Tudo tem sua razão de ser. Razão que a Divindade conhece e que devemos buscar entender.
                                                           *   *   *
Deus te ama e tu percebes. Sua ternura te rocia a face e Suas mãos te sustentam.
Seu hálito te vitaliza e Sua voz silenciosa chega até teus ouvidos, com bênçãos, com esperanças e com orientações.
Deus vive, manifesta e dilata o Seu amor através de ti. Tu o sabes... e onde estiveres Ele estará sempre contigo.
Pensa nisso, mas pensa agora!
Redação do Momento Espírita com base em história de autoria desconhecida e no cap. 31, do livro Filho de Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
Em 11.01.2010.







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