Tema: Ética e Eu Data: 14/Julho/2012
Objetivo Formativo: Integrar o aspecto
ético, despertando valores universais, como fraternidade, justiça,
solidariedade, não-violência.
Objetivo Informativo: Identificar
comportamentos éticos diante da liberdade de cada um.
Evangelizador: Wilma Maria
Roberto
Incentivação Inicial: Escolha a sua...10 minutos
Distribuir várias imagens na mesa e pedir para
cada um escolher a que mais se identificar.
Pedir cada um comenta o motivo de ter escolhido aquela
imagem.
Desenvolvimento: Que tal filosofarmos
um pouco ? 25 minutos
ð Quando você ouve a palavra ÉTICA, o que te lembra
? Por que ?
ð O que é ÉTICA para você ?
ð Podemos aprender a ser éticos ?
ð Como eu posso ser ético comigo mesmo ?
o
E com a família ?
o
Na escola ?
o
Na sociedade ?
o
Na natureza ?
Colocar 5 frases no quadro e discutirmos sobre seu
significado:
“Quero mas não devo”
“Devo mas não posso”
“Posso mas não quero”
“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” – Paulo
de Tarso
“De nada adianta ao homem se ele ganhar o mundo e
perder sua alma” – Jesus Cristo
O que é ÉTICA ?
Do grego ethos significa:
=> originalmente morada, seja o habitat
dos animais, seja a morada do homem, lugar onde ele se sente acolhido e
abrigado.
Þ
comportamento; Moral
- do latim mores, costumes.
Þ
A reflexão sobre o ethos
leva-nos à prática do amor
Þ
A Ética, a Moral e a
Responsabilidade determinam a perfeição do ser.
Þ
Ser ético não é ter um
vasto catálogo de proibições
Þ
É realizar, pelo
exercício de sua liberdade, a perfeição de sua natureza. Significa exercitar
obediência à vontade de Deus, a paciência, a tolerância com as
faltas alheias, o silêncio ante uma ofensa recebida, respeitar o
próximo. Se reformar !
Þ
“O homem de bem” : a
receita está no ESE
Conclusão: Vídeo
com entrevista do filósofo Mário Cortella que fala sobre ética – 15 minutos
E você com isto ???
Bibliografia:
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/sergio-biagi/ensaio-etica-e-responsabilidade.html
Ética e Responsabilidade - Sérgio Biagi Gregório
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é refletir
sobre a ética e a responsabilidade, no sentido de motivar as nossas ações para
a prática do bem. Assim, analisaremos o problema do comportamento ético-moral e
a autodeterminação do indivíduo dentro da sociedade.
2. CONCEITO
Ética - do gr. ethos significa originalmente morada, seja
o habitat dos animais, seja a morada do homem, lugar onde ele se sente
acolhido e abrigado. O segundo sentido, proveniente deste, é costume, modo
ou estilo habitual de ser. A morada, vista metaforicamente,
indica justamente que, a partir do ethos, o espaço do mundo torna-se
habitável para o homem. Assim, o espaço do ethos enquanto espaço humano,
não é dado ao homem, mas por ele construído ou incessantemente
reconstruído. (Nogueira, 1989) Responsabilidade - do lat. responsabilitas, de respondere = responder, estar em condições de responder pelos atos praticados, de justificar as razões das próprias ações. De direito, todo o homem é responsável. Toda a sociedade é organizada numa hierarquia de autoridade, na qual cada um é responsável perante uma autoridade superior. Quando o homem infringe uma de suas responsabilidades cívicas, deve responder pelo seu ato perante a justiça. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)
Responsabilidade moral. Filos. 1. Situação de um agente consciente com relação aos atos que ele pratica voluntariamente. 2. Obrigação de reparar o mal que se causou aos outros. (Dicionário Aurélio)
3. HISTÓRICO
3.1. ANTIGUIDADE
Desde que o homem teve de viver em
conjunto com outros homens, as normas de comportamento moral têm sido
necessárias para o bem estar do grupo. Muitas destas normas eram extraídas das
religiões existentes, que cheias de dogmas e tabus impunham uma dose de irracionalidade
ao valor moral. Mesmo entre os chineses, que não possuíam uma religião
organizada, havia muitas normas esotéricas de comportamento ético. A especulação exotérica começa somente com o pensamento grego. Sócrates, Platão e Aristóteles são os seus principais representantes. Sócrates dizia que a virtude é conhecimento; e o vício, é o resultado da ignorância. Então, de acordo com Sócrates, somente a educação pode tornar o homem moralizado. Platão estabelece que a vida ética é gradativamente mais elevada pela adequação desta às idéias (eide) superiores, análogas à forma do bem. Aristóteles deu à ética bases seguras. Dizia que o fim do homem é a felicidade temporal da vida de conformidade com a razão, e que a virtude é o caminho dessa felicidade, e esta implica, fundamentalmente, a liberdade.
3.2. IDADE MÉDIA
Na Idade Média, os valores éticos
são condicionados pela religião cristã, especificamente o Catolicismo. A
Patrística e a Escolástica são os seus representantes. Nesse período, dá-se
ênfase à revelação dos livros sagrados. O Pai, o Filho e o Espírito Santo
determinam as normas de conduta. Jesus, que é filho e Deus ao mesmo tempo,
torna-se o grande arauto de uma nova ética, a ética do amor ao próximo. Porém,
essa ética é conspurcada pelos juízos de valores de seus representantes, que
distorcem a pureza do cristianismo primitivo. As exortações católicas mantiveram-se por longos anos. Contudo, no século XVI começou a sofrer a pressão do Protestantismo, ou seja, a reação de algumas Igrejas às determinações da Igreja de Roma. Para os protestantes, a ética não é baseada na revelação, mas nos valores éticos, examinados e procurados de per si. A revelação religiosa pertence à religião. O filósofo ético deve procurar os fundamentos ontológicos dessa disciplina, tão longe quanto lhe seja possível alcançar.
3.3. IDADE MODERNA
Kant, o quebra tudo, surge nesse
contexto. Para Kant a Ética é autônoma e não heterônoma, isto é, a lei é ditada
pela própria consciência moral e não por qualquer instância alheia ao Eu. Como
vemos, Kant dá prosseguimento à construção da própria moral. Não espera algo de
fora. Aquilo que o homem procura está dentro dele mesmo. Muitos são os
filósofos que seguiram Kant. Depois destes, surgem Scheller (1874-1928) ,
Müller, Ortega y Gasset etc., que penetram na ética axiológica, ou seja, estuda
a ética do ângulo dos valores. (Santos, 1965)
4. ÉTICA E MORAL
Ética - do grego ethos significa
comportamento; Moral - do latim mores, costumes. Embora
utilizamos os dois termos para expressarmos as noções do bem e do mal, convém
fazermos uma distinção: a Moral é normativa, enquanto a Ética é especulativa.
A Moral, referindo-se aos costumes dos povos nas diversas épocas, é mais
abrangente; a Ética, procurando o nexo entre os meios e os fins dos referidos
costumes, é mais específica. Pode-se dizer, que a Ética é a ciência da Moral. Ética e Moral distinguem-se, essencialmente, pela especulação da Lei. A Ética, refere-se à norma invariante; a Moral, à variante. Contudo, há uma relação entre ambas, pois a sistematização da segunda tem íntima relação com a primeira.
O caráter invariante da Lei possibilita-nos questionar: de onde veio? Quem a ditou? Por que? Com que fim? A resposta dos transcendentalistas é que ela é heterônoma, isto é, veio de fora do "eu". Deus seria o autor da norma. Liga-se, assim, Filosofia e Religião. Para os cristãos, as normas éticas estão centradas nos Dez Mandamentos; a resposta dos imanentistas é que ela é autônoma, isto é, surge das tensões das circunstâncias. (Santos, 1965)
5. AUTODETERMINAÇÃO E RESPONSABILIDADE
A autodeterminação expressa a
essência do ser. É o poder que temos de atualizar nossas virtualidades. O
pensamento científico auxilia, mas são os aspectos psicológicos, ideológicos,
religiosos e filosóficos que emprestam o maior peso à nossa deliberação na
vida. As virtualidades podem ser ativas e passivas. Se ativas,
já estão determinadas de uma forma; se inativas, sabemos que estão em
ato sob uma forma, mas que podem ser assumidas de outra forma, isto é, que são
especificamente diferentes do que podem ser. A ação humana, embora restrita à responsabilidade pessoal, tem como objetivo o interesse público. A vivência, semelhante à do eremita no deserto, é uma exceção. A questão ética diz respeito ao auxílio que cada um possa exercer na transcendência do outro. Em realidade, é a criação de condições para que o outro realize plenamente o seu projeto de vida ao qual foi destinado.
O princípio da autodeterminação moral é a base do comportamento ético adulto. Deixar-se guiar-se pelas máximas alheias é perder o eu em si mesmo. Segundo Sócrates, o ethos verdadeiro é agir de acordo com a razão, que se eleva acima do consenso da opinião da multidão, para atingir o nível da objetividade própria do saber demonstrativo. A autonomia, assim, não se realiza na solidão, mas se consolida pelo contato entre os seres humanos.
A lei é o farol da ética. Sua origem etimológica encontra-se no termo nomos de que o vocábulo lei (lex) é a tradução latina. Nomos vem do verbo nemo que significa dividir, repartir com outro, sugerindo a idéia de justiça. Dessa forma, as ações individuais no cumprimento dos deveres, devem salvaguardar a liberdade própria e a do outro. Por isso, Voltaire afirma com veemência: "Não concordo com o que você diz, mas defenderei o direito de você dizê-lo até o fim". (Nogueira, 1989)
6. COMPORTAMENTO ÉTICO
A reflexão sobre o ethos
leva-nos à prática do amor. O verdadeiro exercício do amor longe está das
proibições e interdições de que a moral propõe. É uma autodeterminação que
envolve a autonomia da vontade na busca da atualização do ser. Assim, não é
agir de qualquer jeito, mas de forma ordenada, generosa, que promova a pessoa e
os direitos do outro, sobretudo quando esses direitos são espezinhados. O comportamento ético não consiste exclusivamente em fazer o bem a outrem, mas em exemplificar em si mesmo o aprendizado recebido. É o exercício da paciência em todos os momentos da vida, a tolerância para com as faltas alheias, a obediência aos superiores em uma hierarquia, o silêncio ante uma ofensa recebida.
7. CONCLUSÃO
A Ética, a Moral e a
Responsabilidade determinam a perfeição do ser. Acostumados a confundir os
meios com os fins, não conseguimos visualizar claramente o fim último da
existência humana. Por isso, o erro crasso de conceber a Moral como um mero e
fastidioso catálogo de proibições. O fim do homem é, pois, o de realizar, pelo
exercício de sua liberdade, a perfeição de sua natureza. Implica, muitas vezes,
a obediência à vontade de Deus, contrariando a própria, se assim delimitar, o
dever, imposto pela sua consciência.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena
Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro, M.E.C., 1967.
FERREIRA, A. B. de H. Novo
Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, s/d/p.
NOGUEIRA, J. C. Ética e
Responsabilidade Pessoal. In MORAIS, R. de. Filosofia, Educação e Sociedade
(Ensaios Filosóficos). Campinas, SP, Papirus, 1989.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário
de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Matese, 1965.
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